Mundo Ovo

Tudo o que você queria saber sobre os Cruzeiros Disney

Fazer um cruzeiro nas festas de final de ano foi a maneira que eu escolhi para celebrar a chegada de 2014, que eu estava esperando com ansiedade. Como estou no clima de mudanças, nada melhor do que fazer algo novo. Desde o meu retorno ao Brasil que meus amigos me perguntam sobre cruzeiros, e principalmente sobre os cruzeiros Disney. E aqui eu conto tudo sobre minha primeira experiência (e desde já peço perdão pelo longo post que mais parece o Tratado de Tordesilhas, mas quis fazer um be-a-bá pros iniciantes).

Porque fazer um cruzeiro?

Eu não sabia bem o que esperar, já que era meu primeiro cruzeiro, mas sabia que precisava descansar. O legal de um cruzeiro é que você pode escolher fazer tudo ou não fazer nada. Eu queria aproveitar um pouco, mas também queria ter meus momentos de ócio. Estar em um navio oferece tudo isso.

Por que um cruzeiro da Disney?

Sem qualquer experiência com cruzeiros, eu não queria passar por nenhum desconforto e nem me sentir insegura. Já li maravilhas sobre passeios de navio, mas também li sobre todos os problemas que passageiros podem enfrentar quando fazem uma viagem deste tipo. E é aquela coisa né? Você não consegue abandonar o barco antes do tempo. E, confiando na excelência dos serviços Disney, aliado ao fato de que estava viajando com minha pequena de três anos e também com a minha mãe, preferi não arriscar em uma companhia que eu não conhecesse.

Como escolher o seu navio?

Nosso navio foi o Magic, que escolhemos tão somente por causa da nossa necessidade de agenda. Mas valeu a pena porque o Magic é o navio mais antigo e foi completamente renovado para este final de ano e está tudo novinho e lindo. A decoração é toda art decó (fake), e a cenografia é perfeita. Mas para simular navios, datas, portos de partida e quantidade de dias, entre no site (em inglês) e comece a fazer a sua simulação.

Cercada de Mickey por todos os lados?

Eu adoro a Disney tanto quanto você. Mas confesso que chega uma hora que tanta magia acaba enjoando. Se você pensa como eu, vai se surpreender. Apesar de você perceber “as orelhinhas” em detalhes aqui e ali, o Mickey vestido em trajes navais não te tira da cama e você também não é bombardeado com personagens da hora que acorda até a hora que dorme. Achei tudo até bastante discreto. Todos os deques têm personagens num cantinho pra você tirar foto em horários pré-determinados, mas também é bem fácil caminhar pro outro lado se você não quiser fazer isso no momento. Isso não se aplica, é claro, pras atividades infantis e adolescentes, cinema (estava passando Aviões, Saving Mr. Banks e Frozen) e teatro (as peças variavam entre Let the magic begin, Disney dreams, Remember the magic, Twice charmed e Villains tonight). O cinema é 3D e os shows ao vivo, você jura que desembarcou na Broadway!

Como escolher a sua cabine?

Posso falar sinceramente? É tipo escolher resort da Disney. Entre os mais baratos e os mais caros, a diferença é 5m2 e uma pia a mais, sabe como? Não sei se vale a pena investir tanto. As categorias são as seguintes:

Na categoria seguinte, eles oferecem quartos família e suítes conciérge que chegam até 100m2. Mas aí é a diferença entre você pagar 1600 dólares para uma família de 3 pessoas em uma cabine como a minha e 6000 dólares. Tudo depende do tamanho do seu bolso e da sua vontade de conforto. Eu fiquei muito satisfeita com a minha escolha e não trocaria nem pelo mais barato e nem pelo mais caro. Achei a minha cabine deluxe com janelona ideal para o que eu precisava. Faça um comparativo mais detalhado entre as cabines, aqui.

O roteiro

Nosso roteiro foi escolhido por data. Nosso objetivo era estar dentro do navio na virada e saindo de Miami, então fizemos o cruzeiro de três noites no Disney Magic. Vale dizer que três noites no fundo também significam três dias, porque o quarto dia não é aproveitado, já que você desembarca logo após o café da manhã. Nosso roteiro incluiu Nassau (Bahamas) e Castaway Cay (a ilha da Disney).

Nossa saída

Saímos do Rio no dia 29/12 em um voo noturno e chegamos em Miami às 5 da manhã. Como o embarque era só às 11 horas, fizemos tudo com muita calma, tomamos um longo café da manhã e acabamos deixando as malas no maleteiro do aeroporto (Terminal E – 2º piso ao lado do hotel), pois eu teria que buscar o carro no aeroporto de qualquer maneira. Mas foi burrice, porque o porto fica do lado do hotel onde nos hospedamos depois, que ficava ao lado do Hotel Intercontinental, onde tinha uma loja da Alamo. Então perdi um tempo naquela fila imensa da Alamo no aeroporto e ainda paguei muitas doletas pra deixar as malas estocadas. Mas você já aprendeu com a minha estupidez e fará melhor! O porto fica em Downtown, então se você vai seguir viagem e se hospedar em Miami escolha um hotel em Downtown ou South Beach, em ambos os lugares tem lojas de carros onde você pode retirar o seu. Pesquise.

