Coleta de sangue do cordão umbilical

Falar sobre coleta de sangue do cordão umbilical é um assunto controverso. O tema é tão polêmico quanto falar de aleitamento materno x leite artificial ou parto normal x parto cesáreo. Então se você espera encontrar aqui milhares de estatísticas que comprovam a importância da coleta ou o oposto, engana-se. Eu não sou médica ou especialista de forma que seria no mínimo irresponsável tentar provar qualquer tipo de ponto. Tudo o que eu posso apresentar é o que eu li, com quem eu falei e porque tomei a minha decisão. Então eu vou passar pra vocês uma compilação de tudo isso, na esperança de que possa facilitar a escolha de algumas outras famílias.

O que são células-tronco?

As células-tronco são aquelas que dão origem a todas as células que formam os tecidos e órgãos do corpo humano. Por isso, têm alto poder regenerativo.

Leia mais sobre isso aqui e aqui

Qual a diferença entre o banco público e o banco privado?

No banco de coleta público, o material colhido é usado por quem precisar. Ele deixa de ser sua propriedade e passa a ser da população. No banco privado, o material colhido é, naturalmente, seu.

Leia mais sobre isso aqui e aqui

Essa coleta é simples? Ou temos muito trabalho para agendar tudo?

No banco público a coleta acontece em hospitais credenciados pela BrasilCord onde eles mantém uma equipe de plantão nestes hospitais. No banco privado, a família telefona no dia do parto e uma equipe é enviada imediatamente para o hospital de preferência.

Saiba mais sobre isso aqui e aqui

Para esta coleta eu preciso de algum tipo de parto ou procedimento especial?

Tanto faz. Parto normal ou cesáreo.

Se você decidiu que quer fazer a coleta do sangue do cordão umbilical, o que precisa fazer?

Em primeiro lugar você precisa escolher doar para um banco público ou armazenar em bancos privados.

Para doação o ideal é procurar, na sua cidade, a central da BrasilCord e tirar todas as dúvidas, inclusive para saber em qual hospital você deve dar entrada na hora do parto.

Para a escolha do banco privado eu sugiro uma boa conversa com o seu obstetra. Ou outros obstetras. Não tenha medo de ser obsessiva. Procure ajuda nos grupos de mães que você frequenta e questione outras mães que já fizeram essa escolha. Existe uma grande chance de encontrar outra mãe que pense como você. Leia exaustivamente os sites dos bancos privados mais conhecidos, telefone e agende visitas, se considerar necessário. Tenha em mente que o objetivo destas empresas é vender o serviço, então absorva o que for interessante e descarte o que for apenas marketing.

Qual foi a minha experiência?

Li, li e li. Depois eu discuti exaustivamente com a minha obstetra. E abordamos o assunto no curso de gestante Marinheira de Primeira onde discutimos ainda mais. Conversei com amigas e também com a minha família. As opiniões foram muito controversas e eu não consegui formar uma opinião. Obstetras, especialistas, pediatras. Todos têm opiniões muito diferentes sobre o assunto. O Ministério da Saúde e o INCA acreditam que os bancos privados são o demônio e que todos deveriam abastecer os bancos públicos. Mas imagina que em 2010, no Rio de Janeiro, o BrasilCord só estava presente em três hospitais públicos e não nos hospitais particulares mais conhecidos da cidade? E que eu não consegui nenhuma informação segura quando finalmente consegui acesso pelo telefone? Mas minha informação é antiga e sei que eles estão trabalhando duro com muitos investimentos do Governo Federal para crescer o serviço publico no Brasil. Sendo assim, são quase três anos em que muito deve ter melhorado e você deve sim procurá-los para formar a sua opinião. Eu prefiro crer que escolhi uma empresa privada séria, ética e que tem como missão preservar os meus interesses. Afinal nem todo o mundo corporativo é comprometido.

Além disso, ciência e tecnologia andam de mãos dadas e na velocidade da luz. Há 10 anos atrás o assunto não era abordado largamente e era inviável financeiramente. Hoje, este custo é muito mais razoável e as discussões são as mais inflamadas e batendo na nossa porta, o que eu considero positivo.

A verdade é que eu resolvi encarar o investimento como um seguro de carro ou casa. Todo ano eu pago, todo ano eu tenho raiva de gastar esse dinheiro, mas que está ali para quando eu precisar.

E para as pessoas que pensam em deixar recados com opiniões contrárias as minhas numa de me convencer a descartar o material coletado, eu digo que eu respeito você. Recebi todo tipo de informação com estatísticas e comprovações científicas de que era apostar em cavalo manco. Mas também recebi um monte de boa literatura, opiniões veementes de pessoas que considero muito. Não consegui me convencer de que era furada. Ou que não era. Pelo sim, pelo não, eu podia dispor do dinheiro naquele momento e tudo bem. Fiz a coleta e paguei pelos primeiros cinco anos de armazenagem. Dois anos depois, hoje é a primeira vez que eu penso no assunto desde agosto de 2010. E sem arrependimentos.

 

 

Imagem: © Nick Stubbs | Dreamstime.com

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1 Comment

  1. 19 de setembro de 2012 at 10:23 — Responder

    Olá, Camila e outras mamães,

    Acho que este texto aqui também pode ajudar na reflexão: http://www.giubergamo.com/2012/06/06/eu-consegui-doar-o-sangue-do-cordao-umbilical-o-meu-filho/

    Uma informação que pouca gente divulga é que, no caso de necessidade de transplante de células-tronco, nem sempre é possível fazê-lo com as células-tronco do próprio paciente (no caso de uma doença genética, por exemplo) e nem sempre um cordão apenas é suficiente (ou seja, você vai ter que recorrer ao banco público, mesmo que tenha guardado “o seu” no banco particular).

    Doar para um banco público é um ato de cidadania e solidariedade! Tomara que o sistema de coleta em maternidades particulares melhore mais e mais, para que mais doações sejam feitas e mais crianças beneficiadas!

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