Mundo Ovo

Noruega: um bom exemplo de licença paternidade


Em abril desse ano, pela primeira vez um homem solteiro ganhou na justiça brasileira o direito de tirar uma licença-paternidade de 120 dias para cuidar de sua filha recém-adotada. No Brasil, a licença paternidade é de apenas 5 dias consecutivos a partir do nascimento do bebê. Acha pouco? É muito pouco sim, mas, pasme, não estamos no final da lista.  Nos Estados Unidos, o benefício simplesmente não existe, enquanto na Argentina, dura apenas dois dias.

Porém, bons exemplos não faltam ao redor do mundo. Na Noruega, a licença remunerada  com a chegada dos filhos é de 46 semanas, que pode ser utilizada tanto pela mãe quanto pelo pai. Dentre essas 46 semanas, 9 semanas (3 antes de parto e 6 depois) são reservadas para a mãe, e 12 semanas são destinadas apenas para os homens, não podendo ser transferidas. A ideia é estimular que os homens participem ativamente do cuidado com os filhos, e 90% dos pais noruegueses usufruem felizes desse benefício.

A licença paternidade norueguesa vale por três anos a partir do nascimento ou da adoção da criança. Quanto ao restante da licença, cabe a família decidir quem vai ficar em casa cuidando do filho. Se você achar 46 semanas pouco, é possível optar por tirar 56 semanas recebendo 80% do salário.

São muitos os benefícios trazidos por esse modelo, os pais criam laços mais fortes com os filhos e a diferença entre os salários entre homens e mulheres tende a diminuir, uma vez que todos dividem as tarefas igualmente e se respeitam como iguais. A Noruega inspirou outros países a repensarem a licença paternidade, como Islândia, Alemanha e Portugal. O Brasil podia entrar na corrente.

 

Crédito de imagem: salendron