Mundo Ovo

Gatos e bebês: meu relato pós parto

Gatos e bebês são uma combinação polêmica, principalmente quando estamos falando de recém-nascidos. Contei um pouco da minha experiência com um bebê novo e dois gatos em casa.

Como contei no post das Perguntas desagradáveis que ouvi durante a gravidez, uma das coisas que mais me perguntaram foi “o que você vai fazer com seus bichos de estimação?”. A minha resposta sempre foi: “nada”. Afinal, o que não falta na internet são artigos positivos e vídeos fofos de gatos e bebês interagindo de forma saudável.

Tenho dois gatos, há quatro anos, que sempre foram meus bebês (ai que mãe de pet). Nunca tive a intenção de me desfazer deles, mesmo quando o meu bebê humano ainda estava no plano das ideias.

Quando engravidei, tive ainda mais certeza de que ficaria tudo bem. Com todos os cuidados a respeito de toxoplasmose tomados, deixei meus gatos fazerem parte da gravidez e se aproximarem o máximo possível da barriga.

Um deles ficou especialmente grudado comigo nessa época. Dormia colado na barriga, me seguia pela casa, miava horrores quando ficava longe. Quanto mais perto da data provável do parto, mais o outro gato se aproximava e, pra mim, os dois entenderam que ali havia um serumaninho amável.

Martin nasceu de um parto de emergência. Eu saí de casa num dia normal e só voltei dois dias depois, com o bebê nos braços. Quando cheguei, os gatos estavam carentes de atenção – como eles normalmente ficam quando eu viajo, por exemplo.

Fiquei um pouco tensa, com medo de eles terem ciúmes ou de não entenderem do que se tratava aquele novo animalzinho que eu estava levando para casa. Pra minha felicidade, eles pareciam saber exatamente o que estava acontecendo.

foto real de bebê Martin e o gato Dexter

Gatos e bebês foram feitos para viver juntos, eu acho.

Nos primeiros dias, eles já estavam não só familiarizados com o bebê mas como se tornaram seus protetores e “cuidadores”. Ao menor sinal de choro ou reclamação, eles correm para o lado do bebê ou para a porta/janela do quarto. Quando o bebê dorme no carrinho, eles se postam ao lado e observam o tempo que for preciso.

Sim, alguns cuidados devem ser tomados. Limpar as mãos constantemente e, principalmente, depois de pegar nos gatos é essencial. Cuidar para que não tenha pelos em excesso pela casa, também. Também evitamos que os gatos deitem junto ao bebê (para não sufocar por acidente) e eles estão proibidos de entrar nos quartos de dormir.

A única coisa que não previ foi que a atenção aos gatos diminuiria tanto e que, sim, eles iriam sentir. Eles amam o bebê, mas estão carentes e precisam de carinho. Estou me policiando para dar atenção a eles sempre que tenho um tempinho. Nos primeiros dias foi difícil, mas está cada vez mais natural.

Já estou ansiosa para que Martin cresça e possa interagir com os gatos de forma segura e saudável e dar todo o carinho que eles merecem.

foto real do bebê Martin com o gato Peter