Escrevo este post de São Paulo, onde fui passar alguns dias com a família num misto de lazer e trabalho. E dentre os passeios agendados está o de rever os amigos queridos. E estando em São Paulo, o programa padrão é visitar os bons restaurantes e bares da cidade, com amigos aqui e ali.
E enquanto eu estou aqui, reflito sobre ter filhos e as táticas de guerrilha urbana que planejamos para que possamos ter alguns momentos de paz e que nossos pequenos monstrinhos não afugentem de vez nossos poucos amigos sem filhos. Tenho verdadeiro horror a incomodar os outros com a nossa inevitável bagunça, sejam as pessoas que estão dividindo a refeição comigo e principalmente as que estão em volta. Nesse momento, viro uma verdadeira estrategista.
Mas na medida em que minha pequena tirana cresce, fica mais difícil manter a paciência. Esses terrible twos estão sendo particularmente terrible por aqui e ela é bem teimosa. E quanto mais cansada ela fica, mais insuportável fica de aguentar as teimosias e as sessões de birra. E nessa hora, acho que a única coisa que funciona é barganhar.
Alguns diriam que restaurante é programa de adulto. Que o melhor seria deixar o pequeno em casa. Mas, na maioria das vezes, não temos com quem deixá-la. Isso é a realidade da maioria dos pais. E, muitas vezes, a família e os amigos querem vê-la, acompanhar o crescimento e as gracinhas. E ai da gente que não compareça com ela a tiracolo.
Então, entre doses cavalares de paciência e uma pitada de bom humor, a gente vai levando a vida do jeito que dá, não?
E aqui vão minhas dicas, que uso no meu dia a dia, para evitar que a criança “dê defeito”. Pelo menos até a sobremesa.
Uma das minhas táticas prediletas é sair pra almoçar perto da hora da soneca da tarde. Vamos nos arrumando, deixando tudo pronto. Quando ela dá sinais que tá chegando a hora do soninho, saímos porta afora. Na cadeirinha ela capota com o balanço do carro. Entramos no restaurante com ela dormindo no carrinho. Normalmente dura ate a sobremesa, pelo menos. Ponto pra gente que conseguiu almoçar em paz.
Quando dá errado? Quando ela resolve ficar exausta, mas se recusa a dormir no carro. Ela fica a maior chatonilda do universo no restaurante e o almoço vira um inferno épico. É de dar meia volta e pedir pizza em casa.
Outra estratégia legal para as crianças menores é fazer com que elas saiam de casa já almoçadas. Assim eles podem se divertir ciscando o couvert e bicando a sobremesa sem que você precise, necessariamente, ficar preocupada se eles estão ou não se alimentando.
Quem tem criança pequena em casa deveria pensar em investir em um Ipad (ou tablet similar) e ter uma ou mais pastas com um arsenal de apps infantis. Não inventaram ainda método mais hipnotizador do que isso. Ligado na internet, com You Tube então, é o paraíso. O mesmo serve para videogames portáteis como Nintendo DS. E também para DVD portátil se o pequeno for super ligado em TV.
Ultimamente eu tenho levado uma pequena bolsa com o kit pelamor-de-deus-fica-quieta-um-tempo. Este kit é composto por:
– um livro (o predileto da semana)
– um ou dois gibis da Turma da Monica (o hit do momento)
– folhas de colorir (eu imprimo da internet)
– giz de cera (Passei a comprar um giz de cera em forma de lápis de madeira, com cores nas duas pontas. Como ele é de madeira, não quebra quando cai no chão. E ainda vem com apontador. Da Faber Castell)
– cartela de adesivos
Tudo isso cabe na nova sacolinha predileta que ainda conta com um kit de brinquedinhos com tema monstrinhos que ela ganhou na festa do amiguinho. Ela mesma carrega. E eu ainda levo o IPad.
