O terceiro trimestre da gravidez chegou e você está naquela vibe “bebê mode on”: consultas regulares com os médicos, se cuidando pra não comer um brigadeiro a mais (ou comendo o brigadeiro escondida no banheiro), quartinho, enxoval, leituras obrigatórias, alimentando suas neuroses, enlouquecendo o marido, enfim… Aquilo que toda futura mamãe faz de melhor.
Olhando pra trás, lembro que gostaria de ter feito mais por mim durante a gravidez. Queria ter trabalhado um pouco menos, não ter me preocupado tanto com questões fúteis e definitivamente queria ter dedicado zero tempo para ansiedade que me atordoava as ideias, hora sim, hora também.
Sabe aquilo que as mães à beira de um ataque de nervos dizem sobre a falta de tempo até para tomar um banho? Que você vai invariavelmente ao banheiro com um recém-nascido acoplado no seu peito? Que enquanto você amamenta de madrugada você dorme de sonhar e seu marido acorda você naquela posição patética, meio babando, de peito pra fora caído na cara da criança que está chapada há umas duas horas? Olha, sinto te informar, mas é verdade. Se não for especificamente isso, serão outras coisas igualmente ridículas, que você jamais imaginou passar.
E a verdade é que o tempo fica curto mesmo. Com ajuda ou sem ajuda, o bebezinho é seu e é você quem vai cuidar. E você vai ficar exausta. E o tempo que sobrar você vai dormir ou ficar zapeando a televisão, quase em coma. É assim pra todo mundo. Por um tempo apenas. Depois melhora um pouco. E mais tarde melhora bastante. Mas nesse “curto” espaço de tempo você vai sentir saudades de você. Então se curta, descanse, pratique seus hobbies. Aqui damos cinco dicas de como se aproveitar como se não houvesse amanhã.
Banho de banheira
Um banho morno de banheira, com sais de lavanda, musiquinha e seu livro de cabeceira pra distrair antes de dormir. Tipo cena de filme, saca? É especialmente gostoso porque a água tira o peso do seu corpo e relaxa pés, joelhos, braços e articulações.
Namorar
A barriga mais atrapalha do que ajuda, é verdade. Você fica meio (totalmente) sem posição, tá pesada e nada flexível. Fora que, se o bebê começa a mexer muito, 8 entre 10 maridos ficam bolados e o clima esfria na hora. Não desanime. Mesmo que o clima não termine em sexo, namorar é das coisas que mais sentimos falta nos primeiros meses fatídicos. Arrume uma posição confortável e aproveite o momento.
Ler
Eu sou (ou era) uma grande leitora. Não só pela profissão de editora, mas eu adoro ler e normalmente tenho uma grande pilha me esperando ao lado da cama. Mas tenho o desprazer de confessar: hoje não leio nem 1/10 do que eu lia nas minhas horas de lazer pré-Vicky. Claro que ainda leio muito no trabalho. Mas o prazer de recostar no meu sofá e ler o final de semana todo, ou a emoção de varar uma madrugada lendo um thriller que acabou de chegar na livraria. Isso eu não faço mais (snif). Então, acabe com a sua pilha de livros. Leia desarvoradamente: no trânsito empacado, na banheira, no metrô, na sala de espera do consultório, tomando um chá na cafeteria da esquina. Saia de casa com um livro dentro da bolsa, sempre.
Sair com os amigos
Essa dica é especialmente importante para as futuras mamães cujas amigas não têm filhos ainda. Por um curto espaço de tempo não vai existir programação. Depois você começa a agregar a galera na sua casa, porque é mais fácil pra você se recolher por um tempinho para trocar fralda, acolher um bebê carente ou amamentar. E por um bom tempo, sobretudo se o casal não tem ajuda externa, o programa vai envolver outros casais com filhos na mesma faixa etária, programas diurnos e nada que envolva varar madrugada adentro. Você vai passar a chegar às 8 da matina na praia e não mais ao meio-dia. Acontece. Então aproveita os amigos. Saia com a galera e com suas amigas mais próximas pra matar as saudades antecipadamente. Chegue em casa de madrugada (desde que você consiga descansar bastante no dia seguinte), tenha vida social. Parece meio contraditório, já que você está empenhada em preparar o ninho, mas confia em mim: você vai adorar.
Vá ao spa
Passe um final de semana em um spa fora da cidade, ou passe um dia em um spa urbano bacana ou mesmo algumas horas com a sua massagista. Mas se presenteie. Manicure, pedicure, acupuntura, massagem, cuidados especiais nos cabelos, na pele, reflexologia nos pés, drenagem, terapia ayurvédica… As opções são inúmeras. Converse com seu obstetra para saber o que ele libera e o que ele restringe e se jogue. Antes de a Vicky nascer e mesmo grávida, eu fazia acupuntura, drenagem linfática, Pilates e massagem ayurvédica. A vida era linda e eu me mimava muito. Vou te dizer que: a miúda fez três anos e eu voltei pra massagem somente no mês passado. Tenho dito.
Observação especial: não entrem em pânico
Leitoras gestantes, o post pode parecer meio assustador, tipo treinamento para o apocalipse. Mas, de verdade, também não é assim. A vida não acabou. Mesmo. A primeira semana você jura que não vai aguentar. O primeiro mês você já sabe que aguenta, mas a barra é pesadíssima. O primeiro ano passa e você tá meio anestesiada. No segundo ano você já tá tirando de letra, mas ainda recuperando o fôlego. No terceiro ano você já tá quase deixando seu filho com o porteiro rapidinho só pra fazer a mão no salão da esquina. Vai melhorando. E você vai voltar pra night com os amigos. Resta saber se o vestido curtinho de paetês ainda vai caber em você. Mas eu tô aqui cruzando os dedos por você.
Beijo e boa hora pra vocês. Cada vez que eu escrevo um post para as grávidas, a saudade do meu barrigão vai pra décima potência.