A hora da bruxa pode pegar muita mãe de surpresa, mas uma coisa é verdade: ela existe. Aqui eu conto como venho sobrevivendo a ela.
Existe uma hora do dia, geralmente à noite, que o bebê chora sem parar. Inconsolável, sem motivos, por muito tem seguido. É cólica? É fome? É frio? É porque a luz está acesa? Ele parece não querer nada, não se acalma com música, com balanço, com colo, com chupeta. Você vai ficando cada vez mais impaciente e ele também. O escândalo parece que nunca vai ter fim. Esse drama todo é conhecido como hora da bruxa.
A hora da bruxa é o momento em que o bebê expressa todo o cansaço acumulado durante o dia. É exaustão pura que ele vocaliza do jeito que sabe. Infelizmente, é justamente no horário em que você provavelmente também está exausta. Algumas teorias dizem, inclusive, que é quando os bebês refletem o que a mãe está sentindo – olha que louco.
Se o estímulo do dia foi grande, com passeios e muita brincadeira, a hora da bruxa pode ser ainda mais longa. Se o bebê estiver no meio do (aterrorizante) salto de desenvolvimento, esse momento pode ser ainda mais cansativo. Pra você e pra ele.
Aqui em casa, nós desenvolvemos algumas ~técnicas para não surtar completamente e não chorar junto com o bebê durante a hora da bruxa.
1. aceita, que dói menos
Esse foi o primeiro passo para sanar o desespero materno e paterno. Aceitar que isso existe, que está fora do nosso controle, que podemos oferecer alguns confortos paliativos e que vai passar.
Para aceitar, foi preciso entender que não é algo que está acontecendo somente com o nosso bebê. Não é só ele que fica vermelho de tanto berrar de cansaço. E não é só você que está desesperada sem saber bem o que fazer. Acolhedor, não acha? Eu acho.
Saber que existe um nome para o fato também é bom. Não é uma ilusão paterna que o bebê faz escândalo todo dia no mesmo horário. E também nos impede de pirar tentando descobrir a origem daquele sofrimento todo.
É difícil, mas por aqui a gente respira fundo e conforta o Martin até passar a exaustão emocionalmente dolorosa. Com muita paciência.
rotina, rotina, rotina
Martin é um bebê que precisa de rotina. Nós, que sempre fomos uma casa sem muita rotina, tivemos que criar e nos adaptar a uma. Assim, conseguimos “coincidir” a hora da bruxa com a hora do banho. Ele ama tomar banho. Relaxa, se diverte, brinca. Não importa o tamanho do escândalo: é entrar no banho e o rostinho dele já relaxa. Mágico.
Assim, a gente não só “quebra” o momento de desespero “sem motivos”, como coloca ele pra relaxar. Ele toma banho, depois mama e é ninado para dormir. Essa é a rotina. Sempre no mesmo horário.
Para uma hora da bruxa o mais tranquila possível, a gente colocou na rotina o processo de acalmar a casa no horário fatídico. Diminuir as luzes, os sons, falar mais baixo, expulsar as visitas… Está dando certo!
colocar o bebê no peito
Está dando certo, mas nem sempre dá certo. Bebês de poucos meses ainda mudam muito de um dia para o outro. O que funcionou ontem nem sempre funciona hoje. Quando nada dá certo (nem a rotina, nem o banho, nem diminuir as luzes…), só o peito salva.
Na hora da bruxa, o peito é a maior fonte de conforto pro meu bebê. Não tem jeito. E não importa se ele tenha mamado há meia hora, ou se ele vai mamar cinco minutos e dormir. O importante é que ele se sinta acolhido.
E como tudo nesse puerpério, basta ter paciência que passa.