Sim, somos mães, mas continuamos filhas. Precisamos equilibrar essa delicada balança de ouvir bons conselhos e criar nossos filhos de um jeito novo: o nosso jeito. Resistir ao apelos dos avós para revogar o último não (“ah, tadinho dele!”) ao mesmo tempo em que devemos deixar as portas escancaradas para o mimo excessivo, delicioso e permissivo que só um avô e uma avó sabem dar.
Somos mães e também esposas e namoradas. Depois de uma noite em claro cuidando do filho, com os cabelos desgrenhados, o corpo menos em forma e a roupa mais desleixada é preciso levantar, tomar um banho, estampar um sorriso no rosto e se fazer bonita e desejada. E no final da noite, quando o cansaço bater, lembrar que romantismo não brota, a gente cultiva.
Somos mães e profissionais, e por mais que a saudade aperte ao longo do dia, não devemos nos sentir culpadas. Tudo bem gostar de trabalhar, tudo bem se sentir realizada profissionalmente, tudo bem chegar em casa alguns dias depois que o filho estiver dormindo, e tudo bem chorar baixinho ao lado do berço.
Somos mães e amigas. Não podemos nos fechar dentro de casa e viver apenas em função dos filhos e do marido. Para o bem do casamento, é preciso reclamar em outros ouvidos. Para o bem dos filhos, é preciso prestar atenção em outras histórias. E para o bem da gente mesmo, é preciso morrer de rir e falar bobagens.
Somos mães e temos sonhos, alguns que são apenas nossos e de mais ninguém. Lugares secretos para a gente se refugiar nos momentos mais difíceis, quando temos que ser ao mesmo tempo mãe, filha, esposa, profissional, amiga, mulher e bate aquele desespero que não vamos dar conta…
Somos mães, somos mulheres, nós vamos dar conta.
13 Comentários
Nossa Mari, arrasou, disse tudo! e ainda escreveu (escreve) bonito 😉
E gostei mais porque eu estou justamente vivendo um desses dilemais, mais que outros, to em quase todos esses tirando o de namorada/esposa.
É bom lembrar que nāo sou a única, nem a primeira, nem a última, e que vamos dar conta! thanks
Fico feliz de saber que você gostou, Aime. Vivo todos os dias esse dilema também… Mas o pior de tudo é a nossa cobrança, né? Temos que pegar mais leve com nós mesmas. 😉
Uau!! Acho que cada mulher que lê este texto diz: ‘como não escrevi isto antes’? rs.
É…. a nossa alma é polivalente e não temos data de validade! Um viva e SAÚDE a todos essas mulheres que vivem em cada uma e nós! 🙂
Que bom ler isso, Luciana 🙂
Outro Viva!
Mari, a alma da mulher é multitarefa por natureza, mas a gente se cobra muito mais para que tudo saia perfeito do que o mundo ao nosso redor. De qualquer forma é muito bom ler o mantra “somos mulheres e vamos conseguir”. Naqueles dias que estivermos desanimadas é esse texto que temos que ler. Beijo
Camila: <3
Quando você escreve vamos dar conta…nossa parece um abraço, obrigada!
Abraço é ler seu comentário, Thaisa. Estamos juntas nessa. 😉 Beijos
Adoreiiiiiiiiii!!!! Tão eu neste momento!!! E digo…estou dando conta…
Keley, a gente acha que não cabe no relógio, mas somos mães, ou seja: conseguimos tudo! <3 Beijo
Antes de ver a assinatura, já imaginei qual seria! 😉
Bia, com apenas 2 semanas de vida, já me trouxe tais dilemas…acabei de comentar sobre viagens a trabalho e seu texto veio como uma “resposta”….sim, a gente sempre dá conta! 🙂
Depois vem o esgotamento mental e físico. Mas isso é papo pra outro post! Hahahaha Beijo
Ameeeei! Estou vivendo tudo isso, é com muita cobrança do marido em fazer td correto vencendo o sono e o cansaço. 😡 Mas estou conseguindo! 😀