Mundo Ovo

Nasceu e agora? – O primeiro mês


Não sei se alguém passou por isso também, mas o primeiro mês do bebê, aquele que esperamos ser o melhor de nossas vidas, na realidade não é. Muitas mães vão se identificar e outras vão querer me xingar… Explico.

Estamos cansadas, nervosas e com o novo literalmente em nossas mãos. O novo que depende de nós. E nós, mães de primeira viagem, não fazemos a menor ideia de como ser mãe. Ou se fazemos alguma ideia, descobrimos que ela não é tão clara assim.

Ok, existe o instinto materno que nos faz mães no momento em que nos descobrimos mães, que nos faz ouvir qualquer barulhinho no outro cômodo e, acima de tudo, que nos faz abdicar de quem somos por um tempo. E existe o amor incondicional. A paixão por aquele ser pequenino que cresceu em nós por 9 meses e agora se materializa em nosso colo, que dá estímulos aos 5 sentidos, nos desperta a vontade de ser guardiãs daquela paz nas 24 horas do dia, todos os dias. Sendo guardiã da paz do meu filho Adam, me descobri exausta. A fantasia de Mulher Maravilha estava vencida e penei por maravilhosos dias e noites.

Não é aceitável reclamar da maternidade, tida, atualmente, como a “glória” da mulher. Parece que todas as mães, que leio em blogs diversos,Caetanearam e acham tudo lindo, muito lindo.

Tudo é lindo, muito lindo, mas quem nunca quis dormir só mais um pouquinho?Quem nunca sonhou em poder tomar um banho decente e pentear o cabelo que atire a primeira mamadeira. A máquina pifa, pouco a pouco. A minha chavinha do sono, que já não era lá essas coisas antes da gravidez, ficou completamente desregulada. A criatura aqui virou um ser andante e amamentante.

Junto com o filhote, vem o marido que virou pai, a babá (se essa for a sua realidade) e/ou a avó. Os assuntos da sua casa passam a ser: “Meu filho está bem?”, “Segura a cabeça amor!”, “Isso é normal?”, “Será que a babá vai ouvir o chorinho dele?”, “Será que ela vai cuidar dele bem?”, “Será que eu vou saber cuidar dele?”.

Este primeiro mês de reclusão, saindo apenas para o pediatra, foi também uma provação para mim que sou ligada em 220v. Minha empregada (ex-empregada agora) surtou desde que cheguei da maternidade. Comi sanduba vários dias seguidos por falta de comida pronta, e me vi com serviço pago sem tê-lo. A casa estava em uma obra interminável, com gente por todo lado, campainha e interfone que não cessavam, me obrigando a viver entre o meu quarto e o do Adam.Para coroar, marido viajando quando queria ter tirado um mês de licença Paternidade. bom de drama, ?

Depois do começo conturbado, ficou tudo sob controle. A nova funcionária é, graças a Deus, bem mais atuante do que a anterior. E para fechar o time tem a babá que é uma graça e cuida não só dele, mas de nós também, com muito carinho. E tudo foi entrando nos eixos.