Nós aqui do Mundo Ovo andamos cismadas com as mães que aparecem em filmes e desenhos animados. Ou melhor, com as que não aparecem. Sim, achamos que faltam mães nas telas, em quantidade e qualidade. Como assim? Não sabe do que a gente está falando? Ok, vamos lá. Por partes.
O Mogli e o Tarzan, por exemplo, são órfãos. O Bambi e o Nemo perdem a mãe durante o filme de maneiras traumáticas – a primeira leva um tiro e a segunda é comida por uma barracuda logo no início do filme.
A mãe do Dumbo, ao tentar defender o filho, que sofria bullying por causa das enormes orelhas, é acorrentada em uma jaula com o seguinte cartaz: “Cuidado, elefante louca”. Por conta disso, em um momento do filme, Dumbo acaba abusando das bebidas alcóolicas para fugir da realidade (tá, ele bebe sem querer, mas mesmo assim).
E os filmes de princesa então? A Bela, a Jasmine e a Ariel não têm mãe. Cinderela, Branca de Neve e Rapunzel, além de não terem mãe, ainda arranjaram umas madrastas que são osso duro de roer.
As mães mais contemporâneas – como Helena Pera, de “Os Incríveis”, e a mãe do Andy, de “Toy Story” – são bem mais legais. Elas não morrem, não são malvadas e são carinhosas com os filhos. E vamos combinar que a ideia de transformar uma mãe na heroína Mulher Elástico é uma ótima alegoria, afinal nos desdobramos e nos esticamos para dar conta de tudo. Mas algumas questões deixaram a gente encucadas:
1) Toy Story: Será que era normal um bebê andar no banco da frente do carro em 1995, quando o filme foi lançado, ou a mãe era irresponsável? E por que a mãe do Andy chama mãe do Andy? Custava dar um nome pra mulher?
2) Os Incríveis: Será que Helena Pera fez uma escolha consciente ao abandonar a carreira para cuidar dos filhos ou foi uma imposição do marido?
Mesmo em filmes ainda mais recentes, como o “Meu malvado favorito”, lançado em 2010, as mães continuam ausentes. Ainda bem que as três meninas órfãs ganham um pai legal e presente no final da história, afinal, mãe é quem cuida, né? Aliás, coitado do Gru, ele pode ter se descoberto um ótimo pai, mas como uma mãe que nem a dele, só mesmo fazendo muita análise.
Ah, sim, não podemos deixar de falar da Can, mãe solteira da turma do Ursinho Pooh que cuida muito bem sozinha do seu filho Guru, que é um amor de menino. Toda nossa admiração para ela. Respect.
E não vamos nem começar a falar dos filmes infantis nesse post: “Annie” (história de uma órfã), “Mágico de Oz” (Dorothy é criada pela avó), “A Noviça Rebelde” (sete crianças órfãs de mãe) e por aí vai.
Vocês também prestam atenção nisso ou só a gente está obcecada pelo assunto?