Victoria e o amor pelas Festas Juninas

Eu sempre adorei as festas de São João. Lembro de esperar ansiosamente, ainda bem pequenina, a hora de escolher meu par, passar semanas ensaiando para a quadrilha e enfim de colocar lindos vestidos de retalhos para as festas. Lembro também que nunca quis ser a noiva, porque a noiva só entrava no final e eu gostava mesmo era de dançar.

E as comidas? Comida de festa junina é o que há de melhor.  Lá em casa, quando o mês de maio chega, eu já começo a ter desejo de comer paçoca, bolo de milho, de aipim, canjica e cuscuz. É a farra do milho com coco!

Ano passado, pela primeira vez, minha filha Victoria participou de festas juninas. A primeira foi na escola, um pequeno “arraiá” pra lá de animado. Depois, na escola das primas, teve um festão em um pátio enorme, onde ela viu sua primeira quadrilha. Ficou tão fascinada que as meninas, coitadas, passaram mais de um mês ensinando a Victoria a dançar e a cantar: “Olha a chuva! Já passou. Olha a cobra! É mentira!

Hoje, levando a minha filha pra participar desses festejos, me sinto voltando no tempo. As brincadeiras de pescaria e arremessar bolas para derrubar as latas não mudaram. As barracas com comidas típicas também. A gente já sabe que vai comer pelo menos um salsichão e uma fatia de bolo e vai tentar ganhar alguma rifa. Os vestidos têm a mesma roda e o chapeuzinho ainda é decorado com as mesmas sianinhas coloridas. Nas escolas, nas ruas das metrópoles e nas cidades do interior, a tradição segue forte e me sinto confortada em perceber que, nesse mundo corrido e cheio de modismos, algumas coisas permanecem as mesmas.

Para esse ano, já comprei um lindo vestido, cheio de anáguas, pra ela usar nas festinhas. Talvez seja o resultado da minha animação, mas a minha pequenina de quase três anos já pediu pra fazer as pintinhas nas bochechas e está preocupada com o cabelo curto, porque mal dá pra fazer uma maria-chiquinha.

E com um sorriso, testando o diâmetro das tais pintinhas nas bochechas rosadas da Victoria, eu percebo o quão gostoso é conseguir me enxergar nela. Pra logo depois me preocupar levemente: e quando ela quiser seguir o caminho da roça? E escolher um par? E mais: quando ela crescer, será que vai trabalhar na barraca do beijo?

 

Imagem: Sheila Tostes

 

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