Sou a mais nova de três filhas, e ainda por cima temporã. Minhas irmãs já tinham 5 e 7 anos quando eu nasci. Fui a surpresa de uma família que supostamente estava completa. Minha mãe falava que teve que começar tudo de novo e tudo era novo. Não sei se por insegurança ou na tentativa (terceira) de fazer melhor, ela me cercou de muita atenção e zelou para que eu fosse feliz. Do jeito dela, é claro, porque cada mãe tem o próprio jeito de criar seus filhos.
Minha mãe se foi cedo, aos 70 anos, deixando marido, 3 filhas e 4 netos. Meu filho não era um deles. Adam nasceu 1 ano e 1 dia após o falecimento dela e até hoje me pego imaginando como seria ver os dois juntinhos. Minha mãe foi meio mãe/meio vó dos meus sobrinhos. Como em muitas casas, era ela quem ficava com eles para que minhas irmãs pudessem trabalhar. Acompanhei bem de pertinho essa rotina durante alguns anos antes de me casar.
Mesmo com a saúde fragilizada, ela sempre tomou decisões rápidas e puxava a orelha das minhas irmãs quando alguma coisa não estava lá muito certa com as crianças. Sua casa era um porto seguro, mas se engana quem acha que na casa dessa vó tudo podia. Minha mãe colocou um pouco de rumo na maternidade das minhas irmãs e eu até hoje sinto falta de não ter passado por essa intervenção.
Ser mãe sem a minha mãe do lado é estranho. Não foi para ela que eu liguei quando me descobri grávida, não ganhei dela o primeiro presente, não recebi seus conselhos e afagos, ela não segurou a minha mão na hora e nem chorou de emoção comigo ao ser apresentada ao neto. Depois que meu filho nasceu, imaginei o que ela falaria em várias situações que vivi, quase sentindo sua presença: “Vai acostumar esse menino a dormir no colo? Assim ele não vai querer mais saber de berço!”; “Que mal tem ele comer só um pedacinho de bolo?”; “Deixa ele correr! Se cair, vai levantar.”
Quantas vezes me peguei pensando em ligar para minha mãe para contar algo novo ou pedir seu conselho. Chorava baixinho e sentia um imenso vazio. Sinto falta de um puxão de orelha e de um afago na cabeça, do olhar que me diz que “vai ficar tudo bem”. Mas acima de tudo, sinto falta da relação vó e neto que meu filho não vai poder ter.
Para celebrar o amor à sua mãe, mesmo que ela não esteja fisicamente presente, compartilhe por aqui uma história marcante ou a sua saudade usando a hashtag #AmoComoVocêAma ou clicando no link para fazer um cartão personalizado como eu fiz.
Esse post faz parte da ação #AmoComoVocêAma, um movimento de Comfort para mostrar que não importam as falhas e defeitos de nossas mães, a gente ama o jeito que elas nos amam. Também abraçam essa causa as mães Shirley (www.macetesdemae.com), Luiza e Hilan (www.potencialgestante.com.br).
19 Comentários
Chorei junto com vc e sinto a mesma falta , minha mãe é viva, mas distante em relação aos netos, diz não ter mais paciência , então sinto tudo isso e ainda uma pitada de revolta pela sua atitude!
Oi Roberta,
Sinto muito pela sua perda (mesmo não igual a minha). Uma pena que ela não consiga apreciar esse amor. Espero que você fique com o seu coração tranquilo.
Linda história. Compsrtilho com você esse sentimento, perdi minha mãe quando estava gravida de 8 meses…saudade não tem fim e falta que ela me faz é tão grande….
Chorei lendo…
Mas tenho certeza que ela esta com você sempre e te orienta e ajuda.
beijos no coração
Lele
Lele,
Eu acredito que tem sempre um sopro aqui no ouvido, mesmo para situações que eu tenho certeza que não concordaria com o pitaco dela,
Obrigada pelo carinho. Beijos
Chorei ao ler esse texto, Pati. E me trouxe tanta coisa….ainda não é tão leve pensar nisso tudo. Mas gostei demais de saber um pouco da sua história. um beijo
Gabi,
Sinta-se abraçada por mim. Derrame suas lágrimas de saudade é tenha certeza de que quer que você continue a sua vida e seja muito feliz!
