Mundo Ovo

O futuro dos nossos filhos em duas palavras


Quando penso em educação em 2013, a primeira palavra que me vem à cabeça é motivação. Acesso à informação todo mundo tem, a internet está aí e você é livre para pesquisar sobre o assunto que quiser – Decorar é uma coisa que não faz mais sentido nenhum (algum dia fez?). Quais são mesmo os afluentes do Rio Amazonas? Digita no Google e você ainda pode ver os rios em tempo real pelo Google Earth.

O conhecimento está todo na mesa, mas o que vai fazer o meu filho gastar o tempo dele aprendendo ao invés de acessando site de gatinhos fofos não depende de ninguém além dele e da vontade dele. Claro que os pais e a escola estarão sempre ao lado orientando, mas temos que prepará-los para vida e ensiná-los como transformar a motivação em um desejo contínuo.

Aos 7 anos, meu filho já não compra mais um boneco para sua coleção de Skylanders sem pesquisar sozinho em sites em inglês (idioma que ele não domina) e assistindo vídeos no Youtube para comparar os poderes de cada guerreiro. Acho isso incrível e penso que ele precisa seguir o mesmo percurso durante toda a vida: traçar uma meta, pesquisar, obter informação para tomar as melhores decisões possíveis e encontrar maneiras para alcançar seus objetivos.

Ele gasta horas pesquisando sobre Skylanders porque quer, porque gosta, não porque eu mandei ou mesmo sugeri. Ele está motivado para isso e é um desejo genuíno, intrínseco. E é esse tipo de motivação que ele precisa sempre encontrar ao longo da vida. Como mãe, só me restar ajudá-lo a descobrir o que o mobiliza, mostrar quantas opções maravilhosas existem no mundo e oferecer recursos para que ele consiga alcançá-las.

A segunda palavra que me vem à cabeça quando penso em educação é adaptação. Meu critério para escolher a escola do meu filho, não foi a colocação no ranking do Enem ou o índice de aprovação no vestibular – não sei se vai existir vestibular ou Enem em 2023 e não me preocupo com isso. Pesquisas apontam que 75% das 500 maiores empresas do mundo em 2020 ainda não existem e que no futuro próximo as pessoas irão mudar de área – sim, de área, não de profissão – pelo menos cinco vezes ao longo da vida. Analisando essa tendência percebo que quanto menos moldado em uma direção e mais preparado para tomar decisões e se adaptar, melhor para ele.

Não se trata mais de tirar boas notas apenas, mas aprender a se motivar e a se adaptar para ir além na escola, no trabalho e na vida, encarando o desafio que surgir. Tenho pensado muito nessas questões ultimamente e tentado educá-lo nesse sentido.