O check-in

Chegamos lá pontualmente às 11 horas. Logo na chegada tem uma pessoa te esperando pra recolher sua bagagem. Você vai receber uma correspondência na sua casa com uma brochura explicando tudo sobre o cruzeiro e tags de mala com o número do seu stateroom (cabine). Coloque nas suas malas e entregue para o moço sem medo, elas serão, posteriormente, entregues no quarto até duas horas após saírem do porto. O navio sai pontualmente às 16 horas. O check-in em si não demora muito, mas vale a pena evitar o horário que chegam os ônibus da Disney (que vêm do aeroporto), porque a fila fica imensa.

 Relax no navio

Depois que você embarca, vai pra sua cabine, se refresca e se acomoda, a vida é só festa e nunca mais você vai precisar carregar carteira, bolsa etc. Basta andar com o seu cartão e tudo será debitado no cartão de crédito que você deixa pré-autorizado no momento do check-in. Pra saber o que fazer, o camareiro deixa todas as noites um jornalzinho batizado de Personal Navigator. Lá tem toda a programação do dia, as atividades pras crianças e jovens, quais personagens aparecerão em qual lugar, enfim… Deixa você por dentro.

 Cuidados extras

Uma das primeiras providências é colocar uma pulseira magnética que contém todas as informações do seu filhote, caso vocês se percam. Também necessário para deixá-lo no clubinho. Você pode ficar com a pulseira pra sempre; ela custa US$ 12,95 e poderá ser usada em todos os seus cruzeiros (mas não nos parques e resorts). Se você devolver, eles te devolvem o dinheiro no cartão – basta entregar em um guichê do guest services.

 Clubinhos

No Magic, o Oceaneer Club e o Oceaneer Lab abrigam crianças de 3 a 12 anos. Mas, de verdade, é bacana mesmo pras crianças até uns 7-8 anos, depois achei meio bobinho. Os mais velhos gostam mesmo é de ficar no arcade (fliperama) ou explorar o navio em bandos que se formam rapidamente, independentemente da sua nacionalidade. Fiquei meio tensa com a possibilidade de largar Vicky no clubinho sozinha. Achei que a língua fosse ser uma barreira (mas não foi), achei que ela não faria amigos (mas fez) e achei que ela ficaria com medo (mas não ficou). Eu perguntei se ela gostaria de ficar sozinha, ela disse que sim. Pedi um beijo, ela revirou os olhos, suspirou e me disse um “ai, mãe” e eu saí com a desconfiança de que ela tinha 13 anos e não 3. Tudo bem. O clubinho funciona das 9 da matina até a meia-noite, então se você quiser, pode almoçar com os pequenos, desovar no clubinho e depois almoçar com a calma que você merece pra degustar toneladas de coquetel de camarão, torta de siri, outras gostosuras e arrematar com todo tipo de sobremesa. Gordelícia total.

O clubinho também é uma boa alternativa pra você poder passar para o “outro lado”, que é a área privada só para adultos. Lá tem piscina exclusiva, hot tub, spa (não incluído no preço) e um bar daqueles com cara de filme americano. Também tem um pub com cara de sports bar com uns drinks ótimos. Se seu filho não quiser mesmo olhar pra sua cara (carinha triste), você pode até fazer reservas no Palo, restaurante exclusivo para adultos (não incluído no preço).

Gente de todo o mundo

Claro que os brasileiros estão entre os principais visitantes dos navios Disney. Pra onde você vira tem alguém falando português. Mas ainda sim tem muita gente de todos os lugares dos Estados Unidos e bastante gente da América Latina em geral. Como em tudo da Disney, os funcionários são de todos os lugares do mundo e você acha funcionários que falam português. A Beth, que recebeu a Victoria em seu primeiro dia no clubinho, foi uma simpatia sempre que a encontrávamos.

 Fazendo as refeições

 Está tudo incluso, tirando bebidas alcoólicas e drinks especiais. O café da manhã é buffet, o almoço pode ser buffet ou a la carte dependendo de onde você almoçar. O jantar é sempre a la carte e a comida é bem sofisticada e servida no esquema: entrada, salada ou sopa, prato principal e sobremesa. O menu infantil é meio sem-graça e eu tentava incrementar pedindo algo do menu dos adultos, ou dividia o meu com ela. Mas as sobremesas eram gostosas e Vicky se fartou de tanto sundae e picolé do Mickey. Acho que você pode repetir o que quiser, mudar o que precisar, mas a gente sempre ficou muito satisfeita. E entre as refeições principais você ainda pode comer pizza, tomar sorvete, comer sanduíche, batata frita e tomar todo o refrigerante, sucos prontos, chá, café a água que quiser nas estações localizadas no deque da piscina.

