No primeiro ultrassom, com 12 semanas, a médica arriscou um palpite: “Não saiam comprando roupinhas azuis, porque é muito cedo e eu não deveria dizer, mas está parecendo que vai ser menino”. Meu marido seguiu a recomendação, mas eu comecei a me apaixonar por decoração náutica e andava por aí espichando os olhos para barquinhos, bandeirinhas e outros apetrechos que combinariam com a parede marinho que já era certeza na minha cabeça.
Mas veio o segundo ultrassom e, com um sorrisinho de lado, a médica disse que nunca erra, mas desta vez… E, felizes, saímos do consultório com a confirmação de que estávamos mesmo era esperando uma menininha. Time rosa! E eu, aliviada por não ter começado a pintar a parede, mas sem ideia nenhuma de como fazer a decoração, já que eu queria um quarto rosa mais elegante e menos “fofo” para a minha companheirinha.
A primeira ideia foi usar vermelho em vez de rosa, mas é impossível encontrar acessórios para menina que não sejam cor de rosa, então descartei. Foi visitando uma lojinha independente que me deparei com a poltrona que deu o tom para toda a decoração. O tecido, com estampa adamascada num tom de rosa antigo, foi a base para o resto do quarto.
Procuramos uma tinta de parede que fosse o mais parecida possível com a estampa do tecido e escolhemos pintar uma só parede, para o quarto, que não é grande, não ficar muito pesado.
O primeiro problema para resolver eram as portas do armário, de correr, todas de espelho. Não gosto de tanto espelho num quarto de bebê. Não queria remover e ter que fazer portas novas e também não queria cobri-las com algo que estragasse os espelhos (quero ter a possibilidade de voltar a usá-los no futuro). Então, pesquisando na internet (Santo Google!) encontrei uma técnica para cobrir vidro com tecido usando goma de roupa. Encomendei o mesmo tecido da poltrona e, apesar de meu marido e eu não sermos do tipo faz-tudo, colocamos a mão na massa e deu super certo.
O segundo obstáculo era o espaço. O quarto todo mede menos de 3m x 3m, com a porta de entrada em diagonal e uma das paredes de apenas um metro e meio, terminando na porta do banheiro. Tentamos posicionar os móveis de diversas maneiras, e foi difícil encontrar uma disposição que deixasse um pouco de espaço para transitar. No fim das contas, sobrou a parede pequena para a cômoda/trocador.
Então lá fomos nós tentar encontrar uma cômoda que coubesse ali. As que cabiam não tinham espaço extra em cima para fraldas, lenços umedecidos, pomada e afins. Cabia o trocador e olhe lá. A solução foi esta peça de tecido pendurada na parede, para as fraldas – os outros apetrechos ficam na primeira gaveta. A prateleira cria um pouco mais de espaço – como não encontramos uma no mesmo tom de off white dos móveis, pedimos para a loja de tintas recriar a cor com base num dos puxadores da cômoda e pintamos nós mesmos, na garagem de casa. No fim das contas acho que encontramos uma boa solução para o espaço pequeno e gostei de não ter tudo à mostra.
As letras em cima do berço foram uma odisséia. São de uma loja que faz peças que eu adoro, mas que sempre estão em falta. O berço é de lá, a cômoda, a mesinha ao lado da poltrona e as molduras das fotos também. Quando fui comprar as letras, estavam em falta, com entrega programada para mais de um mês depois do meu parto. Tentei encontrar uma substituição, mas todas as letras disponíveis em outras lojas ou sites eram pesadas ou muito rococó ou caixa alta ou… sempre tinham algum defeito, porque não eram as que eu queria. Então encomendamos e esperamos pacientemente. Elas foram chegando, uma por vez, me enlouquecendo – e, junto com as ampliações P&B das primeiras fotos da pequena, foram o toque final do quarto, quando nossa menina já estava superando as roupas tamanho newborn e passando para as de 3 meses.
Há dez dias ela se “graduou” do Moisés (onde dormia, ao lado da nossa cama) para o berço, no seu próprio quarto. E, apesar do coração apertado por não ter mais minha bebê ao alcance, fiquei contente em saber que quando ela acorda é num ambiente gostoso, bonito e criado com todo o amor do mundo, quando o papai e a mamãe ainda esperavam por ela.
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