Beijo grande e conte comigo
Chorei e sinto muito a falta da minha mãe!!!! Quando a saudade não cabe no mais no coração, ela escorre pelos olhos…
Verdade Michele.
Fique bem e deixe as lágrimas correrm quando preciso for.
<3
Senti e sinto tudo como falastes, meu primeiro filho nasceu quase dois anos após a perda da minha mãe e ela fez e faz muita falta. O pior é a vontade de ligar para contar as descobertas das crianças, as coisas engraçadas e o colo dela e ouvir que está tudo bem quando a vida da gente está de cabeça para baixo.
Essa falta vamos sentir sempre não é Marcia? Às vezes penso muito no que ela diria e acabo chorando …
Força para você também. Ela está “aproveitando” e te guiando de alguma forma.
Nossa, lindo o texto! Minha mãe ainda é viva, mas tem alzheimer e ja esta bem avançado (apesar dela ter ainda 62 anos)… Ela já não tem noção das coisas, não nos reconhece, não anda, não fala direito. Estou grávida e muitas vezes fico triste quando penso nisso… Que ela não está compartilhando esse momento comigo (mesmo que nossa relação nunca tenha sido tãaao proxima. Ela sempre foi muito fechada, mais na dela e eu mais na minha… Mas mãe e mãe, ne?!Rsrs) Que vou levar meu bebe para ela conhecer, mas ela não vai pegá-lo no colo, não vai saber que é neto dela…
Nossa, lindo o texto! Minha mãe ainda é viva, mas tem alzheimer e ja esta bem avançado (apesar dela ter ainda 62 anos)… Ela já não tem noção das coisas, não nos reconhece, não anda, não fala direito. Estou grávida e muitas vezes fico triste quando penso nisso… Que ela não está compartilhando esse momento comigo (mesmo que nossa relação nunca tenha sido tãaao proxima. Ela sempre foi muito fechada, mais na dela e eu mais na minha… Mas mãe e mãe, ne?!Rsrs) Que vou levar meu bebe para ela conhecer, mas ela não vai pegá-lo no colo, não vai saber que é neto dela…
🙁
Só li seu texto hoje e super me identifiquei. Perdi minha mãe uma semana antes do meu filho nascer. Sinto muita falta dela e dos momentos que poderíamos estar vivendo, principalmente porque ela estava muito feliz pelo neto.
Um perda que sinto todos os dias e uma saudade que não tem fim.
Oi Mayra,
é uma dor grande e que nunca vai passar. Você se pergunta sempre o que ela faria ou diria em algumas situações… Pense que de alguma forma ela vive isso, mas de um outro lugar.
Verdade Patricia, é isto que me consola.
Fique com Deus!
Estou de 5 meses,perdi minha mãe ontem dia 11/03/2017, é uma dor tremenda,ela só conheceu uma neta que é a minha filha mais velha…Que irá fazer 5 anos daqui 4 dias…
Minha tinha apenas 54 anos super nova…Estou sem chão e não sei por onde começar,a dor é tão grande, buraco no peito um vazio…
Peço forças nesse momento pq jamais vou esquecer minha mãezinha….
Ela teve um AVC e lutou quase 6 meses,ela foi guerreira,lutou até o fim… A gente nunca entende e não quer aceitar,mas acredito que Deus tem um plano na vida de cada um..
Meu filho nascerá em julho sei que até lá a dor vai ser forte ainda é imaginar como tudo seria se ela tivesse presente.
Olá…estou vivendo exatamente isso! Perdi minha mãe quando eu estava grávida de 5 mede e hoje meu bebê está com 2 meses e tem sido terrível passar por essa fase sem ela ao meu lado. Me sinto muito sozinha e se ela estivesse viva com certeza eu estaria todos os dias ma casa dela. As vezes parece que não vou suportar e não estou conseguindo curtir o meu filho. Me pego pensando exatamente como você.
Estou grávida de 18 semanas, e agora no natal fazem 7 anos q minha mãe se foi. Sempre me senti sozinha,mas agora com a gravidez tem sido pior,não quero passar essa tristeza para o meu bebê mas tem dias q é inevitável não sentir. Força pra todas nós