Uma ameaça chamada maquiagem infantil

Uma querida amiga levou a filhota para um baile de carnaval vestida de borboleta. Fez uma maquiagem linda e saiu por aí. Infelizmente, o passeio no bloquinho não teve um final feliz. Sua pequena borboleta teve uma reação alérgica causada pela maquiagem: vermelhidão na pele e olhos inchados foi o resultado de usar maquiagem não apropriada para sua idade.

Incomodada com o assunto, ele veio me perguntar se eu sabia como eram feitas as linhas de maquiagem e como deveria proceder e eu, por conta do Mundo Ovo fui pesquisar, porque acredito que temos um monte de leitoras que podem ter tido ou ter o mesmo problema.

Existem algumas opções de maquiagem infantil no mercado, mas infelizmente apenas uma marca das várias que pesquisei está de acordo com a lei. Chocada? Eu também! Mas como pode? As maquiagem existentes não são feitas para crianças a partir de 5 anos e sim para “crianças” de 14, 15 anos. Dessa forma, os testes da ANVISA são mais simples.

Levei um tempo para entender lendo esse material aqui e  aqui.  Para a maquiagem comum, aquela que nós adultos usamos – porque maquiagem é coisa de adulto (primariamente) -, se faz teste grau 1. Para crianças a partir de 5 anos, os testes são mais extensos (e caros) de nível chamado grau 2. Algumas categorias de maquiagem a ANVISA não aceita nem com testes. As sombras para olhos, por exemplo, nunca poderiam aparecer num estojo de maquiagem infantil sem esses teste. Se você olhar o que está no mercado, vai ver que os estojos que têm sobra não a declaram. Eles dizem que é blush (verde, azul), mas vendem com aplicador de sombra. Outras marcas escrevem bem pequenininho atrás que o produto é para maiores de 12 anos, mas as imagens são de apelo para crianças bem menores.

Mas os testes são mesmo importantes? O que é testado?

Os testes de grau 2 são necessários para garantir que o produto cumpra o que promete e que é seguro para o uso pelo público da faixa etária indicada. Ao se usar maquiagem não certificada, estamos submetendo uma pele imatura e fina, (e absorção maior) a alergias, irritações e até queimaduras químicas.

• Toxicidade oral e mucosa oral

Garantem que o produto não é tóxico em caso de ingestão equivocada pelas crianças.

• Compatibilidade cutânea e 
ausência de potencial alergênico


Atestam que o produto não tem potencial
 irritante ou de causar alergia (dermatologicamente testado).

• Fotoirritação e ausência do potencial fotoalergênico

Atestam que o produto é hipoalergênico; demonstram que ele não tem potencial fotoirritante ou de causar fotoalergia (em contato com a luz solar).

Como saber? Onde procurar?

Quando uma empresa submete seus produtos a bateria de testes, ela apresenta os resultados à ANVISA e recebe um número de registro para cada fórmula e recebe um número de M.S. para cada produto. Fique atenta, o texto do produto deve coincidir com os itens que o compõem. Por exemplo, se o item tem sombras para olhos, o texto deve indicar isso. Parece óbvio, mas isso nem sempre acontece.