Escrevo esse post as 3:30 da manhã, depois de trocar o lençol da minha cama não uma, não duas, mas TRÊS vezes na mesma noite. Não, eu não estou de bom humor. Desculpa. Aliás, pra ser bem honesta, eu tô com um pouco de vontade de chorar.
Veja bem, o Rio de Janeiro está desafiando a nossa sanidade mental com as mais altas temperaturas já registradas nos últimos zilhões de anos. Rio 40 graus, já virou Rio 50 graus faz tempo. A criança, recém-desfraldada (desfralde noturno aconteceu em outubro), estava indo super bem, mas com o calorão, ela passou a beber mais água – quem tem coragem de regular a água de uma criança nesse calor dos infernos? Os especialistas dizem que o ideal é desfraldar a criança no verão, pois no inverno elas fazem mais xixi. Mas acho que esses especialistas esqueceram de avaliar o aumento de ingestão de água no verão. O duo ar-condicionado + chupeta também faz com que a boca fique seca e ela anda pedindo água mesmo de madrugada nos últimos dias. Regulo a quantidade, dou um dedinho, mas eu acho que não dá para dizer não para qualquer ser humano que peça água.
Eu durmo tarde, então levo ela com alguma frequência ao banheiro entre 10 da noite e três da manhã. Depois, salve-se quem puder. Mas hoje, especialmente, eu dormi cedo, pois uma enxaqueca acabou com a minha vontade de viver. O resultado foi esse: ninguém dormiu de verdade – nem eu e nem ela. Foi um festival de troca de lençol e nem os travesseiros se salvaram. Por fim ela dorme (mal, pois não está conseguindo relaxar) e eu, acordadíssima. Já disse que eu tô com vontade de chorar?
Ainda assim, quero lembrar a vocês, queridas mães com filhos em idade de desfralde, que isso também é uma fase e vai passar. E para descontrair, quero compartilhar algumas boas dicas para sobreviver ao período do desfralde noturno com o mínimo de dignidade.
1) Não economize nos forros: compre forros de malha ou microfibra com um lado de plástico em uma loja de roupas de cama para salvar o seu colchão. Se a cria dorme com você, compre para todas as camas da casa. Compre forros para os travesseiros. Nem eles se salvam.
2) Invista em mais lençóis: se a sua casa, como a minha, tem um número limitado de roupas de cama, considere comprar mais um estoque. Pelo menos dos lençóis de baixo. E com elástico, porque é mais fácil de trocar no meio da madrugada com só um olho aberto.
3) Pare de nojinho: se o seu filho dorme na própria cama e fez xixi na madrugada, leva ele para dormir com você e problema resolvido. Se você não curte essa ideia e quer deixar ele por lá mesmo e tiver com preguiça de tirá-lo da cama, coloque duas toalhas em cima do xixi e amanhã você resolve isso. Se a criança dorme com você – como é por aqui –, coloca uma toalha em cima do xixi e puxa a criança pra bem pertinho de você. Se houver um marido na equação fica mais difícil de seguir essa dica. Não importa a sua configuração, lembre-se sempre que madrugada não é hora de frescura. O importante é voltar a dormir o mais rápido possível.
4) Misturinha esperta: mesmo com forro, fica sempre um cheiro insistente de xixi no ar. Por isso, no dia seguinte esfregue uma misturinha de álcool com uma pitadinha de água de passar e deixe evaporar e só depois recoloque o lençol no lugar. Pelo menos para dar uma sensação fictícia de refrescância. Prepare a mistura com antecedência e coloque em um borrifador. Deixe à mão.
5) Controle a neurose: sei que todas somos divas domésticas, mas em uma situação de hecatombe como essa que eu estou vivendo hoje, você vai se ver com lençol de um jogo, forro de outro jogo, fronhas de um terceiro jogo e a pontinha da sua colcha mergulhou no xixi. Sobreviva e vá dormir. Um dia você acerta essa confusão de padronagens.
6) Não sucumba ao mau humor: cometi a asneira em uma madrugada dessas de soltar um palavrão mal humorado. Vicky percebeu a minha irritação e passou um tempo pedindo desculpas e chorando a cada vez que fazia um xixi na madruga. Precisei conversar com ela, dizer que ela estava aprendendo e era assim mesmo, não tinha problemas. Ela ainda não relaxou por completo. Por isso controle-se, pois você não quer deixar seu filho inseguro e triste por conta dos inevitáveis acidentes.
7) Controle o relógio: tirar a mamadeira da madrugada, regular a ingestão de água pelo menos duas horas antes de dormir ajuda mesmo a deixar a cama sequinha. Depois de alguns acidentes você vai saber exatamente a frequência que deve acordar para levar a cria ao banheiro. Vicky bebe muita água, nem sempre conseguimos controlar a ingestão de líquidos na hora de dormir, e o que funciona (em circunstâncias normais) é: ela faz xixi sozinha antes de deitar (mais ou menos 21h); eu levo ela dormindo (prepare as costas) em torno de 1 da manhã e depois quando ela acorda de manhã (tipo 8 horas), ela vai ao banheiro e faz um xixi super comprido. Logo no início eu ainda levava ela tipo 3 da manhã, mas já não estava mais fazendo isso há um mês. Vou voltar porque com esse calor, estão rolando mais acidentes.
8) Não deixe a exaustão tomar conta de você: eu acho que devemos adiar o desfralde, diurno ou noturno, até que você tenha certeza de que estão ambos preparados para isso. Eu não estava preparada para lidar com o desfralde noturno e demorei mais de um ano entre o desfralde diurno e noturno e tudo bem. Mas, há não ser que haja algum problema mais sério, você não deve voltar atrás por conta de acidentes frequentes. Vença a exaustão, porque é sim muito cansativo, e vá em frente. Lembre-se que, normalmente, a criança só vai acordar espontaneamente depois dos seis anos, então amiga, vai demorar um tempo até você dormir sem essa preocupação na sua cabeça.
9) Chore: não tenha vergonha. Ter filhos e educá-los é muito difícil. Chore e tudo bem. Ninguém está vendo porque todos dormem. Menos você.
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