Vocês já leram a história da Camila e o desfralde light da Vicky? Aqui em casa foi diferente. Por sugestão da escola, resolvemos fazer o desfralde tradicional: uma vez sem fraldas, sem fraldas ficará. O uso da fralda só é permitido na hora de dormir.
Os desafios em desfraldar um menino passam pela ansiedade e pela pressa. Meninos não querem parar a atividade que estão fazendo para ir ao banheiro. E depois de conseguirem chegar ao banheiro, existe mais um desafio: acertar o alvo (uma tarefa que exige prática).
O preparo
Meu filho completou 2 anos de idade em novembro passado. E como já falamos aqui, essa é a idade que podemos considerar como ponto de partida para o desfralde. Há algum tempo já tinha um penico no meio do caminho (risos) e perguntas do tipo: “quer fazer xixi?”, se tornaram mais frequentes.
Algumas crianças começam mais tarde e eu sinceramente achava que o Adam seria uma dessas crianças. Seu interesse em retirar a fralda era inexistente e eu adiei a conversa com a escola para o mês seguinte. Confesso ter ficado surpresa ao receber a afirmativa de que o pequeno estaria apto a largar as fraldas naquele momento, mas como estávamos com viagem marcada para dali a 2 semanas para local frio, fui aconselhada a iniciar o desfralde quando voltássemos à rotina.
Começamos o desfralde do Adam há um mês.
Dia 1
Adam acordou, foi levado ao vaso sanitário, com redutor de assento e apoio para os pés, e foi incentivado a fazer xixi. Explicamos que ele já era um rapaz e avisamos que daquele dia em diante ele só usaria fralda na hora de dormir. Ele já sabia como agir.
Na mochila da escola mandei 10 cuecas e shorts.
O processo era simples: a cada 20 minutos ele era levado ao banheiro e incentivado a fazer xixi.
Saldo do dia = xixi no vaso 0 X 10 xixi no chão
Dia 2
Fizemos o mesmo processo do dia anterior. Perguntava com frequência se ele queria fazer xixi e a resposta era sempre negativa.
O que vi de diferente é que ele já percebeu que fez xixi e se molhou. Tentou “parar” o xixi fechando as perninhas, sem sucesso, segurou nas joias da família e deu o alarme já tarde demais.
Saldo do dia = xixi no vaso 0 X 10 xixi no chão
Semana 1
Ao final da primeira semana, percebi que o pequeno não estava nem aí para o penico. Que a ida ao banheiro significava parar de fazer o que está fazendo, e isso ele não quer. Fé que a segunda semana será melhor.
Semana 2
O Menino e o vaso sanitário parecem ter se entendido um pouco melhor na escola. A relação parecia promissora até que no meio da semana, uma virose quebrou o ciclo e a fralda voltou a reinar aqui em casa. Melhor não entrar em detalhes.
Semana 4
Depois de mais um tanto de falta de sincronia entre o menino e o vaso sanitário, decidi tomar uma medida pouco ortodoxa, oferecendo incentivo material como suborno. Percebemos que ele tem na fralda a segurança de não precisar parar de brincar, ver TV ou qualquer outra atividade que ele esteja fazendo.
A cada dia que ele pede para usar o penico ou o vaso, ele ganha um prêmio por estar se comportando como um rapaz. Certo ou errado foi o que decidi fazer para acelerar o processo. Os prêmios são produtos que consumimos de forma regular como massa de modelar, tatuagens temporárias, giz de cera e outras bugigangas.
Na escola já rolou dias inteiros fazendo xixi no vaso sanitário. Em casa, ainda estamos com taxa de sucesso um pouco acima da média e algumas pérolas sendo proferidas. “Sai xixi do Adam” é um dos hits, seguida de “Aqui o xixi, ó” com dedo apontado para o penico ou a poça no chão.
Na rua
O teste acontece mesmo quando estamos na rua. Um descuido e já era. Prepare-se porque a gente volta a sair de casa com uma bolsa bem grande.
Em lugares onde a escapulida pode ser desastrosa, coloquei a fralda e avisei que o fiz porque o lugar aonde a gente ia não teria um penico ou vaso que ele pudesse usar.
Já me avisaram que mesmo “treinados”, a escapulida pode acontecer, seja porque ele está muito empolgado com o que estava fazendo e esqueceu de avisar ou porque nós faltamos com um pouco de atenção, acontece quando a conversa está boa demais.
O que estou aprendendo:
- Que paciência mais uma vez é a chave para que a tarefa seja cumprida sem maiores traumas. Quanto mais ansiedade eu demonstrava, maior a taxa de insucesso naquele período.
- Ficar perguntando se ele precisava fazer xixi ou cocô a cada 5 minutos também não funcionou, ele ficava irritado e eu sem esperança.
- Para evitar problemas com relação ao número dois dessa equação, prestar atenção aos sinais que o seu filho dá é a chave. Aqui o meu pequeno tem hora e gestual para mostrar o que está indo fazer.
- Se você pensa em mudar o sofá, seja comprando um novo ou reestofando o antigo, a época do desfralde não é a melhor por motivos óbvios. Acidentes acontecem.
- Se seu filho for menino, decida com todos os envolvidos – pai, escola, babá, empregada – se o xixi vai ser na posição sentada ou de pé. Mensagens truncadas não vão dar bom resultado.
- Aqui em casa começamos na posição sentada e vamos aos poucos mudando para a de pé.
- O pai será de grande ajuda quando o assunto é o desfralde de meninos. O processo de realizar tarefas simples por imitação é bem eficaz.
- Na bolsa para sair, coloque algumas mudas de roupa, lencinhos umedecidos e um sapato lavável (crocs e chinelos de dedo é imprescindível).