Doença hemolítica e a aula de ciências perdida

Sempre fui uma boa aluna de ciências e acho até hoje incrível o milagre da multiplicação das células que torna possível o crescimento de um novo ser humano. O que algumas grávidas não sabem, e na verdade ninguém dá muita importância ao fato até a gravidez acontecer, é que esse mesmo milagre pode ser o responsável por sinais nada agradáveis quando há incompatibilidade sanguínea entre os sangues da mãe e do bebê.

Todos nós temos um tipo sanguíneo, que pode ser: A, B, AB ou O. Além disso, temos também o fator Rh, um tipo de proteína presente nas nossas hemácias, que pode ser positivo ou negativo (a maioria das pessoas tem o fator Rh positivo). Cada tipo sanguíneo possui determinados antígenos que ficam na superfície das células sanguíneas e são responsáveis pelas respostas ao sistema imunológico quando acionadas.

Grávidas com fator Rh negativo podem desenvolver anticorpos em resposta a presença do Rh positivo do bebê, se esse for o caso. É como se você ficasse alérgica ao seu próprio bebê e os anticorpos precisam atravessar a placenta para “neutralizar” o invasor, nesse caso, o seu bebê, causando a doença hemolítica, que tem como sinais e sintomas:

  • Aborto espontâneo;
  • Feto natimorto;
  • Surdez;
  • Paralisia cerebral.

Importante: Os problemas são mais comuns de ocorrerem em uma segunda gestação, caso a mãe não tenha se submetido a nenhum tratamento. Na primeira gestação, as moléculas “agressoras” não conseguem atravessar a barreira placentária, havendo menor risco de desenvolver a doença.

 

Como os problemas podem ser evitados?

A realização do exame de sangue é ainda a melhor solução. Saber o seu fator Rh é a chave. Se você tem fator Rh negativo, costuma-se pedir ao pai do bebê que também seja submetido ao teste para saber qual o fator Rh. Se o fator Rh do pai do bebê for negativo vocês não precisam se preocupar, se o fator Rh do pai é positivo, geralmente se faz um outro teste para saber se você (mãe) desenvolveu anticorpos para o fator Rh positivo.

Como tratar?

O tratamento consiste em injeção intramuscular de 300 mg de gamaglobulina anti-Rh (concentrado de anticorpos) 72 horas após o parto do primeiro filho, se este nascer com fator Rh positivo. Em caso de aborto também se recomenda o mesmo tratamento. Dessa maneira, a mãe não produzirá anticorpos anti-Rh na gestação seguinte e o feto não desenvolverá o problema. Alguns médico recomendam que se faça nova dose em torno da 28ª semana de gestação.

 

Se o bebê nascer com a doença?

A primeira medida terapêutica é substituir o sangue do bebê por meio de transfusão de sangue negativo (fator Rh da mãe), que não será destruído pelos anticorpos anti-Rh que passaram pela placenta.

NOTA: O tratamento com a gamaglobulina anti-Rh diminui muito a necessidade de transfusão sanguínea após o parto.

 

Crédito de imagem: Ollie Crafoord

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