De dois pra três…

A formação de um casal passa por vários desafios desde seu primeiro encontro. Durante o desenrolar da relação a dupla passa por obstáculos, negociações e ajustes, até que a identidade do casal seja estabelecida. Pois além da identidade conjugal, as pessoas que formam o casal tem cada um a sua individualidade.  Dentro deste processo cada parceiro projeta coisas (necessidades) no outro e vice-versa. Em linhas gerais, quando esse engate dá certo é porque cada um ocupou satisfatoriamente o lugar da necessidade do outro.

Com o nascimento do primeiro filho, uma família se inaugura, e o casal passa assumir também o papel de mãe e pai. Este é um dos momentos mais delicados dentro da relação de casal. Todos estão em adaptação, sem exceção! O bebê está conhecendo e se adaptando a cada um de seus pais, o casal com ele, o casal entre si, além da entrada mais intensa das famílias de origem. O casal que morava sozinho, agora tem que dar conta de um bebê e todas as suas necessidades, avós, tios, ajudantes, considerando que todos também estarão buscando seu novo lugar dentro da nova dinâmica familiar.

Além das expectativas que cada um coloca no outro enquanto companheiro de vida, agora outras projeções entram em jogo, como a expectativa de como o outro vai se apresentar enquanto pai, chefe de família, companheiros, mãe e mulher. Um projeta no outro seus ideais destas figuras tão importantes nas nossas vidas pois além das modificações inerentes a vida de um casal, agora também há as redefinições do papel de cada um, e das expectativas que cada um projeta no outro não somente como homem e mulher mas como pais, e de como esta família irá se desenhar. Neste ponto, a forma como o casal se estabeleceu, sua identidade conjugal, como se relacionam e dialogam, não somente entre si, mas como se posicionam diante dos outros familiares, é um fator importante e facilitador.

No que diz respeito a mãe e seu bebê sabemos da conexão que esta dupla estabelece, e que a função de mulher acaba saindo da prioridade, e com isso o homem corre o risco de ficar fora da relação. Quanto ao homem, também o cenário não fica mais fácil por não estar diretamente ligado ao bebê, pois estará tendo que se haver com este novo integrante que mudou toda a sua condição e sua atenção e que exige uma rearrumação das prioridades e da dinâmica familiar. Delicado e complicado pra todo mundo. O grande desafio está em viver a parentalidade, sem deixar a vida de casal de lado. Poder ser pais mas sem esquecer do casal que são. A coesão, o diálogo, a identificação de um com o outro e com seus novos papéis, além do suporte mútuo, serão grandes aliados e ferramentas importantes nesta nova fase. Afinal aprender a ser pai e mãe faz parte de uma construção, com as experiências que neste caminho vão surgindo e nos surpreendendo, de uma relação diária entre pais e filhos.

 

Imagem: bortescristian

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