Dados da Sociedade Brasileira de Pediatra indicam que em cada mil bebês nascidos vivos, de oito a dez podem apresentar malformações cardíacas congênitas e, desses, dois podem apresentar cardiopatias graves, onde há necessidade de intervenção médica o mais rápido possível. No último dia 1o de junho foi publicado no Diário Oficial a obrigatoriedade de incorporar a oximetria de pulso – teste do coraçãozinho, como parte da triagem Neonatal no Sistema Único de Saúde – SUS. O ideal mesmo seria que todas as grávidas pudessem realizar um ecocardiograma fetal, capaz de diagnosticar ainda na gestação, permitindo uma programação de parto em um hospital que tenha estrutura para atender mãe e filho – em alguns casos há necessidade de realizar cirurgia no bebê ainda nas suas primeiras 24 horas de vida. Infelizmente esse exame exige equipamentos e profissionais especializados, tornando impossível sua realização em grande parte da população, seja pelo custo elevado, ou pela ausência de equipamento e material humano.
O que é o Teste do coraçãozinho?
Trata-se de um exame que deve ser realizado no recém-nascido após as primeiras 24 horas de vida e antes da alta hospitalar para detectar cardiopatias congênitas críticas. Os níveis de oxigênio no sangue do bebê são medidos por meio de um aparelho chamado oxímetro. Diversos estudos publicados recentemente em revistas especializadas como a “Pediatrics” e “The Lancet” comprovam a eficácia do teste (Small Hearts). Muitos países já adotaram o teste na tentativa de minimizar o número de óbitos causados por cardiopatia congênita grave não detectada precocemente. O teste do coraçãozinho é indolor e não invasivo.
Como é feito?
O oxímetro é colocado no membro superior direito e em um dos membros inferiores. Para a adequada aferição, é necessário que o recém-nascido esteja com as extremidades aquecidas.
O oxímetro de pulso é um sensor que utiliza uma fonte de luz para medir o oxigênio no sangue. Essa luz passa através da pele e mede a quantidade de oxigênio no sangue. O teste é rápido e dura no máximo 5 minutos.
O resultado:
Normal: Quando a saturação periférica é maior ou igual a 95% em ambas as medidas (membro superior direito e membro inferior) e diferença menor que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior.
Anormal: Caso qualquer medida da SpO2 seja menor que 95% ou houver uma diferença igual ou maior que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior. Caso aconteça, uma nova aferição deverá ser realizada após 1 hora. Se o resultado for confirmado, um ecocardiograma deverá ser realizado dentro das 24 horas seguintes a fim de se descartar a possibilidade de cardiopatia congênita grave.
O diagnóstico e o tratamento precoces, são fundamentais para preservar a vida dos bebês que venham a nascer com essa condição.
NOTA IMPORTANTE: Este teste apresenta sensibilidade de 75% e especificidade de 99%. Sendo assim, algumas cardiopatias críticas podem não ser detectadas através dele, principalmente aquelas do tipo coartação de aorta. A realização deste teste não descarta a necessidade de realização de exame físico minucioso e detalhado em todo recém-nascido, antes da alta hospitalar.
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