Mundo Ovo

Mãe de todos


Ouvimos de todos os cantos que amor de mãe é único, incomparável. Ouvimos que só quando parirmos saberemos o que é essa loucura. Ouvimos muitas coisas sobre a relação mãe e filho. E muitas coisas que ouvimos são verdade.

Quando o João nasceu, aos poucos fui sentindo tudo isso. O coração aquecendo, os olhos brilhando, um amor tão grande que até dói. Dava vontade de esmagar a cria o dia inteiro!

Foram cinco meses de convívio diário e intenso. 24 horas de chamegos, choro, fraldas, mamadas, risadas e pouco sono. Uma rotina intensa e incrível. Foi difícil a separação após o término da licença maternidade. Chorei. Pensei em parar de trabalhar. Queria ficar com ele mais tempo. Mas não pude. Infelizmente.

Comecei a sentir o coração apertado todo dia de manhã ao deixá-lo, pensava em como ele estaria, se precisava de mim. A gente não sossega mais depois do nascimento de um filho. Choro, me emociono e vou trabalhar pensando em voltar pra casa.

E esse amor fica tão grande, tão imenso, que eu comecei a me preocupar com literalmente todas as crianças que encontro. Dói ver crianças na rua, saber de notícias de maus tratos, abandono. Parece que agora eu sou mãe do mundo. Quero cuidar de todos.

Fico pensando se todas as mães se sentem assim… Será? Se sim, como a humanidade chegou ao ponto em que está? Tantas guerras, violência e maldade. Se no meu peito só cabe amor, nos das outras mães é igual? Sinceramente, não sei. Ando com um turbilhão de perguntas na minha cabeça. Gostaria de um mundo melhor para o João e as outras crianças. Que todas tivessem amor e a oportunidade de serem felizes. Eu realmente me sinto hoje a mãe de todos. E é tanto amor que não cabe…

 

Imagem destacada: Philippe Put