Doze anos separam a minha primeira gravidez dessa atual e a quantidade de coisas que mudou de lá para cá no universo gravídico me impressiona. E não estou falando de avanços científicos não. Falo sobretudo de comportamento. Vejo agora uma nova postura perante o parto, uma nova relação da mulher com o seu corpo e sua força, e uma rede de apoio feminina unida e poderosa.
A minha sensação é que hoje vivemos em uma época melhor para grávidas do que há 12 anos atrás. Dividi meus motivos em alguns tópicos para tentar explicar esse sentimento e simbolizar algumas mudanças.
Grupos de mães no Facebook
Por mais que você tenha suporte e apoio, a maternidade é uma experiência muito solitária. É você com você mesma, entrando em contato com a potência do seu corpo, enfrentando medos e descobrindo sua força.
Surgem muitas dúvidas e inseguranças nesse período. E nada é mais poderoso do que ter um grupo de apoio de mulheres que está passando pela mesma coisa que você, trocando experiências, apoiando e acolhendo umas as outras.
Não sou daquelas mais ativas em grupo, mas quantas vezes, só de ler sobre alguém que está passando pela mesma coisa do que eu, me senti aliviada por saber que não sou maluca nem a única. Como é bom trocar experiências, ouvir, se sentir compreendida, desabafar.
São muitos grupos distintos no Facebook. Alguns com certeza você vai entrar e sair em um dia. Mas chega uma hora que você encontra a sua turma e a ajuda que vem daí vai ser marcante na sua gravidez e na sua vida de mãe.
Feminismo
Feminismo não foi inventado nesses 12 anos, mas ganhou bastante força e popularidade. As mulheres agora estão falando sobre o assunto diariamente, se apoiando e dando um basta a um infinidade de comportamentos masculinos de opressão que eram considerados “normais”.
Estar grávida nesse contexto traz uma força extra. Estar grávida de uma menina dessa vez está sendo mais bonito ainda.
Parto consciente
Quando engravidei do meu primeiro filho, não tinha tanta gente defendendo e falando sobre a importância do parto normal. Era muito menos informação circulando. Se o médico falasse que por causa de uma circular no cordão umbilical não era possível ter parto normal, eu simplesmente iria ouvir e concordar. Hoje não, já temos mais argumentos para contestar e força para escolher.
O filme Renascimento do Parto teve um papel fundamental na formação de uma nova geração de mães que sabem da importância de um parto normal e lutam para conseguir realizá-los do seu modo. Ainda estamos longe do ideal e para muitas mulheres ter um parto normal se torna uma verdadeira batalha. Mas temos muito mais munição para lutar e mais possibilidades de escolha. Além de grupos ativos na internet sobre o assunto que ajudam a burlar o sistema cesarista.
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