Dificuldade no aprendizado, problemas com a arcada dentária, ronco e má qualidade do sono podem estar ligados a inflamação na adenoide, também conhecida como carne esponjosa
A Síndrome da Respiração Oral (adenoide) é muito comum e mais grave do que se imagina. Resulta em uma série de consequências para o crescimento e desenvolvimento das crianças.
Feito de tecido linfoide, a adenoide é semelhante às amígdalas e fica localizada atrás do palato mole, portanto não pode ser vista ao observar a boca aberta. Em algumas crianças ela cresce mais do que o normal e, dependendo do grau, pode levar a dificuldades para respirar, engolir e até problema na audição.
Os pais devem ficar alertas quando as crianças roncam demais ou costumam respirar de boca aberta.
“Ambos são fortes indicativos de aumento da adenoide. Na intenção de tentar ampliar o espaço atrás da garganta para a passagem de ar, a criança tende a projetar a língua para a frente, o que acaba alterando a arcada dentária e às vezes até o crescimento da face. Além disso, ainda pode fazer com que a criança fique com a voz anasalada, como se estivesse resfriada”, previne a otorrinolaringologista Milena Costa.
O quadro afeta outras diversas atividades básicas, como alimentação
Por ser difícil respirar e comer ao mesmo tempo, a criança não come ou opta por comidas fáceis de mastigar. Quando dormem tendem a roncar muito, consequentemente dormir mal. E ainda afeta comportamento – são mais irritáveis e agitadas, assim como podem apresentar sonolência diurna.
Entretanto, quando a adenoide aumenta e bloqueia a tuba auditiva, canal que liga o ouvido à faringe, podem surgir infecções crônicas. O resultado é a incapacidade de percepção dos sons da fala durante o desenvolvimento. Isso explica o atraso da linguagem e da escrita e até perda de audição.
“É importante frisar que a adenoide em si não é uma doença, e sim uma forma de proteção. É, em primeiro lugar, a defesa do organismo contra partículas aéreas, vírus e bactérias que se acumulam no nariz e na garganta, sendo muito úteis na primeira infância. O problema está apenas no seu aumento”, esclarece a Dra. Milena.
O tratamento adequado é recomendado por um otorrinolaringologista e depende das causas do aumento daquela adenoide. Pode se resolver através de medicamentos ou cirurgia, conhecida como adenoidectomia. O procedimento é simples e, apesar da anestesia geral, pode ser realizada em curto período de tempo.
Contribuição da Dra. Milena Costa
Médica otorrinolaringologista formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté. Residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Fellowship de pesquisa em Rinologia pela Stanford University, na Califórnia.
Veja aqui nosso post sobre cuidados especiais para bebês prematuros no inverno.
Créditos
Imagem interna Anastasia Dulgier