Mundo Ovo

O que eu aprendi com a minha mãe


Não canso de dizer que somos produtos dos nossos pais. Quando a gente menos espera estamos dando bronca usando exatamente as mesmas palavras da nossa mãe. Mesmo sem querer acabamos herdando um monte de manias, pequenos hábitos e um monte de lições. O que só prova que a fruta não cai mesmo muito longe da árvore.

O que você aprendeu com a sua mãe? Aqui Mariana, Patricia e eu contamos um pouco do que aprendemos com nossas mães e estamos passando, aos poucos, para nossos filhos.

 

“Quando eu era criança, estava no carro com a minha mãe e paramos atrás de um caminhão de lixo. Comecei a reclamar do cheiro: “como alguém aguenta trabalhar assim?”. Minha mãe olhou para mim bem brava e disse: “Não existe diferença nenhuma entre vocês. Se eles aguentam o cheiro, você aguenta também.” Então ela começou a dirigir bem devagar, parando a cada vez que o caminhão parava. Nunca mais esqueci esse dia, nem a lição.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Meu filho já aprendeu que beijo de mãe cura tudo, do medo da injeção ao falso dodói criado para chamar atenção. O que a gente reforça com essa crença é de que temos medo, mas estamos juntos, em todos os momentos a troca de olhar e a voz mansa e ritmada, o calor da mão de mãe e o carinho que dela vem, transformam esse conjunto. Quando meu filho cortou a cabeça, o sangue jorrava e os berros ecoavam por todo o lugar; sempre acreditei que em uma situação dessas, seria o meu marido o colo do socorro e que eu estaria no cantinho rezando e chorando. Mas na verdade, fui eu que contive o sangramento com uma fralda descartável, cantei para o meu filho da ida para o hospital ao fim do procedimento. Ele levou quatro pontos na cabeça. O beijo é só a explosão, como fogos de artifício ao final de uma apresentação. Beijo de mãe cura mesmo tudo”.

 

 

 

 

“Olá, meu nome é Camila e eu sou bagunceira. O pior é ter a consciência de que eu faço a maior zona. Eu faço um esforço para ser melhor. O marido diz que eu mesma me incomodo com a bagunça, então eu bagunço e depois fico histérica arrumando tudo. Faz parte. Fato é que depois que a Victoria nasceu, ficou tudo ainda mais bagunçado e tem períodos que eu simplesmente desisto e passo por cima da montanha de brinquedos e roupas e sapatos e papeis que se proliferam, acasalam e geram mais papeizinhos. Minha mãe, que precisa ver tudo limpo e arrumado quase morre comigo. E continua, até hoje, tentando fazer com que eu me organize. Eu culpo os astros”.

 

 

 

 

 

 

E as lições não param por aí … a gente continua aprendendo e ensinando, sempre.