Ouço o chorinho da bebê da vizinha e hoje, mais do que qualquer outro dia, meu coração aperta. Choro junto. É um choro de despedida, sempre. O dia 4 de novembro foi o dia em que minha mãe partiu desse mundo há 5 anos, sem que desconfiássemos, sem eu dizer adeus. Há 4 anos, eu me despedi de mim como me conheci por 39 anos. Um ano depois, no dia 5 de novembro de 2010, renasci com meu filho em meus braços – também sem sinal de que ele chegaria, a data prevista era só dia 18.
A cada dia 4 de novembro eu me despeço.
Me despeço do menino que chupava chupeta, mas que ficou tão grande que ela ficou pequena demais para ele.
Me despeço das fraldas, feliz, mesmo que algumas noites ainda sejam molhadas.
Me despeço da última dobrinha do braço, que agora é longilíneo.
Me despeço, com coração apertado, por ter cedido e deixar que ele agora use a condução da escola. Como ele mesmo diz, já é menino grande.
Me despeço da mamadeira e dou olá para pratos e copos e talheres que não são de plástico.
Passamos pelos “terribles twos” e chegamos ao “worderful threes”. Adam mudou muito e eu mudei também. Ele continua um dos meninos mais sorridentes e felizes que eu conheço. Continua amando queijo e banana, mas descobriu o delicioso sabor de amêndoas e do chocolate. A música ainda tem lugar em seu coração e mesmo quando envolvido nas mais loucas corridas entre carros e Transformers, para quando ouve os primeiros acordes de “Hakuna Matata” ou “Eu me remexo muito”. Te amo filho!!
Olá, 4 anos, que surpresas você me traz?