Fiquei muito curiosa quando vi várias fotos de bebês chineses usando calças com aberturas no bumbum, sem fralda ou roupas íntimas por baixo. Pesquisando, descobri que na China algumas crianças são estimuladas desde cedo (cedo mesmo, estamos falando das primeiras semanas de vida) a fazer suas necessidades na privada – ou sobre a pia e até mesmo na rua. Lá, fraldas são artigos de luxo, que devem ser usados em apenas algumas situações, e as crianças crescem sem se tornarem dependentes delas. Por isso o uso da tal roupa com abertura, para evitar que seja necessário desabotoar a calça, facilitando assim o processo.
(Crédito da imagem: Malingering)
A prática de criar bebês sem fralda vem ganhando adeptos no ocidente e foi batizado de “Elimination Communication” (Comunicação de eliminação). O método, a grosso modo, consiste em os pais perceberem os sinais de que o bebê está com vontade de fazer xixi ou cocô, levá-los rapidamente para a privada ou a pia, retirar a calça e estimulá-los a fazer suas necessidades fisiológicas fazendo barulhos como shhhh ou pfff. A ideia é associar o barulho ao ato de urinar e defecar, condicionando assim a criança, daí o nome comunicação de eliminação. Como deixa claro o site Diaper Free Baby, não se trata de desfraldar o bebê, mas de ensiná-lo a entender e dar sinais quando a vontade de fazer xixi ou cocô chega. E uma vez que isso é alcançado, não existe a necessidade da etapa do desfralde.
Os adeptos do método garantem que com o tempo você começa a perceber os sinais das crianças e, por volta dos três meses, mais ou menos, já é possível levar a criança em horários determinados ao banheiro, uma vez que o hábito de ir ao banheiro se torna mais regular.
Entre os motivos que levam os pais a adotarem a técnica estão a questão ecológica – diminui drasticamente o consumo de fraldas – e também o fato da prática evitar assaduras e alergias. Muitos pais não são radicais ao ponto de retirarem completamente a fralda e fazem um método misto, a maioria utiliza fraldas de pano em algumas ocasiões do dia ou viagens e fraldas descartáveis durante a noite.
Alguns pediatras não acreditam no método e afirmam que os bebês não são capazes de controlar os esfíncteres com apenas alguns meses de vida, mas também acham que é possível que isso possa acontecer mais cedo do que o habitual, por volta de 1 ano. No Brasil, as mães costumam começar o desfralde por volta dos dois anos de idade, mas é comum o processo se estender até os três. Muitos pais que usam o método argumentam que não faz nenhum sentido ensinar o filho a fazer suas necessidades fisiológicas a qualquer hora para ter que ensinar novamente, alguns anos depois, que eles devem aprender a controlá-las.
Lemos um depoimento interessante de uma mãe brasileira que mora nos Estados Unidos e está utilizando o método. Vocês já tinham ouvido falar a respeito? O que acha da ideia de criar bebês sem fralda?
*Crédito da imagem: Harald Groven