Andadores para bebês são coisa do passado. E eu não estou falando de um passado recente. O primeiro registro de um andador, data de 1440 (Holanda) e desde sempre pais oferecem andadores para os seus bebês para ensiná-los a andar ou como forma de deixá-los com mais mobilidade e também entretidos. Afinal, pais também têm outros afazeres além de olharem embevecidos para os seus filhos o dia todo (rá!).
Olhem que interessante!
E você imagina que uma coisa tão antiga evoluiu tecnologicamente para ser absolutamente seguro para o seu filhote, certo? ERRADO!!!!!!!!
Os andadores são condenados em diversos países em todo o mundo e por todas as grandes organizações mundiais de prestígio como a Academia Americana de Pediatria, KID e CPSC.
O Canadá foi além e, em 2004, se tornou o primeiro país do mundo a banir a venda, propaganda e importação de andadores e qualquer família que use pode ser multado em até 100 mil dólares ou até seis meses de prisão. No Brasil apenas um modelo (aquele tradicional que a criança caminha sentada) foi proibido em 2013, após uma ação movida pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Mas ainda existem três modelos que são largamente comercializados no país. Em alguns países, como a Turquia, o uso do andador é tão disseminado entre as famílias que mais de 75% dos bebês usaram andadores em algum momento de seu desenvolvimento.
Mas você sabe a razão de todo esse rebuliço? Listamos aqui os principais problemas com o uso do andador.
- O andador ensina a criança a caminhar errado e com as pernas flexionadas, o que leva a encurtamento do tendão.
- Há estudos que comprovam que os bebês que usam andador demoram mais tempo para caminhar porque afeta o desenvolvimento psicomotor.
- As rodinhas dos andadores faz com que crianças andem rápido demais para sua idade. Como a coordenação motora ainda é falha, as crianças caem com muita frequência. Essas quedas são muito perigosas, pois os bebês caem em velocidade e frequentemente batem a cabeça. Como não possuem caixa craniana, essas quedas provocam risco de vida.
- As rodinhas são mais velozes do que a nossa capacidade de os salvar em locais perigosos como piscinas, janelas, escadas e rua.
- Com os andadores, eles se sentem “destemidos” para saírem desembestados por aí. O resultado é que estão sempre dando trombadas nas paredes e objetos indiscriminadamente.
- Com o andador os pais se sentem seguros e deixam de prestar tanta atenção aos bebês e se distraem fazendo outras coisas. É nessa hora que a maioria dos acidentes acontece.
- Nos andadores os bebês passam a ter acesso facilitado a fogões, material de limpeza, vaso sanitário etc. Pense que são bebês e que estão eretos antes do tempo deles. Precisamos mesmo estimular nossos bebês a andarem mais rápido?
Por fim, o Inmetro, que em 2013 reprovou todos os andadores comercializados no Brasil, fez um importante estudo acerca de sua decisão. Como no Brasil não existia regulamentação para os andadores infantis, o Inmetro usou os critérios adotados pela União Europeia. Baixe aqui.
Imagem destacada: Shutterstock Maya Kruchankova