Você sabe o que é Parto de Lótus?

Os adeptos do Parto de Lótus dizem que além de benefícios para a saúde, a prática torna mais fácil para o bebê a transição do útero da mãe para o mundo. Já a comunidade científica diz que não há evidências médicas que comprovem o benefício da prática e alertam para riscos.

O que é o Parto de Lótus?

 

O parto de Lótus é o procedimento de não cortar o cordão umbilical após o nascimento para que o bebê continue ligado à placenta até que ela se solte naturalmente.

Funciona da seguinte forma: o bebê nasce, a placenta nasce e o cordão não é cortado. A placenta é envolta em um pano, colocada em um recipiente e fica ligada ao bebê até que se rompa de forma natural. Esse processo leva em torno de 3 a 10 dias. Durante esse período, as mães estarão sempre carregando o bebê e a placenta lado a lado.

“O parto de Lótus amplia o tempo do nascimento em dias sagrados que permitem que o bebê, a mãe, o pai e os membros da família parem, reflitam e permitam que natureza conduza o processos. O Parto de Lótus é uma chamda para retomar os ritmos da natureza, pata testemunhar a ordem natural e experimentar o não fazer, apenas ser.”, explica o site Lotus Birth.

 

Para evitar um possível mau cheiro, é colocado sal e pétalas de flores na placenta.

 

Os cuidados com a placenta em um Parto de Lótus de acordo com o site Lotus Birth:

 

– Quando o bebê nasce, deixe o cordão umbilical intacto. Se o cordão estiver em volta do pescoço do bebê, simplesmente o levante.

– Espere pelo nascimento natural da placenta. Não use ocitocina – isso força muito o bebê e compromete o nascimento da placenta.

– Quando a placenta nascer, coloque-a sobre uma bacia ao lado da mãe.

– Espere pela transfusão completa do sangue para o bebê antes de manusear a placenta.

– Lave gentilmente placenta com água morna e seque-a sem esfregá-la, apenas como leves toques.

– Coloque a placenta em uma peneira ou escorredor de macarrão por 24 horas para permitir sua drenagem

– Embrulhe a placenta em um material absorvente como uma fralda de pano ou tecido e coloque em uma sacola para placenta. O invólucro deve ser trocado diariamente ou com uma frequência maior se uma infiltração ocorrer. Como alternativa, a placenta pode ser colocada em uma cama de sal marinho (que deve ser trocado diariamente) e coberta com sal.

– O bebê deve ser segurado e alimentado da forma que a mãe desejar.

– O bebê deve ser vestido folgadamente.

– O bebê deve ser banhado como de costume – mantendo a placenta próxima.

– Mantenha o mínimo movimento possível.

 

 Benefícios do Parto de Lótus de acordo com os adeptos da prática

O principal argumento para a realização do Parto de Lótus é baseado em razões espirituais e holísticas. Essas razões são melhores entendidas através da perspectiva de tradições antigas da Índia, China e Egito. Nessas culturas, há o entendimento da totalidade do ser humano, de fazer parte do todo, que não existe na perspectiva ocidental.

Entre os defensores do Parto de Lótus, há um entendimento de que o bebê a placenta são uma unidade, uma vez que ambos surgem do mesmo óvulo e esperma. A mãe dá à luz ao bebê e à placenta e, portanto, há uma relação muito forte entre ambos.

Para eles, há uma transferência contínua de energia e informação celular até que a placenta seque naturalmente. O contato prolongado com a placenta torna mais fácil a transição do recém-nascido para a vida fora do útero – o que traz inúmeros benefícios emocionais para as crianças.

Parto de LótusFotoLoes

 

Riscos do Parto de Lótus de acordo com a comunidade científica

 

No entanto, a comunidade médica diz que não há nenhuma evidência científica  de que existam benefícios de deixar o bebê ligado à placenta por tanto tempo. E mais, alertam que a prática pode trazer riscos para a saúde da criança. A maior preocupação é com o surgimento de alguma infecção.

Com o aumento do número de Partos de Lótus, o Royal College of Obstetricians & Gynaecologists se posicionou sobre o assunto:

“Se deixada por um período após o nascimento do bebê, há um risco de infecção na placenta que pode, consequentemente, se espalhar para o bebê. A placenta é particularmente propensa à infecção uma vez que contém sangue. Dentro de um curto período após o parto, uma vez que o cordão umbilical pare de pulsar, a placenta não tem mais circulação e é essencialmente um tecido morto. Se a mulher optar pelo Parto de Lótus, a RCOG recomenda fortemente que os bebês sejam cuidadosamente monitorados para qualquer sinal de infecção”

Atenção: Parto de Lótus é diferente de clampeamento tardio do cordão umbilical

 

É bom deixar claro que a comunidade científica defende o clampeamento tardio do cordão umbilical – esperar até o cordão parar de pulsar para que ele seja cortado. Há evidência que esse tempo é crucial para aumentar o volume sanguíneo do recém-nascido e eleva o nível de suas reservas de ferro ao nascer, prevenindo a deficiência de ferro e anemia durante a infância. Leia mais a respeito no nosso post Parto: O que é a golden hour e por que ela é tão importante.

 

Crédito da imagem em destaque: Instagram
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