Intolerância ou alergia alimentar?

É  intolerância ou alergia alimentar? Muitas pessoas confundem uma coisa com outra. Alguns diagnósticos também podem ser feitos de forma equivocada, portanto não se sinta mal se você não sabe a diferença. Vou explicar aqui bem explicadinho e tentar acabar de vez com a sua dúvida e a de muita gente. Como uma pessoa que tem alergia alimentar, sei da importância do correto diagnóstico e tratamento, e por mais que algumas pessoas possam achar que é frescura, ao menos em alguns países essa questão vem sendo tratada com cada vez mais seriedade.

O que é intolerância alimentar?
A intolerância ou sensibilidade alimentar não tem o sistema imunológico como causador. Nesse caso, o organismo é incapaz de metabolizar o alimento, seja pela falta ou pela deficiência de algumas enzimas que digerem nossa comida. A intolerância pode ser congênita ou adquirida.
Podemos citar o caso da intolerância a lactose, onde o organismo não produz a enzima capaz de quebrar o açúcar do leite, causando reações de grande desconforto.

Apesar de requerer monitoração adequada, dificilmente a intolerância alimentar pode ser considerada como um risco de vida. Os sintomas podem surgir horas ou dias após a ingestão de determinados alimentos. Quanto maior a quantidade de alimento ingeridos, mais fortes serão os sintomas como dor abdominal, gases, diarreia ou prisão de ventre, enjoo e vômito.

O que é alergia alimentar?
A alergia alimentar é uma reação agressiva do nosso sistema imunológico contra um elemento estranho. Ela pode se manifestar de diversas maneiras, vermelhidão, coceira (urticária), calor, edema, alterações respiratórias e cardiovasculares. Os sintomas podem ocorrer de forma imediata ou também na forma de vômito e diarréia severos em casos de alergia alimentar tardia, mas sempre terá o sistema imune como parte do processo.

Como saber?

Testes cutâneos e exames de sangue são solicitados pelos médicos para confirmar a existência de uma alergia alimentar. Entretanto, não há ainda critérios bem aceitos para diagnosticar a alergia alimentar.

É para sempre?
Felizmente, algumas alergias podem desaparecer com o tempo, geralmente após os 5 anos de idade em alguns casos ou após a adolescência em outros, mas a alergia aos frutos oleaginosos e aos crustáceos são mais sérios e de difícil remissão.

Alimentos vilões:

Como agir?

1) Depois de diagnosticado, siga as orientações do médico. Tenha anotado em casa e também junto a criança essas orientações.
2) Avisar a escola e deixar registrado e listado quais os alimentos que seu filho não pode comer.
3) A escola precisa se envolver nesse processo e poder ser capaz de vigiar o seu filho na hora das refeições. Converse com a direção e veja como eles podem proceder.
4) Avise também aos pais dos amiguinhos do seu filho. Pode ser por meio de um bilhete simpático, agradecendo o apoio.
5) Faça a pergunta: Seu filho já tem idade para saber o que ele não pode comer? Algumas crianças já sabem o quanto sofrida é a reação, que elas mesmas evitam comer fora de casa ou em lugares estranhos.
6) Explique de forma calma o motivo dessa restrição alimentar, e que é melhor não comer aquilo que ele não sabe o que é.
7) Você pode sempre oferecer uma refeição ao seu filho antes das festinhas e reuniões, assim ele não fica com fome e cai em tentação.

É sabido que os Estados Unidos tem um histórico bem grande de alergia alimentar. Por lá, 1 de cada 13 crianças têm alguma alergia alimentar. A AAP (Academia Americana de Pediatria) recomendava até pouco tempo que não fosse feita introdução de frutas oleaginosas, ovos e crustáceos antes dos 2 anos de idade. A nova recomendação é oferecer de maneira moderada esses alimentos a partir dos seis meses de idade. Acredita-se que uma exposição aos alergenos possa treinar o organismo a não rejeitá-los no futuro.
A Sociedade Brasileira de Pediatria libera a introdução da clara de ovo após os 12 meses de idade completos, crustáceos após os 3 anos de idade. Para ler mais, você pode acessar o guia aqui.