Corantes alimentares – o que você precisa saber sobre

“Os corantes alimentares são aditivos (substâncias) com o objetivo de dar cor, intensificar ou restaurar a cor
 de um alimento.” (Aditivos & Ingredientes, 2009).

Sou da turma que tem alergia a corantes diversos e, portanto, tenho ainda mais motivos para ter horror a alimentos e bebidas coloridas artificialmente.

Desde que o mundo é mundo o ser humano usa desse subterfúgio (colorir) para tornar os alimentos mais atraentes aos nossos olhos e dar mais sabor. É inegável que a páprica deixa uma carne bem mais suculenta e VERMELHA! Com a industrialização, esses corantes naturais foram sendo substituídos pouco a pouco por outras substâncias, de origem sintética, com o único objetivo de colorir alimentos e bebidas.

Quer saber o motivo? Veja a imagem abaixo e me diga: Qual maçã você escolheria?

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Tenho certeza que todo mundo deve ter escolhido a maçã colorida. Os nossos sentidos conseguem captar cerca de 87% de suas percepções pela visão, 9% pelo ouvido e os 4% restantes pelo olfato, paladar e tato. Será que a indústria faz uso dessa informação? Sim ou com certeza?! A aceitação de um produto alimentício pelo consumidor está diretamente relacionada a sua cor.

Tudo isso seria bem mais tranquilo e esse post não existiria se esses aditivos fossem seguros para consumo humano, e se uma boa parte dos produtos onde mais se faz uso de corantes artificiais não fossem dirigidos ao público infantil. Balas, gelatinas, sorvetes fazem parte dessa lista bem grande que só faz crescer.

A listagem de corantes permitidos muda de país para país e, infelizmente, muitos daqueles banidos em boa parte do mundo continuam sendo permitidos aqui no nosso Brasil.

NOTA: Segundo Decreto nº 50.040, de 24 de janeiro de 1961: os corantes só devem ser adicionados quando for indispensável ao processo industrial, sendo obrigatório seu registro na ANVISA. Não há obrigatoriedade em se informar a quantidade usada de cada um desses corantes nos produtos, apenas a sua presença.

NOTA 2: Os aditivos são inofensivos à saúde desde que estejam enquadrados nos percentuais máximos estabelecidos pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ou pelo Codex Alimentarius. Estes estabelecem para cada aditivo a quantidade diária aceitável de ingestão (IDA).

CARA DE ALFACE: Como muitos produtos que consumimos têm corantes e não sabemos a quantidade, corremos o risco de acabar por ultrapassar o índice diário aceitável (IDA)de cada um dos aditivos. Isso significa que ao comer uma fatia de pão com geleia você possa já ter ultrapassado a sua cota diária. Como é que faz então?

Existem três categorias de corantes permitidas pela nossa legislação para uso em alimentos: os corantes naturais, o corante caramelo e os corantes artificiais.

Corante natural é o pigmento ou corante inócuo extraído de substância vegetal ou animal. Comercialmente, os tipos de corantes mais empregados pelas indústrias alimentícias têm sido os extratos de urucum, carmim de cochonilha, clorofila, beta-caroteno, curcumina, antocianinas e as betalaínas.

Corante caramelo é o produto obtido a partir de açúcares pelo aquecimento e temperatura superior ao seu ponto de fusão.

Corante artificial é a substância obtida por processo de síntese (com composição química definida). Os corantes sintéticos são cada vez mais utilizados pois fornecerem ampla gama de cores, apresentam maior estabilidade frente a alguns fatores – como pH, luz e temperatura – e um menor custo de produção. A tabela abaixo lista os corantes artificiais regulamentados aqui no Brasil, faltando apenas adicionar os corantes Azul Brilhante (coloração azul turquesa), Azorrubina (coloração vermelha), Verde Rápido (coloração verde mar) e Azul Patente V (coloração azul).

tabela-corantes-artificiais

 

Uso de corantes artificiais no Mundo:

  • Estados Unidos – 9 é a quantidade de corantes sintéticos permitidos para uso em alimentos, sendo 2 deles é de uso restrito.
  • Japão – permite-se o uso de 11 corantes sintéticos.
  • União Européia – atualmente 17 corantes artificiais são permitidos na União Européia para uso em alimentos e bebidas. Alguns países, como a Noruega e Suécia, proíbem o uso de corantes artificiais nos alimentos.
  • No Brasil, pela atual legislação, são permitidos o uso de 12 corantes artificiais para alimentos e bebidas.

 

Os estudos existentes sobre os efeitos nocivos causados pelo consumo de corantes artificiais ainda são poucos e bem díspares. Na tabela acima podemos ver que o consumo de corantes artificiais podem causar desde simples urticárias até reações imunológicas bem sérias. Leia o rótulo e utilize cada vez mais alimentos de verdade. Pode ser divertido ter uma comida colorida para atrair a atenção dos pequenos, mas saúde vem sempre em primeiro lugar!

 

 

Referências bibliográficas:

  • Anvisa
  • Conselho Regional de Química
  • Toledo M. C. F., Bento F. M., Corantes Artificiais em Alimentos Não Industrializados, Faculdade de Engenharia de Alimentos, UNICAMP, Campinas, SP
  • RESOLUÇÃO – CNNPA No 44, DE 1978. DOU de 28/04/1978 – Anvisa

  • Revista FOOD INGREDIENTS BRASIL No 9 – 2009
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1 Comment

  1. Dominique Matias
    1 de setembro de 2016 at 17:12 — Responder

    Olá vocês poderia me enviar por email uma tabela de alimentos e bebidas que contem corantes e outra que não contem.

    Fico aguardando contanto.

    Grata

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