Desde que a Victoria nasceu que eu me preocupo com a alimentação dela. Desde os tempos de peito e mamadeira que eu já lia livros sobre introdução dos alimentos sólidos, receitas de papinhas e me planejei com cuidado para quando este dia chegasse.
Já falei sobre a introdução alimentar dela aqui, então vocês sabem o quanto eu me esforcei para que ela fosse uma criança amiga da comida saudável.
Mas uma das coisas que mais vem me impressionando na maternidade e na educação dela é que quando eu finalmente estou me acostumando com uma certa rotina – seja pra dormir, comer, brincar e até ficar doente, tudo muda drasticamente e de repente eu sou obrigada a correr atrás do “prejuízo”. E, quando eu comecei a me orgulhar que ela estava comendo direito em casa, na creche e em todo o lugar, eis que estou precisando me acostumar com a rotina de uma chata de galocha pra comer.
Em primeiro lugar ela passou a não querer tomar mais café da manhã. Logo ela que não saia de casa sem comer um iogurte e um pão com requeijão ou queijo e uma fruta. Depois, ela também resolveu não querer mais lanchar à noite. Logo ela que comia três frutas variadas. Logo ela que comia mingau, cereal com iogurte, pão de leite com cottage e um ovo mexido. Puxa! E agora que ela tá implicando com os legumes? Ela nunca gostou dos verdes, mas agora detesta cenoura, chuchu, vagem, aipim e ate purê de batata. Sério: quem implica com purê de batata?
Sabe o que é pior? Ela passou a adorar pirulito (valeu, pai!), se ela vir um brigadeiro na frente dela ela pira, só come pipoca doce, adora qualquer picolé e bolo. Essas besteiras que quase toda criança adora, mas que eu só permitia muito de vez em quando, justamente porque desde cedo eu percebi que o paladar dela era super voltado para os doces. E ela vem de uma família com muitas gerações com problemas de obesidade.
Eu só percebi que a coisa estava realmente feia quando saímos de férias. Tudo bem que a gente estava na Disney. Mas eu literalmente chorei quando a vi pedir pra experimentar bacon do prato das primas e roubar uma linguiça do breakfast platter da minha mãe, que nenhuma de nós comeria, porque passaríamos mal na certa.
Refletindo, acho que o problema começou em casa. Eu sempre fui adepta do “quer comer, ótimo, não quer, come quando estiver com fome”. Como ela não tava comendo direito eu piorei a situação e passei a não fazer mais as refeições com ela, porque eu estava sempre trabalhando e ela sempre molengando pra comer. E eu, que estava me esforçando tanto para ser um bom exemplo, (cof, cof: também estava com calculo na vesícula o que não me deixava sair da linha), passei a comer muito pior porque eu estava estressada no limite e descontando na comida. Então acho que ficou tudo errado pra mim, pra ela, pra todo mundo.
Bom, e agora que as férias terminaram, preciso encarar o problema de frente. Não dá pra ficar só reclamando né? E o que eu pretendo fazer é:
Rotina em família
- Vamos todos acordar mais cedo e sentar pra tomar café da manhã em família (hoje, normalmente, o marido tá de cara pro computador, eu tomando banho correndo pra não me atrasar e ela NÃO tomando café, sozinha ou com a empregada);
- Quando chegarmos em casa, não vou dar muito tempo pra pensar: Papaty deixa a mesa pronta, eu coloco o lanche na mesa e senta todo mundo pra lanchar junto (ou jantar. Ela realmente adora sopa e quero investir em sabores interessantes);
- E assim que ela estiver comendo direito, vamos partir pra cortar as mamadeiras da madrugada.
Reintroduzindo a comida saudável
- Mais frutas, iogurte, sucos naturais e sanduichinhos interessantes;
- Menos doces;
- Variar o paladar na comida. Chega de só comer arroz branco e feijão preto. Acrescentar arroz de brócolis, arroz integral, arroz com cereais e todos os feijões. Chega de massa com molho de tomate (aqui em casa não comemos molho branco ou de queijo). Vou pesquisar muitos molhos interessantes, acrescentando legumes, verduras e carnes;
- Se ela gosta tanto de pizza, vou passar a fazer pizzas caseiras de forma saudável e sem necessariamente ter mussarela como base;
- Reintroduzir legumes e outros grãos de maneira interessante;
- Introduzir vegetais (que ela sempre rejeitou).
Conversar com a filha e em família
- Investir um tempo em conversar com ela sobre a comida que ela está comendo;
- Incentivá-la a se interessar em provar coisas diferentes (minha miudeza é desconfiada por natureza);
- E por fim, vou fazer um diário do comemos naquela semana e discutir o que podemos fazer para que a próxima semana seja melhor. Acho que todo mundo lá em casa precisa desesperadamente desse boot camp em como ser mais saudável.
