Filha, o mundo é seu

Uma reflexão sobre descobrir que a independência do seu filho é benéfica para vocês dois.

 

Filha, o mundo é seu é a sequência de um post que eu escrevi anteriormente. Quando eu escrevi o post Minha filha não é minha no início do ano passado eu estava falando do passado em uma fase de transição. Esse ano, quando repostamos no Facebook (veja abaixo), me dei conta de como essa angústia é de todas nós – mães casadas ou não, solteiras ou não, sozinhas ou não.

Lemos incessantemente sobre os desejos dos nossos bebezinhos, da necessidade de se aninhar, de como se sentem parte de nós e da dificuldade de se separar do seio materno. Mas o quão pouco nos damos conta da nossa própria necessidade de aconchego, de nos sentirmos essenciais para a própria sobrevivência e consequente felicidade dos nossos filhos.

Essa crise da separação afeta os dois lados: filhos e mães. Os comentários mais angustiados que recebemos eram os das mães de crianças pequeninas seguidos das mães separadas que não confiam na capacidade de prover para seus filhos como elas.

Victoria completou sete anos

E eu percebo que estou criando uma menina independente e sensível. Enquanto ela navega pelo mar revolto da alfabetização, em uma escola nova, sendo a única criança nova em uma turma formada, eu a vejo alegre em cada conquista, triste em cada insegurança, excitada por estar alfabetizada e a cada novo amigo conquistado.

Ela é uma menina que cresceu e floresceu por minha causa e também apesar de mim. Ela tem os próprios gostos musicais, os programas prediletos. Ela é destemida nos esportes radicais e ainda não apareceu uma tirolesa que ela não conquistasse. Eu tenho pânico de altura.

Nossos filhos são uma esponja e, muitas vezes, nossas cópias. Eles se espelham no nosso caráter, na nossa forma de educar e na nossa forma de ser.

Mas, no seu próprio mundinho, aquele que não nos pertence, eles formam sua personalidade a partir dos próprios desejos e, sim, também a partir das experiências que vivem quando não estamos por perto.

Não criamos nossos filhos sozinhos. Ou não deveríamos. É importante deixarmos as portas para o mundo abertas para que eles possam explorá-los.

 

Filha, o mundo é seu

 

Quando eles passam tempo com avós, tios e primos, aprendem mais sobre a própria família. Quando eles dormem na casa de um amiguinho, aprendem sobre outros costumes, regras e brincadeiras. Fora a diversidade da escola. Cada amigo, professora ou cuidador é uma porta aberta para uma nova descoberta.

E, sim, eles passam a questionar nossas regras, costumes e nossa própria maneira de existir. E é bonito de vê-los montando as peças desse quebra-cabeça chamado infância.

Hoje, quando releio aquele post, é como se ele pertencesse a outra pessoa. Vejo minha pequena voando com suas próprias asas e me orgulho. Aproveito meus momentos de solidão para investir no meu próprio crescimento, saciando meus próprios desejos e me divertindo na sua ausência como a mulher adulta que sou, aquela que independe da maternidade.

Hoje, acredito que seja essencial essa separação. Somos mães melhores quando conseguimos enxergar a personalidade única de nossas crianças. Quando não tentamos impor, mas guiamos gentilmente.

O amor que sentem por nós não diminui por que eles amam outras pessoas e coisas. E nosso amor continua infinito, mesmo que deixemos que eles caminhem pelos próprios pés.

 

 

Imagens: Pexels

Posições sexuais para ajudar a engravidar
Postagem anterior
Posições sexuais para ajudar a engravidar
Próxima postagem
Ensaio com duas crianças casando divide a Internet

1 Comment

  1. Karin
    8 de outubro de 2017 at 21:14 — Responder

    Seus textos como sempre tocando lá no fundo do ❤! Tbm me separei recentemente e me vejo em mtos dos seus textos… Obrigada por descrever tudo que sinto! Parabéns 👏💕

Envie uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

*

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Voltar
COMPARTILHAR

Filha, o mundo é seu