Rotina para quem precisa

Eu sempre detestei rotina na minha vida. Antes de ser mãe eu curtia muito a liberdade de poder fazer o que eu quisesse, quando quisesse. Uma semana não era igual a outra e isso me dava uma sensação de vida mais plena e excitante.

Quando eu engravidei li muitos livros, sites e blogs que pregavam que a rotina na vida de um bebê era fundamental e todos incluíam muitos roteiros e passo a passo. E eu tinha uma ideia na minha cabeça de que eu seria uma nova pessoa quando a minha filha nascesse, pronta para essa mudança radical de estilo de vida. Só que obviamente não aconteceu nada disso e eu era a mesma pessoa que criava e gostava de imprevistos e precisava rapidamente ser uma nova pessoa para criar saudavelmente aquela coisa rechonchuda que tinha aparecido lá em casa.

O resultado é que algumas coisas funcionaram muito bem e outras nem tanto, nos primeiros três meses. Eu consegui implantar alguns sistemas na minha casa, criando uma rotina específica, mas outras foi um verdadeiro desastre e, em retrospecto, eu sinto que eu deveria ter me esforçado mais nos meses que se seguiram.

E no Manual de mãe de hoje, eu queria deixar minhas dicas para que outras mães possam aprender com meus acertos e com meus erros.

Banho – apesar de a Victoria ter nascido no inverno, ela tomava banho duas vezes ao dia (onze da manhã e sete da noite). Ela tomava sempre banho quentinho, na banheira, no quarto dela. Os banhos têm função relaxante e ela normalmente capotava depois do banho.

Cólicas – um dos grandes dramas dos recém-nascidos, mas não tivemos muito problemas de cólicas aqui em casa. Eu fazia um “tratamento preventivo” com ela e não sei se ajudou em alguma coisa, mas ela não teve nenhuma crise super séria de cólicas. Lá pras quatro da tarde eu aquecia uma bolsinha térmica de gel, enrolava num cueiro e deixava-a quentinha, aninhada nos meus braços com a bolsinha na barriguinha. Ou ela ficava no bouncer vibrando, com a térmica na barriguinha e mais uma mantinha.

Massagem – depois do banho do final do dia, eu fazia uma massagem relaxante, curtia acarinhá-la, fazia uns movimentos de perninhas (ajuda a liberar gases). Ela gemia de felicidade. E soltava puns. E capotava.

Mamadas – a Victoria sempre foi um relógio nesse quesito. De três em três horas, religiosamente. Uma rotina que foi fácil de implementar.

Intestino – não era o melhor sistema, mas pelo menos era constante. Victoria fazia cocô uma vez a cada dois ou três dias. Eu nunca tinha ouvido falar disso. No início era meio desesperador. Ela não tinha prisão de ventre crônica, embora às vezes ela sofresse um pouquinho e eu precisasse fazer uso do supositório para estimular. O pediatra explicou que ela simplesmente absorvia tudo o que o leite tinha pra oferecer e sobrava muito pouco para colocar pra fora. Quando ela começou a comer, lá pros quatro ou cinco meses, tudo passou a funcionar normalmente. Bebês que tomam leite artificial normalmente têm o intestino mais preso. Acho que isso também contribuiu (ela tomava mamadeira e mamava no peito).

Dormindo durante o dia – Ela dormia bastante, o normal para todo recém-nascido. Aos dois meses ela se emancipou do colo e dormia melhor sacolejada no carrinho ou bouncer. Uma dica que eu segui e funciona bem ainda hoje: de dia a Victoria adormecia em qualquer lugar: na sala ou no quarto dela e mesmo na rua. Não precisava de luz apagada ou silêncio. Podia ter gente batendo papo ou televisão ligada. Ela dormia e a gente continuava a vida. Na dormida maior do final da tarde eu a colocava no bercinho e no final do dia as luzes eram apagadas, a TV desligada ou bem baixinho (senão eu ia morrer de tédio) e como só tinha eu e marido, não tinha muito trelelê de agitação.

Dormida da noite – Tirando o primeiro mês dos infernos, Victoria dormiu bem até mais ou menos os cinco meses. Ela também tinha uma rotina criada por ela e que funcionou bem. Depois da mamada das três da manhã, ela dormia até as onze horas. Ela sempre foi da night e isso dava super certo pra ela. O que só foi bom até eu voltar pro escritório. Depois começou o meu martírio. Leia mais sobre isso aqui.

O que é super recomendado e ela detestou – ela sempre detestou o lindo berço que eu comprei pra ela. Ela amou dormir no Pliko P3 dela, enquanto ela coube nele confortavelmente. E ela sempre preferiu dormir no berço portátil ao berço oficial, de madeira, em estilo provençal. Ah ela também detestou o swaddle. Essa coisa de enrolar ela feito um charuto cubano durou exatamente um mês. Depois ela se irritava porque queria os braços livres. Desisti. Além disso, ela não pegou chupeta. Ou paninho de transição. Ainda hoje, na creche ela é praticamente a única sem chupeta ou paninho/bichinho/soninho.

 A rotina da Victoria era assim:

6 horas – mamada (primeiro mês. depois ela aboliu)

9 horas – mamada (primeiro mês. depois ela aboliu)

11 horas – banho (depois do primeiro mês, a gente inverteu e ela passou a mamar quando acordava e depois tomava banho)

12 horas – mamada

15 horas – mamada

16 horas – bolsinha térmica

18 horas – mamada

19 horas – banho

19h20min – massagem

21 horas – mamada

24 horas – mamada

3 horas – mamada

Enfim… tudo isso pra dizer que ela aprendeu a seguir uma rotina que não era particularmente rígida, mas que era a vidinha dela naquele momento. Ela me seguia por toda parte, mas os cuidados com ela eram tão simples, porque ela foi um bebezinho recém-nascido que não deu trabalho e não ficou doente. Então a rotina dela nos primeiros meses foi muito tranquila e até mesmo prazerosa de seguir onde estivéssemos. Cada pequeno ritual era mesmo mágico e acho que ela se sentia segura assim.

Mas em compensação, o sono dela sempre foi muito irregular. Quando eu achava que ela tinha engrenado, ela resolvia alterar a própria rotina. E minha própria dificuldade e resistência em seguir uma rotina e ser muito durona em relação aos rituais de casa impediu que eu seguisse os tradicionais manuais que ensinam o bebê a dormir. Eu nem conseguia ler nenhum deles. E hoje eu faria diferente, pois o que não funcionou foi trágico pra mim. Até hoje o sono dela é a primeira coisa que destrambelha quando a rotina dela não é exatamente a mesma. Eu nem vou me atrever a reclamar mais, porque se você segue o Mundo Ovo, você já sabe tudo sobre isso. E como a gente procura se aperfeiçoar de um filho para outro, já estou lendo os manuais todos, para aplicar com firmeza no próximo bebê. Boa sorte! 🙂

 

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2 Comentários

  1. Mario Goncalves
    Mariana Amaral
    13 de setembro de 2012 at 10:28 — Responder

    Que foto é essa?! Muito fofa Vic pequenininha…

  2. Camila
    13 de setembro de 2012 at 12:48 — Responder

    Mari, olho pra essa fotinho e olho pra pirralha pulando aqui na minha frente e cantando a plenos pulmões a música da baleia e confesso que já estou sentindo saudades de ter um recém-nascido em casa. eu já esqueci das trevas do primeiro mês. Hahahahah

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