Ontem foi Dia das mães e o que eu mais li e ouvi por aí foi: “Parabéns para a melhor mãe do mundo”. Peço licença para as outras concorrentes e desculpas para a minha pequena torcida, mas essa competição eu vou perder por W.O., já estou me retirando antes que a maratona do ano que vem comece. Eu não me acho a melhor mãe do mundo, nem almejo essa glória.
Não me levem a mal, quero sim ser uma boa mãe, mas minhas ambições são bem menores. Ser uma boa mãe para o meu filho já está de bom tamanho para mim. E no nosso mundinho, isso inclui, às vezes, comer um brigadeiro antes do almoço e jogar videogame até tarde. Atitudes que me fariam perder pontos com os jurados.
A melhor mãe do mundo não deve jamais chegar em casa cansada e sem vontade de brincar depois de um longo dia de trabalho. A melhor mãe do mundo não deve falar palavrão quando dá topada, nem ter o armário bagunçado, nem ficar com preguiça de levar o filho na terceira festa infantil da semana. A melhor mãe do mundo não deve ficar triste ou buzinar no trânsito. A melhor mãe do mundo não deve ter nenhum defeito e eu sou cheia deles.
Esse ideal de perfeição atrapalha bastante o nosso trabalho que, convenhamos, já é tão árduo. Lidar com a culpa e a frustração por não conseguir dar conta de tudo e da maneira ideal é muito pior do que simplesmente admitir que não iremos acertar sempre. Os filhos crescem com nosso afeto e também com nossos erros e faltas.
Eu realmente não quero ser a melhor mãe do mundo. Pensando bem, nem quero ser amiga dela. Ela deve ser uma chata.
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