Venho me perguntando com frequência qual a quantidade aceitável de brinquedos para uma criança de três anos. E o quanto é muito?
Não existe nada mais cansativo pra mim do que ver o quarto da Victoria com tantos brinquedos espalhados que mal consigo entrar. A casa não é gigante e ela não tem um quarto especial só para brincar. O quarto dela também não é entulhado de brinquedos. Será que é só ela ou o seu filho também pega um balde de brinquedos e joga inteiro no chão só pelo prazer de espalhar tudo? Você também tem a sensação de que os brinquedos parecem se reproduzir em velocidade alarmante?
São os brinquedos que compramos ou ela ganha de presente, as pequenas bugigangas que ela ganha nas festinhas (e ama), os materiais de arte (carimbo, tinta, lápis, giz, hidrocor, cadernos), os inúmeros livros (ela tem uma mãe editora, isso significa mais livros ainda) e os que ela herda das primas mais velhas.
Na época do aniversário eu faço uma boa seleção pra doação. E depois da festinha, costumo guardar mais da metade do que ela ganha de presente. Mas, já faz mais ou menos um ano que eu deixei de fazer rodízio dos brinquedos, sobretudo de livros.
Mas porque estou implicando tanto com brinquedos?
1) Estou detestando excessos de todo tipo.
2) Acho que muitos brinquedos trazem uma certa dispersão pra criança que não consegue se concentrar em apenas uma brincadeira de cada vez.
3) Comerciais: até o início deste ano a Vicky ainda não havia assistido os canais infantis da TV. Ela assistia desenhos no You Tube, DVD ou Netflix. Depois que eu religuei a TV a cabo ela passou a ver os canais infantis e conheceu os comerciais. E passou a pedir todos os brinquedos que via.
4) Quarto sempre com uma cara meio bagunçada.
5) Uma certa falta de cuidado com as coisas que tem.
6) Não costumo frequentar lojas com ela e shopping normalmente é pra almoçar, ir ao parquinho, ao teatro e ao cinema. Mas, de vez em quando, passeamos. E ela quer sempre comprar alguma coisa.
E que providências eu tomei?
1) O horário do desenho na TV a cabo ficou ainda mais limitado. Também explico diariamente que “brinquedos da televisão” normalmente são brinquedos que a gente precisa pedir pro Papai Noel pra ganhar. E que ela só poderia escolher um brinquedo e pedir em uma cartinha. Quando ela questionou porque não poderia pedir mais, expliquei que o Papai Noel precisa dar presentes pra todas as crianças que existem e ele não consegue carregar muita coisa porque está velhinho. Pareceu suficiente.
2) Fiz uma limpeza ninja nos brinquedos. O que sobrou foi arrumado em caixas por categorias.
3) Deixei apenas uma pequena estante de livros no quarto dela com os favoritos e o restante está uma estante no meu escritório. Vou readotar o sistema de rodízio pros livros.
4) Deixei somente um porta lápis com giz e lápis de cor na mesinha dela e um caderno. Hidrocor, tinta e massinha só podem ser usados sob supervisão e ficam guardados no alto do armário.
O resultado foi que o quarto dela ficou mais organizado, deixei de ter brinquedos em todos os cantos da casa e eu consegui perceber também, com mais clareza, em quais brincadeiras ela está mais ligada. E incentivar algumas aptidões.
Você já chegou a uma conclusão do que parece excessivo pra você e pros seus filhos? Já percebeu se eles estão dispersos no meio de tanta informação? Quanto brinquedo é muito brinquedo? Deixe seus comentários aqui embaixo.
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