Mundo Ovo

Porque as mães engordam?


Futuras mamães normalmente engordam na gravidez. Não se sinta culpada. Faz parte do processo. Se você conseguia sobreviver comendo maçã, água e vento antes da gravidez para poder comer um brigadeiro no final de semana, pode desistir desse estilo de vida. A verdade é que uma boa alimentação na gravidez é parte do caminho para se livrar de chateações comuns na gravidez como anemia e intolerância a lactose. E isso significa uma dieta balanceada com muita comida de verdade e nada de enganações, lights, diets e adoçantes. Barrigão explodindo, você se cuidou bastante, engordou aqueles 10 quilinhos protocolares, bebê nasceu e você eliminou todos eles e mais alguns nas primeiras semanas após o nascimento do filhote. Delícia, né? Olheiras à parte, você tá uma sílfide.

No meio da sua jornada para ser a mãe mais gostosa do planeta, algo dá errado e você começa a engordar sem nem perceber. Porque né? Você continua sem dormir e mal tem tempo de olhar no espelho. O que está acontecendo? Será que são hormônios?

Querida leitora, se existe uma coisa que eu entendo é de dieta e como elas dão errado. Estou a muitos anos brigando com a balança e, confesso, tomando uma surra dela. Você quer saber o que está dando errado? As minhas teorias são:

1) Amamentar não emagrece ninguém: é fato que amamentar faz com que você gaste muita energia. Mas se você comer mais do que está gastando não adianta nada. Pra aproveitar verdadeiramente esse benefício de gasto extra de energia, amamente em livre demanda e costure a boca com zíper. (Difícil é segurar a ansiedade dos primeiros meses, com falta de organização e trabalho triplicado. Mas é possível).

2) Você vira uma lixeira: bebê cresceu, tá comendo comida normalmente. Mas ele nunca come tudo. O que você faz? Come o resto. Ele tá demorando demais pra comer e você colocou comida demais no prato dele. O que você faz? Dá aquela ajudinha básica: uma colherada pra você e outra pra ele. Posso te falar só uma coisa? NÃO. Cada um com seu prato e ponto final.

3) Você passou a visitar as prateleiras de guloseimas no supermercado: Você é uma mãe consciente e na despensa do seu filhote não entram os biscoitos proibidões. Você compra pra ele aquele polvilho, um biscoitinho de maisena e olhe lá. Mas depois de anos lá está você, visitando as prateleiras de biscoitos que você julgava que nem existiam mais. E ainda você, que venceu o vício do biscoito recheado ainda na adolescência, viu a tentação do capeta pular no seu carrinho não uma, mas muitas vezes e quando percebeu, viciou de novo. Seu filho nunca viu esse biscoito antes, porque você tem o cuidado de comer de madrugada, escondida, no escuro. Outro erro.

4) Você passou a frequentar o maravilhoso mundo das festas infantis: Festas infantis, para adultos, é sinônimo de se empanturrar de mini pizza, cachorro-quente e brigadeiro. Mesmo que a festa tenha menu mais saudável, tenho certeza que você vai ingerir muito mais carboidrato do que deveria. A solução? Coma antes de sair de casa. Peça pra sua nutricionista um lanche S.O.S. pré-festa de aniversário de criança. E não saia de casa sem seguir à risca. Mas se você ama mesmo salgadinho, é capaz de acabar comendo duas vezes. Aí repasso aqui a dica que minha nutricionista me deu há muitos anos atrás: cada vez que a bandeja passar, faça uma conta mental. Aceite um e rejeite quatro. Você vai comer menos. E faz um esforço descomunal pra não levar um copinho de brigadeiros e uma fatia de bolo pra comer mais tarde. Enfiou o pé na jaca na festinha? Não tem porque perpetuar a jacada dentro de casa.

5) Você se desorganizou: Nove entre dez mães (porque tem sempre aquela que é perfeita né minha gente?) se desorganiza com os cuidados do lar depois que os filhos nascem. Depois de um tempo você passa a operar no caos com dignidade mínima, mas sua vida jamais será a mesma. E aí que falta tudo né? Do papel higiênico ao pão. E numa noite qualquer de terça-feira, você se vê com arroz e ovos na geladeira, mas nenhuma carne moída no freezer pra fazer aquele mexidão correndo. Você faz um ovo mexido com arroz e uma cenoura ralada que tava escondida atrás da cebola pra criança jantar e pra você sobra jantar pipoca de microondas e refrigerante zero. A solução? Infelizmente não existe o milagre da multiplicação da comida na geladeira. Ou você se organiza ou não vai conseguir entrar na linha. Como eu resolvi? Abri mão do supermercado do mês e passei a cronometrar o meu tempo útil. Faço meu hortifruti aos sábados assim que eu saio da academia. E nas sextas-feiras eu faço supermercado em exatos 20 minutos depois da análise (que eu faço na hora do almoço estendido). Cozinho uma manhã ou tarde do final de semana tudo o que vou precisar por quinze dias e congelo. O resultado? Raramente faltam mantimentos no meu lar e tem sempre algo congelado prontinho e feito por mim. O lado ruim? Passei a gastar mais com o mercado, porque passei a comprar mais fragmentado. Mas está sendo um bom investimento na minha sanidade mental.

Porque pensei em tudo isso? Por que eu resolvi que eu quero não só estar viva, mas também ser feliz. E isso significa estar feliz com meu corpo. De seis meses pra cá eu passei a falar mais abertamente sobre isso com meu analista, encarei a academia com seriedade e sem vergonha e passei a ler um bocado sobre o assunto. De um mês pra cá eu voltei pra minha nutricionista com o rabo entre as pernas e uma vontade genuína de encontrar o caminho de volta. Brinco com minha personal na academia que meu objetivo é vencer no #projetobanhazero. Devagar e sempre. E por isso, refletir bastante sobre o assunto é fundamental.

E olha só, gente! Eu aceito dicas, sugestões, palavras de incentivo e abraços virtuais. Me conta de você? Quais as suas teorias sobre o assunto?