Diástese abdominal pós-parto

Nessa semana, saiu a notícia de que a Sandy estava lutando para tratar a diástese abdominal, um assunto que quase ninguém fala sobre e que nunca escrevemos, mas que acontece mais comumente do que podemos imaginar: 50% das mulheres sofrem com isso no pós-parto.

 

O que é?

A diástese é o afastamento dos músculos reto abdominais (esquerdo e direito), o popular tanquinho, causado pelo aumento da pressão intra abdominal. O afastamento pode variar de 2 a 20 centímetros de largura e 12 a 15 centímetros de comprimento (para visualizar melhor essa separação, imagine como se o zíper de sua calça estivesse aberto).

Na gravidez, a diástese acontece de forma funcional, ou seja, é preciso que esses músculos se afastem para que o bebê possa crescer,  e estudos mostram que oito semanas é o tempo mínimo considerado para a volta da musculatura abdominal após o parto. Porém, em alguns casos, ela persiste mais do que seis meses, e precisam de uma avaliação médica. Em casos extremos, pode até haver rompimento da linha central abdominal e causar uma hernia (exposição dos orgãos).

 

Fatores que podem predispor a diástese?

Gestações múltiplas, obesidade, efeito sanfona, gestantes acima de 35 anos e gestantes com espaço curto (menos de 2 anos) entre uma gestação e outra.

 

Por que acontece na gravidez?

As grávidas estão mais sujeitas pela ação hormonal que atua no relaxamento dos músculos. Assim, com o crescimento do bebê e toda a estrutura que o cerca (placenta, líquido amniótico), aumenta também a pressão intra-abdominal. Essa pressão provoca o afastamento da linha central (linha alba), que afasta o músculo reto abdominal direito do esquerdo de forma mais acentuada.

 

diastes-musculos

 

Quais os sinais e sintomas?

Os sintomas mais comuns são:

  • Dores na coluna lombar, nádegas e nas coxas;
  • Protuberância no meio do abdome ao sentar ou ficar de pé;
  • Flacidez abdominal bem aparente;
  • Escape de urina (não chega a ser incontinência urinária);
  • Constipação.

 

Como saber se tenho diástese?

Ela é fácil de ser identificada, você pode senti-la apalpando sua barriga. O ideal é que você esteja deitada com as costas no chão, joelhos dobrados e pés apoiados no chão. Coloque uma das mãos atrás da sua cabeça e, com a outra mão, use os dedos para explorar uma linha do meio do seu corpo (que separa o lado esquerdo do direto), descendo da altura das costelas até a cintura.

Com o abdome relaxado, pressione com os dedos o abdome superior e erga seu tronco como se fosse fazer um abdominal, com o abdome contraído tente identificar o tamanho da separação entre os músculos do lado direito e o do lado esquerdo. Faça o teste também na parte abdominal abaixo do umbigo.

Em caso de diástese, você irá sentir um pequeno buraco entre os dois lados da musculatura do seu abdome. Na maioria dos casos, essa separação é de até 2,5 cm de largura. (veja as fotos abaixo)

 

 

Para saber se o que você sente é mesmo sinal de diástase e ver a gravidade do problema, procure um médico – pode ser o seu ginecologista ou um fisioterapeuta, eles irão realizar um exame físico e, se necessário, solicitar ultrassom.

 

Como tratar?

A abordagem terapêutica vai depender do tamanho do afastamento muscular. Meu ginecologista é bem categórico ao dizer que a primeira abordagem deve ser por meio de exercícios fisioterápicos, como a Ginástica Abdominal Hipopressiva, realizada com acompanhamento de um fisioterapeuta especialista, e que os resultados são de longo prazo, podendo chegar há 2 anos para uma total recuperação.

O objetivo é exercitar para reforçar toda a musculatura do CORE, parede abdominal e tronco. Alguns tratamentos como a estimulação russa são coadjuvantes para o reforço abdominal. Nesse caso, o uso de eletroestimulação neuromuscular tem a finalidade de fortalecimento muscular via contração e relaxamento dos músculos. Nos casos em que as abordagens terapêuticas acima listadas não forem bem sucedidas, o tratamento definitivo é o cirúrgico com abdominoplastia.

Exercícios físicos sem a devida orientação podem causar sobrecarga e aumentar o problema.

 

É possível me prevenir?

Infelizmente não há como se prevenir. Os médicos sugerem que você tente ao menos não reforçar os fatores de risco.

 

 

 

Crédito da imagem em destaque via Shutterstock

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