Baby Lead Weaning

Baby Lead Weaning é um método de introdução alimentar criado pela especialista em saúde britânica Gill Rapley. A tradução literal de BLW é “desmame guiado pelo bebê” e a técnica defende que os bebês com mais de seis meses alimentem a si mesmos com as mãos, estabelecendo o próprio ritmo para a refeição. Nessa fase ele ainda não desenvolveu a coordenação motora fina de pinça, por isso, nada de colher, nada de potinhos, nada de comida batida ou purê. Ele decide o que comer e a quantidade.

No início fiquei um pouco confusa. Se a tradução literal fala em “desmame”, isso significa que você abandona a amamentação depois que começa a introduzir os sólidos? Mas lendo o site BLW entendi que é uma questão de semântica: Na Inglaterra weaning significa “adicionar comidas complementares” e nos Estados Unidos significa “desistir de amamentar”. Resolvida a confusão, consegui entender que não precisamos desmamar o bebê para adotar a técnica.

 

Quais comidas podem ser oferecidas?

Segundo a criadora do BLW, Gill Rapley, você pode compartilhar com seu bebê a maior parte das comidas saudáveis da mesa da família: frutas, vegetais, carnes, ovos bem cozidos, pão, torrada, arroz, massas, queijos etc. Logo no início, escolha comidas que sejam fáceis de cortar em palitos ou tiras largas (frutas e vegetais são ótimos pra isso).

O que recomendamos: Fale com o pediatra e/ou um nutricionista especializado para saber quais comidas o seu bebê deve ou não deve comer. De cara a gente já te avisa que nada de oferecer mel, amendoim, castanhas e outras frutas secas, azeitonas, qualquer coisa com caroço ou sementes. Nada de adicionar sal ou açúcar. Leia nosso post sobre o que o bebê não deve comer no primeiro ano de vida.

 

E quando acaba a “vida selvagem”? (risos)

Quando o bebê já está confortavelmente comendo sem os utensílios, os pais já podem começar a introduzir utensílios como pratos e talheres. A maior parte dos adeptos do BLW começa a brincar com a ideia depois que o bebê completa 12 meses, mas a verdade é que muitos bebês só começam a dominar a técnica após os 15 meses. (Como referência para vocês, Vicky começou a comer sozinha com 15 meses, numa de imitar as primas mais velhas em uma viagem, e isso foi considerado cedo. Na creche ela passou a não aceitar que um adulto oferecesse a comida, passou a comer sozinha, a turma quis seguir a novidade e foi uma confusão, pois muitos bebês ainda não tinham nem 12 meses. Risos).

 

Mas o bebê não engasga?

Segundo os especialistas, como é o bebê quem controla a quantidade de comida que entra na sua boca, a chance dele se engasgar é menor. O pediatra da Victoria já me dizia que um bebê só aprende a não engasgar depois que ele se engasga algumas vezes de leve. Se você seguir algumas dicas importantes (retiradas do site oficial), a chance disso acontecer é muito pequena.

 

Dicas importantes

  • Deixe o seu bebê sentado no cadeirão, de preferência compartilhando a mesa com o resto da família. Mas sempre sentado e ereto;
  • Não espere que o bebê coma muito. No início ele come bem pouquinho mesmo, pois está se acostumando com a nova textura e o novo sabor;
  • Lide com a sujeira. O bebê vai jogar comida pra todo lado, cuspir, se sujar e sujar a casa. Proteja o seu piso, seu sofá e sua roupa;
  • Não fique estressada. Introduza novos sabores com frequência e tente pensar nessa introdução como algo divertido;
  • Ofereça água para o bebê durante as refeições;
  • Jamais deixe o seu bebê sozinho com a comida.

 

E os bebês prematuros?

A maioria dos bebês começam a experimentar alimentos sólidos por volta dos seis meses de idade. Pais de bebês prematuros (que nasceram antes de 37 semanas de gravidez), ou que possuam condições especiais de saúde que possam afetar suas habilidades de lidar ou digerir alimentos com segurança, são aconselhados a discutir com seus pediatras o momento de iniciar a introdução de alimentos sólidos, e se devem ou não usar o BLW como método.

 

Nem todo mundo concorda com o BLW

O método ainda é controverso entre os nutricionistas. A Patricia que é a nutricionista do Mundo Ovo, por exemplo, acha que o BLW não deveria ser uma técnica isolada. Segundo ela, as papinhas e os purês são a transição óbvia entre a alimentação líquida (leite materno) e a sólida. De certa forma, a introdução dos sólidos contempla que a criança coma com as mãos e explore os alimentos, mas os alimentos são adequados para a idade e a capacidade do bebê. Alguns bebês podem ter dificuldade para mastigar alguns alimentos grandes e resistentes sugeridos pelos adeptos do método e podem acabar desistindo do alimento, sem falar nos alimentos que não devem ser oferecidos no primeiro ano de vida, especialmente se há histórico de alergia alimentar na família.

Nesse início da introdução alimentar também é mais fácil saber o quanto seu bebê comeu, se você consegue alimentá-lo, sem falar que é bem importante dar a seu bebê uma variedade de texturas, que inclui alimentos amassados, cozidos e também os alimentos sugeridos pelo BLW.

 

O que eu faria?

Se eu tivesse conhecido o BLW antes, acho que faria um combinado do método tradicional de introdução aos sólidos e do BLW. Inconscientemente eu pratiquei bastante BLW com a Vicky, porque ela estava sempre comendo uma banana ou uma batata sozinha na hora das nossas refeições. Quando ela era miudinha, ela comia em outros horários, e na hora que a família ia almoçar ou jantar, ela sentava junto, mas só beliscava ou fazia um lanche. E aí sim, era comida na mão dela e adeus meu lindo piso de parquet.

 

No Brasil a moda ainda não pegou. Vejo comentários de algumas mães adeptas e poucas boas matérias. Leia o Jornal Zero Hora, o site Bebê.com.br e a experiência da Luiza, do site Potencial Gestante.

Se você quer participar de algum grupo no Facebook para se informar melhor, sugiro esse aqui. (em inglês)

E o melhor site para garantir toda a informação de primeira mão é o da Gill Rapley (em inglês).

 

 

Imagem: Nadia Phaneuf

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