Confesso: eu chupava dedo quando era criança. Nossa, e como foi difícil me livrar do péssimo hábito. Lembro da minha mãe conversando comigo sobre o assunto: eu concordava que era hora de parar, mas, durante a noite, sem perceber, levava o dedo à boca enquanto dormia e acordava envergonhada. Criança nos anos 1980 vocês sabem bem como era: os conselhos variavam entre “amarra o dedo dela na cama” ou “coloca pimenta que ela nunca mais vai chupar o dedo”. Meus pais nunca fizeram isso, ainda bem, mas como foi difícil largar o vício.
Acho que por ter sido uma experiência traumática para mim, bateu uma ponta de desespero quando meu filho começou a chupar o dedo, por volta dos cinco meses de idade. É comum a criança levar o dedo à boca para se acalmar, mas ele começou a chupar o dedo sistematicamente, sempre que ia adormecer. E como ele sempre foi bastante alérgico, o hábito estava deixando o dedinho dele ferido. Às vezes sangrando mesmo.
Eu, que nunca havia cogitado a possibilidade do meu filho usar chupeta, resolvi apelar para uma. Sabia que os dois eram prejudiciais, mas achei que a chupeta seria a melhor opção por ser mais fácil de largar (na minha cabeça, claro. Não pesquisei sobre o assunto na época). Lendo a respeito hoje, encontrei vários artigos dizendo que é difícil o bebê que mama exclusivamente no peito sentir necessidade extra de sugar, mas meu filho mamava exclusivamente no peito e começou a chupar o dedo mesmo assim.
Bem, voltando à tentativa de introduzir a chupeta. Ele não aceitava de jeito nenhum a bichinha. Comprei modelo barato, caro, com o bico transparente e amarelado. Ele cuspia todas, invariavelmente. Estava quase desistindo, mas me disseram que era difícil mesmo um bebê aceitar a chupeta e eu deveria insistir. Foi o que eu fiz. E ele acabou aceitando a chupeta depois da insistência. Meio contrariado, mas aceitou.
E assim, ele foi aos poucos deixando de colocar o dedo na boca. Assim que percebi que ele havia se livrado do hábito de chupar o dedo, logo comecei a oferecer cada vez menos a chupeta. Durante o dia, só na hora da soneca, ou quando ele solicitava. Outra coisa que eu fazia, era retirar delicadamente a chupeta da boca assim que ele adormecia. Deixava ao seu alcance no berço, caso acordasse, mas sempre retirava.
Foi muito natural para ele abandonar a chupeta. Não chegamos a ter uma conversa, dar as chupetas para alguém, nem nada. Elas foram desaparecendo – eu dizia que não sabia onde estavam… E ele foi aos poucos deixando de lado. Sei que para a maioria das crianças é muito difícil deixar a chupeta. Acho que lá em casa foi mais fácil, porque no fundo, no fundo, ele nunca gostou de chupeta mesmo.
Esse é um relato pessoal. Não estou recomendando que você faça o mesmo. Se você busca uma opinião médica sobre o assunto, recomendo a leitura desses dois textos do site Conversando com o Pediatra, da Sociedade Brasileira de Pediatria:
E converse com o seu pediatra a respeito.
Gostaria muito de saber se alguém passou por essa experiência também e como agiram?
1 Comment
Meu filho mais novo largou a chupeta com menos de um ano, de vez em quando coloca a mão na boca, mas não chega a chupar. O mais velho largou quando teve uma estomatite com dois anos….