A mãe perfeita

Eu não quero ser uma mãe perfeita, obrigada.

Ser mulher é ter que lidar a vida inteira com: abrir uma revista, assistir televisão, ir ao cinema e sempre se deparar com uma mulher linda, magra, de corpo perfeito. (Será que são todas parentes?) E você cresce se sentindo inadequada, feia e sofre. Depois, com o tempo e a maturidade, começa a entender que não existe um padrão único de beleza e começa a se aceitar, se sentir bonita. Um longo trajeto.

Está tudo indo bem, sua autoestima se fortalecendo, então chegam os filhos. E quando você acha que a estação maternidade vai ser uma parada mais tranquila, o trem chega repleto de mães perfeitas.

De novo, jura? Existe outro vagão ou tenho que embarcar nesse mesmo?

Porque eu sou uma boa mãe, mas não quero padecer no paraíso. Quero ser bem-sucedida profissionalmente. Não me preocupei com o tempo em que voltei a caber na minha calça jeans depois da gravidez. Gosto de conversar sobre outros assuntos além de criança. E ouvir minhas músicas quando dirijo.

Mas não acho que você deva ser igual a mim. Acho que você pode padecer no paraíso, largar tudo para se dedicar exclusivamente aos filhos, ouvir Galinha Pintadinha no repeat e ficar um tempo falando só de filho mesmo se esse for o seu desejo. Tem horas que eu quero só falar de criança também e vai ser ótimo poder te ligar.

Cada um é um, né?

Só acho impossível existir um único tipo de mãe para tanta mulher diferente que existe por aí. Existem as mães superprotetoras, as mães desencanadas, as mães medrosas, as corajosas, as mães engraçadas, as bravas, as interessantes, as chatas de galocha… Existem mães que são várias ao memo tempo. Tendo amor, tá tudo certo.

Não sei vocês, mas para mim às vezes fica pesado corresponder a esse ideal de mãe. Quero uma maternidade mais leve e divertida, que abraça o erro e ri quando esquece o guarda-chuva em casa e acaba tomando chuva. E quero ter amigas daquelas que nunca esquecem nada ao meu lado, para eu poder pedir uma fralda emprestada quando preciso. Eu aprendo muito com elas e sei que elas desaprendem comigo também. Ainda bem.

mãe perfeita
Shutterstock

++ Leia também: Eu não quero ser a melhor mãe do mundo!

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2 Comentários

  1. Eliane
    23 de julho de 2015 at 7:33 — Responder

    É isso! Eu super concordo!!!

    Beijos.

  2. Andressa
    19 de julho de 2016 at 1:01 — Responder

    Parabéns pelo seu trabalho! Me identifiquei muito e senti empatia. Seus textos tem me ajudado bastante a repensar no que espero da maternidade. Preciso me dar uns créditos, umas folgas e me preocupar mais em amar a escolha de ser mamãe!❤

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