Brené Brown e a vulnerabilidade nas redes sociais

Brené Brown foi uma descoberta e uma surpresa

 

Quem me conhece sabe que eu tenho uma dificuldade imensa de ler livros que “têm o poder de transformar vidas”. Depois de seis anos de análise, eu acho que somos únicos, com histórias únicas e que um livro de autoajuda não pode trazer fórmulas prontas e servir pra todo mundo. Na verdade, na minha cabeça, você pode se autoenquadrar em diversos diagnósticos e acabar piorando a sua situação. Só acho. Mas também, essa é uma opinião pessoal e intransferível e não julgo ninguém que curte. Mesmo.

Dito isso e por esse motivo, eu jamais tinha lido a Brené Brown, embora ela seja uma pesquisadora PhD em serviços sociais e tenha uma pesquisa muito interessante sobre vulnerabilidade. Nunca tinha assistido ao TED dela, visto por 40 milhões de pessoas. (já corrigi esse erro e você pode ver aqui), mas resolvi dar uma chance para seu show The call to courage que está no Netflix desde 19 de abril e achei muito boa.

Ela fala sobre vulnerabilidade, autossabotagem, medos, coragem, as dificuldades dos seres humanos em errar, perder ou sofrer e como nos fechamos em casulos por causa disso.

Foi uma noite esclarecedora onde ela recheou suas teorias com boas histórias sobre sua própria vida e cheia de bom humor, como todos os bons oradores devem ser.

E eu aprendi muitas coisas nesse curto espaço de tempo e nem todas elas sobre vulnerabilidade:

A primeira coisa que me chamou a atenção

Brené Brown é uma mulher de meia idade tentando aceitar sua condição. Ela fala de forma mais ou menos depreciativa (mas com bom humor sobre a própria idade, suas questões com seu corpo, seu peso). Ela diz que se ama, tudo sobre ela, mas ainda assim faz piada com isso. Na minha cabeça, de uma pessoa que sempre fez isso consigo, isso me pareceu uma maneira de quebrar o gelo, mas com as defesas em alerta.

Vulnerabilidade nas redes sociais

A segunda coisa é sobre vulnerabilidade e as redes sociais. Eu acho que nesse latifúndio de criação de conteúdo materno existem dois tipos de mulheres: as que produzem conteúdo e que podem ou não se colocar nas histórias, que falam a coisa como ela é. Os erros, os acertos, fotos do dia a dia só sendo normal mesmo, sem grandes produções.

E as que fazem um Big Brother muito orquestrado. As fotos são sempre lindas, as histórias são sempre positivas e motivadoras. Mesmo quando algo dá errado, tem uma mensagem por trás, mesmo quando o cabelo está desgrenhado, é sempre cheio de glamour.

Existem muitas diferenças entre todas nós, mas existe algo intrínseco que nos une: todas nós estamos vulneráveis quando colocamos nossas teorias e nossas ideias na māo de milhares de pessoas que nos consomem diariamente.

Eu acho que nunca tinha parado pra pensar por esse ângulo e foi um WOW grande me dar conta que tem gente que me conhece virtualmente há 7 anos, desde que #vickylinda era um bebê. Que acompanharam o blog e todas as minhas questões de mãe de bebê, a primeira infância, a separação, minha tentativa de achar um equilíbrio, de me ganhar de volta, de ser um ser humano sexual, tudo.

Não existe vulnerabilidade maior que essa, acho.

De colocar em palavras o que você está passando para consumo de outros. Mesmo que nossa experiência seja de fato transformadora pra um monte de gente. Quer dizer: aquilo que eu rejeito com tanta veemência – que é autoajuda – eu, em uma escala muito menor, faço o mesmo. E é aqui que eu digo que amanhã eu tenho uma sessão de análise que vai ser um bocado trabalhosa. Haha.

 

 

Depois eu me dei conta que Brené Brown é uma oradora incrível.

Sem grandes gestos, sem grandiosidades, ela vai ganhando sua atenção de uma maneira muito envolvente. Eu falo de vez em quando, em eventos ou em universidades e embora não seja uma pessoa introvertida, às vezes fico desconfortável, sem saber onde colocar as mãos, sabe? Certamente aprendi um bocado aqui.

Por fim eu pensei numa coisa muito engraçada, depois que ela contou uma história sobre quando sua filha saiu pra ir pra universidade e eu só pensei: Gente, como as mães são fatalistas né?

Não quero elaborar muito sobre isso hoje, por que acabei falando sobre o fatalismo das mães em um post do Instagram que você pode ler logo abaixo.

 

As mães são fatalistas

 

Ver essa foto no Instagram

 

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Mas pensa que a mãe é aquela que antecipa todos os possíveis cenários de desastres. Cada passo que o bebê dá, você imagina ele preso embaixo do sofá, um vaso caindo na cabeça dele e enquanto as crianças vão crescendo vai só aumentando o nosso medo e a quantidade de desastres possíveis e imaginários a cada vez que eles saem debaixo da nossa confortável asa de mãe.

Então é isso. Porque na nossa vida a gente tá sempre com a cabeça na janela e não estamos livres de tomar uma tomatada na testa, hoje eu mordo a língua e indico que vocês assistam a Brené Brown no Netflix, por que é curto e bem bacana. E se você se identificar, assista ao Ted dela. E, eu, provavelmente não vou ler os livros, mas deixo todos eles aqui com links fofos pra você comprar.

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