Espero que o post ajude quem passa pelo mesmo drama. E se você tiver mais alguma ideia, posta aqui embaixo?
10 Comentários
Ja fiz muita pizza colocando catupiry no lugar da mussarela. As pessoas acham que catupiry é super gorduroso, mas experimente dar uma olhada na tabela nutricional e comparar com o requeijao. Alem de tambem existir a versao light. Mas prefira o caupiry da catupiry, que o sabor é realmente muito melhor. Eles tambem estao fazendo um requeijao muito bom. Nao é um aviaçao, mas é bom! Faço muito macarraozinho nos formatos mais interessantes para estimular como farfalle, Sophia adora!Estou investindo em outros molhos, que te mando assim que um for sucesso garantido.Varias vezes coloco couscous marroquino no lugar do arroz, que alem de tudo é MUITO rapido de fazer!
Dica de chef a gente assina embaixo. Obrigada Cella, vou tentar todas as suas dicas!
A ideia eu js tenho qd tiver filhod vou te ligar pra vc me ensinar tudo isso….te amo e saudades…bjs
Prima, a gente aprende na tentativa e erro. Acho que não tem muito jeito. Conte comigo. Beijo com amor.
Nossa, é incrível como essas crianças nos surpreendem. Outro dia o Leo não queria comer de jeito nenhum (começou a lenga-lenga nas férias, quando viajamos e ele saiu da rotina). A empregada, coitada, na maior boa vontade, deu o jeito dela: ofereceu farinha de mandioca pra criança comer com feijão! E o que aconteceu?… Sucesso total!!! Ele adorou e agora só quer comer “à moda nordestina” ou com um ovinho mexido junto…(rs)
Camila, vc não está só nessa batalha! Vamos juntas tentar retomar o hábito do alimento saudável com nossas crias.
Mas, se um dia rolar um “desapego”, oferece uma farofinha de ovo com feijão, pra ver se ela gosta !…(rs) Bjos
Se eu puder meter a colher (já metendo), o ideal é limitar o conteúdo da geladeira e aumentar o número de opções mais saudáveis do que a criança atualmente está comendo.
Pode acreditar que morrer de fome ela não vai. Essa é uma briga para testar os seus limites e quem cede acaba perdendo.
Não desanime, aqui também tem dias que a vontade é de sair correndo. Aceitei que as frutas são consumidas em menos quantidade e invisto em uma maior variedade de vegetais.
Oi Camila! Nossa! Quantas mães não passam por isso né? Eu dei um jeitinho na minha filhoca fazendo bentos pra ela. Se quiser, tenho um blog onde posto as fotos das bentos e dou algumas dicas. Dá trabalho? Um pouco! Mas minha filha se alimenta super bem graças a este esforço. Dê uma olhada no site que assim, talvez, eu possa te ajudar. Beijos e boa sorte!
Oi Camila!
Me identifiquei muito com o post, pois minha filha que tem 2 anos comia de tudo e agora simplesmente só quer comer ovo! Estou tentando de tudo: novos sabores, formas, companhias, mas ainda não tive sucesso. O maior problema é que ela se recusa a experimentar! Eu estou cada vez mais frustrada e estressada… por mais que o pediatra diga que ela está bem e que é uma fase, é muito ruim nossos filhos não quererem comer. Se você tiver sucesso com alguma das iniciativas que você escreveu, por favor nos conte para que sirva de exemplo e estímulo :o) Beijos e obrigada
Ola boa noite eu. Tenho uma filha de 3 anos e ela só come ovo com arroz branco e banana eu queria saber oque eu Fasso pra muda essa alimentação dela pra ela começar a come tudo pois fico muito preocupado .e eu queria saber se ovo calda algum dano pra saúde dela ?????
Oi Douglas tudo bem? Ovo, por si só não faz mal pra sua filha, mas comer somente 3 alimentos é um problema muito grande e que precisa ser enfrentado com ajuda. O que o pediatra ou o posto de saúde diz sobre os exames dela? Ela já fez algum exame para saber se está com alguma deficiência de vitamina ou mesmo desnutrida? Por que esse certamente é um quadro a ser considerado. Eu acho honestamente que você precisa procurar um nutricionista infantil para te ajudar nessa que será uma longa empreitada. Já sabemos que não adianta brigar, obrigar, colocar goela adentro ou bater, pois ela vai odiar comida ainda mais, o que pode levar a problemas psicológicos mais sérios no futuro. Mas um nutricionista vai conseguir fazer um diagnóstico e te ajudar na introdução de outros alimentos e até mesmo um acompanhamento psicológico. Crianças serem mais seletivas em diferentes fases é normal, mas acho o seu caso mais agudo. Procure ajuda profissional e se eu puder te ajudar em mais alguma coisa, vamos trocar mais ideias. Boa sorte.