Lojas

Por mais incrível que possa parecer não existe uma loja a cada tropeço, e elas só abrem depois das 18 horas. Sugiro não esquecer nada, pois o preço das amenidades (protetor solar, hidratante, pasta de dente, etc.) é o dobro de uma farmácia regular. Já falei sobre o merchandising exclusivo dos navios aqui. De uma forma geral eu não sou muito fã do merchandising Disney. Acho tudo bem caro e de qualidade mais ou menos. Comprei besteirinhas pra Vicky e nadinha pra mim. Depois fomos aos parques e eu percebi que alguns produtos em comum, como fantasias das princesas, custavam em média 30% mais caro no navio. Mas os disneymaníacos não resistem, eu bem sei.

Os desembarques

Em um cruzeiro de três dias, achei que não valia a pena descer em Nassau. Li bastante sobre a cidade e os posts de outras famílias viajantes, mas quisemos ficar no navio e curtir o que eles tinham pra oferecer. Talvez se o meu cruzerio fosse mais longo eu passearia pela cidade. Muita gente não desceu também. O dia estava bonito e as piscinas estavam cheias.

Já em Castaway Cay (Cay = Key na pronúncia) fizemos questão de descer. O Capitão Gancho estava lá pra saudar as crianças. Tiramos muitas fotos ao lado do navio, claro. Depois pegamos um trenzinho e desembarcamos na primeira praia, destinada às famílias. Logo na entrada tem estações com lojinha (muitos brinquedos de praia para os pequenos, toalhas de praia e produtos da ilha), banheiro, chuveirão (Victoria já voltou pro navio de banho tomado) e toalheiro (você pega toalhas secas e depois, antes de embarcar, devolve as toalhas e não precisa voltar com elas pro navio). Tem também um correio e você pode postar cartões postais com o selo da ilha!

Na praia muitas espreguiçadeiras, barracas de praia e aquele marzão parado, gelado (brrrr) e salgado que só o Caribe oferece pra gente. Ao lado tinha um restaurante estilo casual, com costelas, espiga de milho, batatas, legumes, hambúrguer e mais um monte de coisa gostosa. Tinham barracas com frutas, iogurtes e cereais. Garçons ofereciam drinques deliciosos a todo o momento e o máximo de esforço que eu fiz naquele dia foi escolher qual o rum iria na minha piña colada. Victoria se esbaldou de tanto correr e brincar de fazer castelos e por fim deitou numa toalha e capotou por 2 horas! Foi realmente um dia especial!

Internet e telefone

Eu se fosse você, se preparava pra ficar uns dias completamente offline. Se você usar o seu telefone brasileiro, vai pagar o roaming internacional. SMS funcionava normalmente. Muita gente compra chip pré-pago americano, mas não sei te dizer se ele funciona em alto-mar.  Ouvi uma família americana reclamando que o telefone não funcionava em alto-mar, só quando atracava. Eles oferecem um serviço chamado cellular at sea, que funciona com a maioria das companhias americanas. Mas paga-se como roaming internacional. Já a internet custa um milhão de dólares (varia de 0.30 a 0.75 centavos de dólar por minuto), eu nem cheguei perto dela. Eles possuem Internet Cafe em dois andares do navio e wireless na sua cabine.

Desembarque

Esse era outro medo meu. Imagina desembarcar 2700 pessoas de uma só vez? Já tinha ouvido relatos de gente que demorou 5 horas pra conseguir desembarcar de um navio. Mas no dia anterior eles recomendam que você faça as malas e fique somente com o que vai precisar das 22h até a hora do desembarque, que acontece até as 10 da manhã. Você tem até as 22 horas para deixar suas malas do lado de fora da sua cabine, devidamente etiquetadas. Eles recolhem pontualmente. No dia seguinte você toma café da manhã no mesmo restaurante designado para o seu último jantar no first ou second seating. De lá você passa pra recolher as suas fotos (se já não tiver feito isso na noite anterior) e já corre pra desembarcar de posse do seu passaporte e formulário de alfândega. Você entra novamente em território americano e pega suas malas na esteira rolante. Tudo tão ridiculamente organizado que demoramos 15 minutos, no máximo, entre entrar na fila pra desembarcar e estar de posse das nossas malas. Na hora que lemos as instruções, achamos o esquema meio “militar”, mas só assim mesmo pra coisa funcionar perfeitamente. Thumbs up!

Saindo do porto

Tem ponto de taxi (e ninguém perguntou a idade da Victoria) e de lá rumamos para o aeroporto pra catar carro, mala (já te disse que foi uma burrice fenomenal?) e começar a segunda parte das férias. Se alguém for de novo, convida a gente? Estamos com saudades!

Confira aqui a nossa galeria de fotos 

Pra saber mais sobre o Disney Magic e a obra que modernizou o navio