Organizar as finanças pessoais é que nem dieta: toda hora tem uma tentação para nos tirar dos trilhos. Mas existem tentações piores do que outras. Do final do ano até o Carnaval, com Natal, Reveillon e férias no meio, é o pior período para economizar e fazer regime. A gente costuma gastar muito mais com presentes, hotéis, passeios, restaurantes… Tudo é uma festa. A gente se permite ser feliz! Certo? Ou essa é mais uma desculpa para gastar demais?
Munida dos meus argumentos, liguei para a psicanalista Vera Rita de Mello Ferreira, especialista em psicologia econômica e autora do livro “A Cabeça do Investidor”. E ela foi categórica: “essas são as mesmas justificativas usadas em qualquer outra época do ano.” Mas eu sou resistente, não desisto fácil. E retruquei: mas juntar Natal, férias e Carnaval é uma grande tentação! E ela me desarmou novamente, dizendo que o 13o salário poderia ter sido usado para organizar as finanças, não para atrapalhar mais ainda. E que as pessoas gastam demais porque agem por impulso e só depois justificam.
Ah, mas é Carnaval, é Natal, é aniversário do meu cachorro… É… Sempre vai existir uma justificativa para cair de boca naquele bolo de chocolate com calda de brigadeiro. Então, como a gente foge desse maldito impulso? A psicóloga me deu algumas dicas. Primeiro é ter um objetivo. Por exemplo: nas próximas férias quero ir a Nova Iorque. Então, vou me planejar, economizar e me esforçar para conquistar o objetivo. O sacrifício agora vai valer a satisfação alcançada mais na frente.
Outra dica é ter um objetivo junto com outra pessoa, que pode te ajudar a não perder o foco. Também vale sair de casa sem o cartão de crédito. Porque mesmo que o maldito impulso apareça, você tem como cortá-lo. A Vera também me disse que o cartão pode ser guardado em um lugar difícil, como um cofre. No meu caso, com muitos cadeados, para eu realmente não querer abrir o cofre! Olha o impulso!
Mas o ano só está começando pra valer agora, então ainda está valendo a promessa de ter uma vida mais organizada. E mais feliz, sem dúvida! Então, vamos deixar as desculpas de lado e organizar os objetivos que realmente importam. Cada pessoa tem as suas prioridades. Não dá para querer tudo ao mesmo: entrar numa oficina de percussão, fazer canto, meditação, dança e, ainda, organizar aquela festa incrível para o seu filho.
Escreva num papel tudo o que você gostaria de fazer. Depois corte o que não é fundamental. Mas não abra mão do que realmente te faz feliz! Uma pessoa triste gasta mais por impulso, porque precisa de uma felicidade instantânea. Não vamos perder o foco! Vai valer a pena ir a Nova Iorque. Ou entrar naquela calça que está te esperando dentro do armário.