Inaugurando o cantinho do castigo

Meu menino doce e fofo se transformou em um belo de um respondão, faz cara feia, se joga no chão e é um Deus nos acuda. Meu pequeno escorpião é cheio de vontades e tem um temperamento daqueles, tenho até medo de pensar como vai ser na adolescência.

Depois da fase de bater, a fase do NÃO chegou com força e sem nenhum aviso prévio. Um belo dia o tempo fechou e ao pedir que ele catasse os brinquedos, eu ouvi em tom bem forte e diferente o tal do NÃO! Foi um NÃO! assim bem seco e autoritário, decidido eu diria. Fingi que não era comigo e continuei com a minha ladainha de sempre e novamente solicitei que ele colocasse os brinquedos no lugar, e junto do tal NÃO!, a pequena criatura chutou as peças do brinquedo para longe. Opa! Foi nesse dia que inauguramos o cantinho do castigo.

Numa mistura da braveza da minha mãe, o olhar do meu pai e um tanto de didática da Supernanny, escolhi um cantinho para o castigo. Coloquei ele sentado (aplicando a regra de 1 minuto para cada ano de vida) e expliquei por que ele ficaria ali. Acredito que como todas as crianças, teve bateção de pés, choro sem lágrima, urros e finalmente algum choro com lágrima. Os dois minutos e meio se passaram e a gente ainda lá, meio que congelados. Nos abraçamos e ele foi liberado do castigo. Eu, orgulhosa do meu feito, em uma mistura de riso e choro, voltei para a sala com ele, rezando para a lição ter sido aprendida.

É duro ver o pequeno ali chamando por você, fazendo toda aquela cena e a gente se fazendo de cega, surda e muda. O que será que ele pensa? Será que ele me acha um monstro? Uma bruxa? Será que não vai gostar mais de mim e vai preferir o pai? Dúvidas que passam, posso garantir. Depois desse episódio, ainda rolaram mais umas 4 sentadas no cantinho do castigo. Há mais de um mês, eu só tenho precisado olhar ou, em casos mais “graves”, perguntar se ele quer ficar de castigo. A resposta é sempre negativa e o que lhe foi solicitado acaba sendo executado. Até quando eu não sei, mas percebi que esse sim é o caminho.

 

Mandamentos aqui de casa:

  • Nunca recorrer à violência, seja ela física ou psicológica.
  • Para que as “ordens” funcionem, ele precisa perceber que o tom de voz e o nosso gestual é diferente, se você der a ordem com o tom de voz do “Lobo mau” ele vai achar que você está brincando.
  • Não ria. Se ficar difícil encarar a ferinha, escolha um ponto longe para olhar e mude o foco.
  • Não seja um “pai papagaio”, quando ameaçar tirar um brinquedo ou desligar a televisão, aja. As crianças percebem e reconhecem o cão que ladra mas não morde.
  • Mãe, pai, avós e babá precisam falar a mesma língua. Sei que é difícil, mas precisamos criar uma unidade, não dá para cada um dar uma ordem diferente para um mesmo assunto.
  • Se você não concorda com a maneira como seu/sua ___________ (complete aqui se é marido, sogra etc.) tratou uma situação, espere a situação ser contornada e depois intervenha junto ao adulto. Se você desautorizar esse adulto em frente à criança, correrá o risco de tirar a aura de respeito que um adulto geralmente oferece.
  • Sem regras e sem limites, as crianças sentem-se inseguras e não sabem o que podem ou não fazer.
  • Os castigos precisam ser imediatos. Crianças menores têm dificuldade para saber o que é ficar sem ver televisão por 1 semana. Para eles o que irão sentir é o que terá impacto ali naquele exato momento.
  • A importância do castigo é mostrar que há consequências se as regras não forem cumpridas. Diga ao seu filho o que você espera dele.
  • O esforço das crianças precisa de ser valorizado. Elogie.
  • Nada de chantagem. Não faça isso com ninguém.
  • Peça desculpas se perceber que errou.

 

 

Crédito de imagem: believer9

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1 Comment

  1. Erica Ramalho
    18 de julho de 2013 at 11:56 — Responder

    Adorei o texto. É exatamente meu momento. NÃO, não não não nãoooo! É assim que a Nina me responde a tudo! O cantinho do castigo já é velho conhecido dela. Ela entende o que é castigo, mas acredito que não tem medo dele. Durante seus minutos lá e criou um sistema de chamar atenção sinistro digamos assim. Ela enfia os 4 dedos na goela e força vômito. No começou eu ficava desesperada, mas resolvi deixar ela fazer isso, não dar crédito. Mas tá difícil essa fase viu! É muito não para uma mini menina.

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