O pós-parto sempre nos reserva algumas surpresas, mesmo que você se prepare de corpo e alma para ele.
Como já contei em outros posts, durante a gravidez eu me ocupei de estudar tudo o possível sobre gestação e sobre o pós-parto. Mesmo assim, alguns aspectos do puerpério ainda me pegaram de surpresa.
Conversei com muitas (muitas mesmo) mães sobre o que acontece no primeiro mês do bebê. Falei com mães mais e menos íntimas, de gerações diferentes, de valores distintos. Foi uma enxurrada de informações e opiniões sobre esse período complicado. E eu aprendi muito.
Mas aqui vai o que eu só aprendi com a “experiência”.
1. É esquisito não estar mais grávida
Eu ouvi muito que sentiria falta da barriga, do bebê se mexendo dentro de mim e até dos mimos de se estar grávida. Sabia que essa “saudade” não aconteceria comigo. Minhas últimas semanas foram desconfortáveis demais para que eu sentisse falta da barriga.
Mas tenho que admitir que é estranho não estar mais grávida. Eu não lembrava mais como era meu corpo, meu equilíbrio, minha agilidade. Está sendo muito bom ver o meu corpo voltando ao normal, mesmo que aos poucos.
Mas não deixa de ser uma sensação esquisita me vestir sem barriga, por exemplo. Logo na primeira semana meu impulso foi colocar um vestido que usei no final da gravidez e ficou gigante. Cabiam duas de mim ali.
Abaixar, levantar, enxergar meus pés, não ter azia, pode comer comida crua, não ficar completamente sem ar andando 100m… Tudo isso que é trivial tem sido uma redescoberta.
Ah, vale dizer: é esquisito para as pessoas que estão à sua volta também. Afinal, são 10 meses daquela barriga no caminho dos abraços.
2. Amamentar em livre demanda é “livre” só para o bebê
Todo mundo me disse tudo que poderia dar errado e dar certo na amamentação. Eu não tive nenhum problema ou qualquer dificuldade com ela. Um privilégio fruto de muita sorte, muito estudo, paciência e apoio da família.
Eu sabia tudo que poderia acontecer. O que ninguém me disse era o tamanho da responsabilidade de você ser a única pessoa capaz de alimentar o bebê. A livre demanda é livre só para o bebê, tá? É uma responsabilidade pessoal e intransferível.
Mesmo que você tenha uma rede de apoio incrível (como a minha) e que as pessoas façam tudo por você, essa função é unicamente sua. Ninguém pode acordar de madrugada e te substituir. Não importa o quanto você esteja exausta.
3. Esqueci de escovar os dentes no pós-parto (e outras coisas básicas)
Começou na maternidade. Foram dois dias inteiros até eu perceber que não tinha escovado os dentes nenhuma vez. Tomar banho, cortar as unhas, pentear o cabelo, fazer a sobrancelha… Precisei ser lembrada disso tudo em algum momento.
E não, não tem nada a ver com se negligenciar ou com aquela ideia de que “o bebê é a única coisa que importa”. Todas as mães que eu conheço me falaram mil vezes pra eu não esquecer de cuidar de mim mesma. Afinal, mãe feliz, bebê feliz. O problema foi mesmo ajustar a rotina.
Tive que escolher uma nova hora para tomar banho, por exemplo. Mudei o momento do dia e ajustei o banho para aqueles 5 minutos que toda mãe já conhece.
4. Quando o bebê chora meu peito escorre litros de leite
Nunca me senti tão mamífera. Amamentar tem dessas coisas. Também nunca senti que meu corpo pudesse funcionar de forma tão intuitiva – e fora do meu controle. Eu já acho surreal o conceito de eu mesma produzir (dentro de mim) o alimento do bebê.
Mas mais surreal ainda é meu corpo ouvir o bebê chorando e o leite jorrar – realmente jorrar – do meu peito. Confesso que minha mãe já tinha me dito que isso acontecia, mas eu achei que era um tanto exagerado (ou mito). Não era, está sendo assim mesmo.
E você? O que aconteceu durante o seu puerpério que te pegou de surpresa?