Como lidar com a separação

Todos os desenhos de antigamente que falavam sobre casamento terminavam com: “E viveram felizes para sempre…”. A mulher, por mais moderna que seja, cresce com essa expectativa de achar seu príncipe encantado. O homem se casa esperando que a mulher seja companheira, divertida e cuide dele com carinho. A paixão faz com que o outro seja visto como a personificação de todas as expectativas com relação a um companheiro (a). Com o tempo, as ilusões apaixonadas vão sendo frustradas e o que resta é quem o outro realmente é, e não quem gostaríamos que ele fosse. Para alguns, é possível se adaptar e permanecer junto. Para outros, não. Quando falamos de um casal sem filhos, cada um pode ir para um lado sem se ver novamente. Mas e quando precisam compartilhar a vida de um ser para sempre?

Cada história é única bem como o sofrimento, mas é importantíssimo pensar em que lugar o filho está sendo colocado durante o processo de separação. Muitos não entendem que o casal romântico deixa de existir mas o casal parental permanece necessário. Como os casamentos estão durando menos tempo, os filhos estão tendo pais separados cada vez mais novos. Ao contrário do que muitos pensam, a separação em si não estraga a vida das crianças. O que pode deixar marcas profundas é a maneira como ela acontece.

O início é o momento mais complicado, delicado e doloroso. É comum que os sentimentos de mágoa, raiva e tristeza estejam borbulhando. Como não passar isso adiante? Como não passar para os filhos os motivos da separação: quem quis, quem traiu, quem deixou de amar?

Fácil certamente não é, mas talvez facilite um pouco pensar que as razões, na grande maioria das vezes, dizem respeito ao homem como marido e à mulher como esposa, e não como pai e mãe. Crianças não tem que participar dessa relação marido/mulher. Não podem ser usados como meio de atingir o outro, como objeto de vingança ou de barganha. Independentemente da guarda, filhos foram feitos por ambos e tem direito a ter pai e mãe sem precisar escolher. O que acaba sendo prejudicial é o cabo de guerra.

Dizer para a criança que tudo será igual, só que os pais morarão em casas diferentes também não é verdade. Geralmente é dito na melhor das intenções, em uma tentativa de amenizar a situação, mas não permanece igual. A criança conhece até então um casal onde as características individuais se misturam de modo que algumas são amenizadas pelo outro, outras são encobertas e outras realçadas. Quando os pais se separam, ela passa a ter que lidar com um da cada vez, com a falta do outro e com a saudade. Aos poucos vai havendo uma adaptação, mas é importante que a criança possa ter espaço para colocar que sente falta de como as coisas eram antes sem que os pais escutem como uma cobrança para voltar atrás.

Outro ponto importante diz respeito à questão de mostrar ou não o sofrimento aos filhos. É comum achar que é preciso esconder pois demonstrar fará com que sofram mais. A verdade é que fica muito estranho para qualquer um, inclusive para crianças, haver perdas sem sofrimento. Não significa ficar jogado na cama dias, chorando copiosamente sem fazer nada. Mas deixar os filhos perceberem que está triste, abre espaço para que eles também possam falar sobre a própria tristeza. A maioria dos pais sentem-se causadores dessa tristeza e, com isso, fica insuportável tocar no assunto, mas a verdade é que qualquer decisão tomada pelos pais terá impacto na vida dos filhos. Permanecer casado em uma relação onde não existe mais amor, carinho ou às vezes nem mesmo respeito, também terá impacto nas escolhas dos futuros parceiros e no modo como eles entendem o relacionamento entre homem e mulher.

Se já é complicado decidir o que é melhor para os filhos enquanto casal, separado certamente não é fácil. O esforço para manter um bom diálogo com o/a pai/mãe dos filhos é imprescindível para que haja uma convivência harmoniosa. Seu filho certamente sairá ganhando ao manter pai e mãe perto, mesmo que não seja na mesma casa.

 

Imagem destacada: Shutterstock Todd Klassy

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