Eu também já estive grávida e sei como é chato passar 9 meses ouvindo conselhos de todo mundo, até de quem a gente não conhece (principalmente de quem a gente não conhece). Mesmo assim, depois do nascimento do meu filho, achei durante um tempo que sabia tudo sobre maternidade e distribuí uma dúzia de conselhos por aí (culpada). Quase 8 anos depois, dois dele fazendo o Mundo Ovo e imersa no universo materno, aprendi que existem muitas maneiras diferentes de ser mãe e que são raros os palpites capazes de funcionar em todas as casas.
Ainda assim, eu guardei um conselho, apenas um único conselho para dar para aquelas que estão entrando pela primeira vez no maravilhoso mundo da maternidade: esteja pronta para mudar de ideia.
Por mais que se planeje, a gente nunca sabe exatamente como vai ser a vida com os filhos. É uma situação nova para todos e ninguém recebe um script para decorar e aprender a desempenhar o seu papel. Além disso, o bebê não é apenas uma extensão da mãe, é um pequeno ser humano que vai nascer com personalidade e temperamento próprios.
Por isso, não crie tantas expectativas, nem se arme de verdades absolutas, você não sabe como seu filho vai se comportar, como você vai reagir, como o casamento vai se adaptar. Você pode jurar de pé junto que nunca vai ter babá, mas se o bebê não dormir, a situação apertar e essa for uma possibilidade ao seu alcance, por que não mudar de ideia e ter uma ajuda extra durante alguns dias? O mesmo vale para a situação inversa, se você achar que a presença de uma pessoa na sua casa está atrapalhando, abra mão da ajuda, por mais que a sua família ache que você está louca.
Existe um livro sobre maternidade que eu nunca li mas acho que tem o melhor título de todos: “Eu era uma ótima mãe até ter filhos“, de Trisha Ashworth e Amy Nobile. No meu caso, pelo menos, eu era exatamente a mãe do livro. Passei a gravidez inteira dizendo o que eu iria e não iria fazer, e foi tudo tão diferente… Algumas coisas foram melhores do que o esperado, outras mais difíceis. Ainda bem que abandonei algumas das certezas que tinha antes e me adaptei. Foi bom para todo mundo.
A gente constrói um ideal de mãe na nossa cabeça e fica muito frustrada quando a realidade não corresponde exatamente ao planejado. Não se prenda a isso, ser mãe é um aprendizado diário e é único para cada pessoa. A gente muda muito com a maternidade, que bom, uma de suas maiores belezas reside justamente aí.
*Crédito da imagem: Truthout.org