Escrevo este post dentro do avião, indo para o mundo da fantasia e do consumo: Orlando. E toda vez que eu vou pra lá lembro que preciso exercitar a pessoa consciente que existe dentro de mim para não sair gastando muitas verdinhas sem necessidade e comprando em excesso. E acho que todas as pessoas que estão dentro do avião devem (ou deveriam) estar pensando a mesma coisa.
Quando eu descobri que estava grávida, minha irmã e minha mãe estavam nesta mesma rota, rumando pra terra do Mickey. E na mão uma lista de enxoval que elas tinham feito, pois eu ainda estava atordoada com a notícia e minha irmã já tinha gêmeas no currículo.
Elas foram ótimas e trouxeram exatamente o que era necessário. Mas eu achava pouco. Pesquisei as inúmeras listas de enxoval e faltava tanta coisa! Mas eu estava cercada de mães de muitas viagens que rasgaram a minha lista e foram categóricas: “você só precisa de metade dessa lista!”
E era verdade. Pra que comprar tantos bodies tamanho recém-nascido? Pra que comprar tantos sapatos para um bebê que não anda? Sim, eu sei, são lindos, mas você vai ver que ele vai ficar de meias 90% do tempo.
A Patricia já fez aqui uma lista do que você não precisa comprar de jeito nenhum. E uma lista básica de enxoval. Mas se dos seiscentos cueiros necessários você só tiver quatrocentos, não se preocupe. Vocês vão sobreviver sem passar aperto algum.
Talvez este post seja reflexo do ano-novo, quando a gente promete que vai gastar o dinheiro suado conscientemente e sem desejos nababescos. Mas eu realmente acho que as pessoas andam pirando com essa coisa de enxoval e não só compram inutilidades, mas compram em excesso. Não sei exatamente quando, mas de repente as pessoas passaram a precisar de muito. E a precisar exibir esse muito despudoradamente. E apesar de eu ter sim meus desejos consumistas, ando achando muito cafona essa coisa de exageros. Acho que, no fundo, estou desejando mais equilíbrio na minha vida. E na de todas nos.
Tá bom, tá bom, não vou cortar o barato de ninguém. Fato é que fazer enxoval, sobretudo do primeiro filho, é uma das partes mais divertidas da gravidez. Compre a sua cota de lindas e fofas inutilidades ou desperdícios disfarçados de indispensáveis. Mas não exagere, porque quando a “novidade” passar você vai estar com a casa estocada de roupas, acessórios e outros produtos, meio sem saber o que fazer. E não se preocupe: você vai passar os próximos cinqüenta anos comprando coisas para o seu filho :).
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