Sobre ser mulher e o dia de ontem

O Dia Internacional da Mulher começou como um protesto e depois fofotizou para ser um dia de celebração da nossa “feminice”, das nossas conquistas e até mesmo da celebração da maternidade, para as que são mães. Mas pra mim, o dia da mulher me faz ter sentimentos confusos. Ao mesmo tempo em que penso no que conquistamos e como é tão bom e complexo ser mulher, também penso muito nos assuntos abordados nesse texto excelente da Ligia, do blog Cientista que virou mãe: Culpa: de quem a sociedade quer que ela seja?

Nele, a autora fala de assuntos que chocaram o país, como o menino que morreu de overdose de bebida alcóolica, da camiseta bizarra do Luciano Huck e do deputado Jair Bolsonaro e seu machismo aviltante. E aí você me pergunta: o que tudo isso tem a ver com o dia 8 de março? Bom… Tudo. O mundo pergunta: Onde estava a mãe desse menino que não sabia que ele bebia tanto? Como a mãe do deputado se sente ao ver o filho proclamando absurdos sobre as mulheres sem dar uma surra nesse sujeito? Como se sente a mãe da modelo mirim que vestiu uma camiseta branca e foi fotografada, para depois ter a sua carinha linda de boneca estampada em todo o canto com uma camiseta que sexualiza todas as crianças do mundo? A mãe, sempre a mãe, essa mulher que quando não está ocupada se culpando, está sendo culpada por assuntos que ela, coitada, não tem gerência alguma.

Por isso meus sentimentos confusos. Porque a mulher é culpada por vestir minissaia e sofrer assédio na rua, porque como são mulheres, de uma maneira geral, ganham salários menores, porque deixam de ser contratadas quando estão em “idade de parir”, porque são culpadas porque seu filho não foi ajuizado, porque o Luciano Huck não tem noção e o Jair Bolsonaro então, nem se fala. E tudo isso no século XXI, caramba!

Mas apesar dos meus sentimentos controversos em relação ao tipo de celebração que deveríamos estar fazendo quando tem tanta coisa errada sendo feita contra as mulheres, eu quero manter meu otimismo em alta. Porque, pelo menos, existem grupos de mulheres que pensam a mulher como essa instituição que não só merece, mas deve ser respeitada como o sexo forte que é. Igualdade de direitos e respeito em relação ao homem é tarefa de formiguinha que pensa, reage e que só faz crescer.

E a gente quer dar esse beijo em vocês (e um bem carinhoso no nosso próprio ombro), para lembrar todos os dias, que sem a gente, não existe mundo.Todas as mulheres precisam ser celebradas, amadas e respeitadas por quem são, do jeito que são. A gente cria vida, caramba. Ninguém mais tem esse poder.

E pra quem quer lembrar todos os dias das delícias de ser mulher e mãe, a gente deixa aqui embaixo links de posts passados que celebram a mulher no seu dia.

 

Dicas de livros

O livro da Carolina Pombo: A mãe e o tempo: ensaio da maternidade transitória, onde a autora concilia a experiência de transição para a maternidade nos primeiros anos de sua filha com o que tem entendido de discursos feministas, maternistas, especialistas, contemporâneos, acerca do universo materno.

O livro Como ser mulher, de Caitlin Moran, um manifesto feminista dos mais divertidos e bem-humorados, mas que também faz você pensar sobre o seu dia a dia.

 

Sobre feminismo

Os posts lindos e inteligentes da Carolina Pombo que explica pra gente um pouco mais sobre o feminismo e a maternidade: Mãe feminista? e Onde está a sua força?.

Ser mãe não é emprego  é um post que muita gente discordou de mim, mas que continuo divulgando, pois eu acho que a maternidade é universal e tão mais importante do que ter um emprego com cara de trabalho escravo (mas você pode continuar discordando de mim, claro).

 

Sobre ser mãe, mulher e precisar de ajuda

O meu post Você não precisa criar o seu filho sozinha, sobre criar o seu filho com uma rede de suporte, seja família, amigos, creche, babá ou o que for.

O post da Mari Nem creche e nem babá, mas uma cooperativa de mães, que explica bem como funcionam as creches parentais e o cuidado coletivo.

O post ótimo do Nando Monteiro Eu também sei criar um filho, explicando que ele é pai mas também sabe criar um filho, clamando por mais liberdade de decisões com o próprio filho.

 

Sobre ser mãe e mais um monte de coisas

Meu post Aprendendo a dividir, que reflete sobre a forma que nós mulheres precisamos gerir o nosso tempo de forma inteligente e consciente.

O post Sobre ser mãe e mais um monte de coisas, que fala sobre ser mãe, mulher, esposa, profissional, amiga, filha e ainda dar conta de tudo isso sem esquecer a depilação.

O post da Mari que faz mais ou mesmo a reflexão. Que muitas vezes não damos conta de ser mãe porque não somos apenas mãe.

 

Sobre as meninas que um dia serão mulheres

O post doce e ácido da Tatu Damberg sobre as meninas que são filhas únicas, de mãe solteiras e como elas exalam Girl Power da hora que acordam até a hora de dormir.

E por fim o post fofo que mostra os comerciais mais maneiros e que celebram as meninas superpoderosas, que incentivam que elas tenham sempre controle sobre a sua própria vida.

 

 

Imagem destacada: Shutterstock

 

 

 

 

 

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