Licença Maternidade: para um mundo melhor

Estou chegando à reta final: João pode nascer a qualquer momento a partir do dia 4 de abril. A ansiedade, que antes era só uma cosquinha, começa a dar frio no barrigão! Tudo já está pronto: quarto, mala, lembrancinhas, enxoval. Os dias passam lentamente nessa espera para conhecer o meninão que em breve ocupará cada segundinho da minha rotina.

E, claro, faz parte de todo o planejamento de mãe saber sobre a Licença Maternidade. Um direito da mulher e da criança antes de qualquer coisa. Um bem para a saúde física e emocional de duas pessoas que estão se conhecendo e construindo uma relação de afeto para a vida inteira. Um momento belo e delicado para todas as mães e filhos.

Pela legislação brasileira, a Licença Maternidade é de 120 dias corridos (4 meses) e pode começar a valer a partir de 28 dias antes do parto ou da data de nascimento do bebê, um direito para todas as mulheres que trabalham e contribuem com a Previdência Social (INSS).

Atualmente, algumas categorias profissionais já adotaram a Licença Maternidade de 180 dias corridos (6 meses), conforme orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde). A OMS indica que, para saúde da criança, ela seja alimentada exclusivamente com leite materno até completar 6 meses de idade quando, então, a mãe estaria apta para retornar ao trabalho.

Essa é a luta de muitas mulheres: estender a licença de 6 meses para todas as gestantes brasileiras. Essa é uma luta minha também.

Fico muito indignada quando algumas pessoas pensam que a licença de 6 meses é para preguiçosas, que a gente vai ficar em casa “de férias” com as pernas pra cima. Esse período é de extrema importância para mãe e filho, o início do vínculo.

Quanto não seria economizado de recursos públicos de saúde se todos os bebês mamassem por seis meses? A saúde deles estaria melhor, implicando em menos gastos com médicos, remédios e hospitais.

Quantas crianças mais bem resolvidas na questão afetiva? Seres humanos mais conscientes, carinhosos e humanos.

Quantas mães faltando menos ao trabalho e mais felizes?

É certo que em alguns países a Licença Maternidade não chega nem aos 3 meses. Em outros, ela pode durar 16 meses (Suécia).

No setor público, os 180 dias já fazem parte das regras. No privado, cabe o bom senso de empresas e organizações, pois elas se beneficiam apenas com isenção fiscal no caso de adotar o prazo.

Uma pena.

Aguardo apreensiva a Lei que regulamente os 180 dias para todas. Espero que o Brasil dê esse passo à frente. Infelizmente, não podemos contar com a “humanização” das empresas nesse momento, que muito pouco pensam no bem estar social. Por isso, uma legislação é necessária.

João vai ficar comigo por 4 meses de Licença mais um mês de férias…. sei que no sexto mês temos o direito de sair uma hora mais cedo do trabalho para amamentar, mas isso não é o suficiente.

Ainda não sei o que vou fazer no sexto mês do meu filhote…

P.S.: Para não me estender muito, acabei nem falando da Licença Paternidade. Mas cinco dias corridos é tanto ridículo, não? Imaginem como esse pai se sente? Coadjuvante numa situação que diz respeito totalmente a ele também. Para se pensar…

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7 Comentários

  1. Gabriela
    31 de Março de 2014 at 11:38 — Responder

    Renata, vc ouviu falar do documentário “Com Licença”? Vale a pena conhecer e apoiar o projeto. Deixo aqui os links:
    https://www.facebook.com/filmecomlicenca
    http://www.youtube.com/watch?v=ZYsznVPuRg0
    http://benfeitoria.com/node/1152

  2. Renata
    31 de Março de 2014 at 13:51 — Responder

    Oi, Gabriela! Ouvi falar sim. Inclusive já vi o trailer. Incrível!

  3. Lidy
    31 de Março de 2014 at 17:47 — Responder

    Concordo com você. Todas as mães deveriam ter direito a pelo menos 6 meses de licença, até mesmo como incentivo a amamentação.

  4. Vanessa
    31 de Março de 2014 at 20:32 — Responder

    6 meses é o mínimo! Poucas empresas estão preparadas para lidar com este momento da mãe. Voltei recentemente de licença maternidade (fiquei 4 meses mais um de férias) e fui PROIBIDA pelo meu chefe de utilizar esta 1 hora a que temos direito por lei!!! Não tive o mínimo apoio quando precisei de um local para tirar leite para o meu filho e ainda tive que ouvir que a empresa foi uma mãe em aceitar a minha gravidez…E olha que não estou falando de uma empresa fundo de quintal, falo de uma empresa líder no segmento que atua. Óbvio que já não estou mais lá. Triste, muito triste….

  5. Victor Pozzi Bastos Duarte
    1 de Abril de 2014 at 17:00 — Responder

    Serei pai de uma princesinha daqui a 2 meses e eu e a mãe já estamos angustiados só de pensar nessas licenças ridículas!!!
    Minha mulher terá somente os 4 meses (e mais 1 de férias) e, após isso, teremos que nos desdobrar para podermos trabalhar sem nos ausentarmos para a nossa pequena!!!
    Quanto a mim, não consigo me conformar que terei somente 5 dias ao lado da minha princesinha….é de rachar o coração…..
    Esse é o país em que vivemos…..INFELIZMENTE!!!

  6. Michele Huch
    1 de Abril de 2014 at 17:20 — Responder

    Estou em licença de 6 meses… Viva!!! A minha pequena fará 4 meses no próximo sábado e o coração já vai ficando apertado… Cada dia que passa é UM DIA A MENOS. Sou professora 40 horas na rede Estadual no RS, e terei 1 hora de almoço apenas… Imagino a correria e já começo a ficar apreensiva, fora que o salário maternidade tem tantos descontos que aff, daria um novo post. Boa sorte pra ti e pro teu bebê… E para todas as mamães que assim como eu, em breve irão retornar as atividades profissionais!!!

  7. Bianca
    5 de Maio de 2014 at 15:44 — Responder

    Li esse texto hoje: http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2014/05/03/licenca-maternidade-impede-o-progresso-que-a-mae-trabalhe-e-o-bebe-tambem/

    Muito triste essa realidade! Estou grávida de gêmeos e é o cumulo uma licença de 4 meses para mim e de 5 DIASSSS para meu marido…
    Ainda acredito que isso mude, pelo menos para 6 meses!

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