Aqui em São Paulo o kit se mostrou efetivo em todas as ocasiões. E nas vezes em que os amigos com filhos não levaram distrações, o kit ainda serviu pra todas as crianças e assim garantimos momentos de paz e sossego.
A outra dica é nunca mais sair de casa até a criança fazer dezoito anos. Ou contratar ajuda extra para ficar com o rebento enquanto você curte o almoço de domingo. Mas e aí? Seu filho não vai aprender a se comportar em público?
Bom almoço e me conta como foi.
Imagem: Essa foto a gente tirou em Sampa, enquanto tomávamos uma cervejinha e degustávamos acepipes num final de tarde. Olha ai o kit desenho em ação.
14 Comentários
Tenho uma filha de14 e gemeas de11 … Sempre tive um survivor kit tambem!! Como na epoca delas pequenas nao existia ipad,sempre levei folhas,hidrocores cartela de adesivoa com uma pasta para colar(ficavam horas decidindo q tipo de regra usariam para a colagem:só de flores,só bolinhas,só de animais,etc…) Viva a Rua da Alfandega que tem lojas especializadas em cartelas de adesivos!!! E tb levava o DS para jogarem!!!
Tambem acho q só deixar em casa nao vale.Tem q haver o exercicio de aprender a sentar ,comer um paozinho,tomar um suco , enfim participar ,entrar no jogo da paciencia ,ver como se comportam á mesa, etc.. Mas confesso q muitas vezes pensei q deveria ter levado um Mc Donalds embrulhadinho para a felicidade geral !!!!!
Hahahahah é uma tranqueira sem fim, né?
Adoro esses lápis-giz de cera da Faber Castel… já estamos na segunda caixa! 🙂 Ótimas dicas!
Lilian, conheci nessa semana que passamos em São Paulo e adorei! Vou virar freguesa!
As dicas são ótimas o duro e quando vc leva tudo isso e a criança não fica quieta e o marido diz que outro passeio só com uns 10 anos rssss……mas valeuuuuuu bjs
Renata meu marido tá meio traumatizado, mas fico repetindo o mantra “uma hora isso passa”, com fervor.
Olha, eu tb carrego o mega kit e o iPad (santo iPad) levo para todo lugar, o kit tb contem giz de cera, figuras para colorir, brinquedo etc…fora que levo o kit lanche kkkkk maça, suco, água, salgadinho e castanha que ela ama. Ms. Mesmo assim temos que usar um saco de paciência extra kkkkk pq essa criançada estão cada dia mais sapeca. Mas no fim vale a pena deixar eles participar e aprender que para cada ocasião existe uma maneira de se comportar. Beijossss e parabéns pelo blog.
Luciana, acho também que “viver em sociedade” faz parte da educação básica e acho sim que eles precisam conviver conosco na vida social. Acho também que se eles sempre fizerem só o, que lhes dá prazer vamos acabar criando monstrinhos viciados em satisfação instantânea. Beijoca
Ri muito!!! Gabriel tem 7 anos e até hoje sem kit não dá pra sair!!! Beijos!
Ju, no fundo o programa é sacal pra eles né?
É sacal, mas você tá certa!!! Eles entendem logo de cara que não vão fazer na vida só o que eles querem. E aprendem a aceitar e conviver com os outros! Isso aí!
Acho tudo isso bem interessante, um dia ainda usarei, pois minha filha tem 1 e 1/2. Mas tenho dúvidas quanto às distrações virtuais. Tenho presenciado muitas famílias com as crianças já maiores entre 10 e 15 anos, que não participam da conversa em mesa, os pais parecem que estão sozinhos. Eu tenho receio de que ela vicie nesses eletronicos enquanto estamos nos confraternizando em familia!
Eu passei a viver melhor quando me libertei do ” horror de incomodar os outros “… só em tentar arduamente não incomodar vc já incomoda, hoje em dia me importo muito pouco com os incomodados e olha,to vivendo viu e muito bem!