Mundo Ovo

Encarando os problemas sem medo de ser feliz


Imagina uma vida beirando o caos? Você está desanimada com a carreira, seu casamento está por um fio, você nunca esteve tão fora de forma e está até duvidando da sua competência como mãe. Você não suporta mais qualquer tipo de pressão e luta para manter a cabeça fora d’água. Você acha que eu estou falando de você? Que nada. Estou falando de mim. E de mais um monte de gente, aparentemente.

Nosso primeiro instinto é viajar ou sumir. E você procura uma passagem só de ida pro Uzbequistão, bebe mais taças de vinho do que gostaria e se prepara pra sofrer tal qual os dramalhões do cinema. Aí você se lembra que não dá pra fazer nada disso porque você tem filhos. Não dá para pirar.

Em primeiro lugar: as crianças precisam ser poupadas o máximo possível, mas eu acredito que situações que envolvem morte, doença ou separação dos pais precisam ser conversadas. Você vai administrar o seu luto, a dor das crianças e brigar como uma leoa pra tudo se resolver da melhor maneira possível. Seus filhos ficarão bem na medida em que você estiver bem.

Todo mundo tem problemas. Desde os mais bobos até coisas verdadeiramente cabeludas. E, embora a gente deseje sempre o melhor para a gente e para os nossos filhos, coisas ruins acontecem. O que faz a diferença é como você vai encarar o bicho papão. Nessas horas lembro da minha mãe dizendo: “você é mulher ou uma penca de bananas?”

Particularmente recomendo terapia, dieta, exercício, astrologia, dança, cercar-se dos amigos e traçar objetivos concretos como: renovar a casa, focar no trabalho, aprender uma língua nova. E chorar copiosamente na solidão do seu quarto pelo tempo que for necessário.

Duas coisas eu aprendi muito recentemente: fragilidade não é sinônimo de fraqueza. E também aprendi que um dia você acorda e se sente bem. As lágrimas secam e você está pronta pra viver um novo dia.

Quando eu penso nos meus problemas – os cabeludos, porque os pequeninos eu nem dou importância – penso na Victoria e em como ela é a minha maior motivação para perseguir a felicidade. Eu quero que ela olhe pra mãe dela e sinta orgulho. Não porque eu cuido dela e coloco toda a minha energia para que se sinta feliz e amada. Isso é o meu dever como mãe. Mas porque eu não fugi da vida. Não desisti de querer ser feliz. E porque é por mim, mas também por ela que eu luto em transformar toda experiência ruim em algo positivo para nós duas.